Elementos do sagrado indígena na escrita de Patrícia Melo e Giovana Madalosso
DOI:
https://doi.org/10.22478/ufpb.1807-8214.2023v36n1.68952Palabras clave:
Mulheres empilhadas, Suíte Tóquio, Deslocamento geográfico/filosófico, Nativo sagradoResumen
Ao longo do presente artigo é tratado o deslocamento geográfico/cultural/filosófico vivenciado pelas protagonistas de dois romances brasileiros contemporâneos – Mulheres empilhadas (2019), de Patrícia Melo e Suíte Tóquio (2020), de Giovana Madalosso. Ambas narrativas tratam de questões de maternidade, abordadas pelo olhar materno ou filial, da violência sofrida por mulheres e como uma aproximação com um sagrado não ocidental favorece as protagonistas via contatos que essas estabelecem com práticas de comunidades nativas do Norte do Brasil. Nosso foco está em verificar de que forma os elementos sagrados e os rituais com o chá sagrado, o Ayahuasca, levam essas mulheres a conseguirem uma conscientização que permite tratar de fatos que, em São Paulo, em suas culturas de origem, não conseguiam. Verificamos que o afastamento da vida urbana, do trabalho e as organizações capitalistas a ele vinculadas, aqui lido pelo olhar da crítica decolonial e feminista, é fator que permite que as duas protagonistas consigam compreender melhor suas idiossincrasias e desatar alguns nós que antes se apresentavam como emaranhados impossíveis de serem desfeitos.