O riso como agente do thaumaston no teatro antigo
DOI:
https://doi.org/10.22478/ufpb.1516-1536.2021v23n1.57377Palavras-chave:
Riso, Teatro Antigo, Comédia Antiga, Ironia, MaravilhosoResumo
O maravilhoso (thaumaston) foi discutido por Aristóteles em Poética, e nessa obra ele está associado ao gênero épico e à tragédia, com características específicas em cada um deles, mas não se fala nessa categoria em relação à comédia. Mas neste artigo intentamos revelar alguns exemplos que contradizem isso, artísticos e teóricos, mostrando que a metalinguagem e o metateatro irônicos, fundamentais para uma ulterior noção do que constituiria o jogo ficcional – incluindo aí a presença do maravilhoso –, já são operados pelo riso nos palcos cômicos da Antiguidade. Através de referências a obras do teatro antigo que ainda podem ser lidas, ou das temáticas de outras que não chegaram aos nossos dias, bem como da análise de algumas passagens dos escritos filosóficos e estéticos de Platão e Aristóteles, buscamos compreender essa possível presença do maravilhoso possibilitado pelo riso e o cômico, talvez podendo indicar futuros caminhos de análise. Neste aspecto, também nos é importante a referência a uma obra teórica específica, na verdade, o resumo de uma possível aula ou escrito anterior, hoje perdido, intitulado hodiernamente Tractatus coislinianus, que oferece – ou, ao menos, sugere – uma possibilidade teórica dessa possível plasmação do maravilhoso na comédia, já que o riso e o cômico podem proporcionar uma nova perspectiva ou prisma que incrementa a própria percepção do thaumaston.
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