Nigéria no feminino: a narrativa de Buchi Emecheta

Autores

Palavras-chave:

Literatura nigeriana, Buchi Emecheta, Ancestralidade, Casamento, Maternidade

Resumo

O objetivo deste artigo é desenvolver uma análise do romance As alegrias da maternidade (2018) [The Joys of Motherhood, originalmente publicado em 1979], da escritora nigeriana Buchi Emecheta. Ancestralidade, casamento e maternidade são temas analisados a partir da perspectiva da crítica feminista, tomando por base os fluxos de consciência da narradora protagonista Nnu Ego. Buchi Emecheta problematiza com essa narrativa as instituições masculinas que oprimem as mulheres nigerianas de etnia igbo. O registro das práticas ancestrais nessa narrativa rememora o lugar de opressão da mulher na Nigéria; o casamento se configura como uma instituição de interesses no qual a mulher é sempre a moeda de troca; e a maternidade é posta como um critério de sobrevivência perante as sociedades tradicionais. Para fundamentar nossas análises sobre ancestralidade, casamento e maternidade, anconramo-nos nos posicionamentos de Chimamanda Adichie (2015), de Oyèronké Oyewúmì (2021), Buchi Emecheta (2018), entre outros.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Sávio Freitas, Universidade Federal da Paraíba

Professor de Literaturas de Língua Portuguesa no Departamento de Letras do CCAE (Campus IV-UFPB) e do Programa de Pós-Graduação em Letras (Campus I-UFPB)

Luciana Carneiro, UFPB

Doutoranda em Letras pelo PPGL da UFPB.

Sayonara Costa, UFPB

Doutoranda em Letras pelo PPGL-UFPB.

Referências

ADICHIE, Chimamanda Ngozi. Sejamos todos feministas. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.

AKUJOBI, Remi. Motherhood in African Literature and Culture. Comparative Literature and Culture. West Lafayette, v. 13, abr., 2011. Disponível em: https://docs.lib.purdue.edu/clcweb/vol13/iss1/2/.Acesso em: 3 ago. 2021.

ALMEIDA, Sandra Regina Goulart. Cartografias Contemporâneas: espaço, corpo, escrita. Rio de Janeiro: 7 letras, 2015.

BEAUVOIR, Simone de. O Segundo Sexo, v.I, II. Tradução Sérgio Milliet. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1980.

BOURDIEU, Pierre. A Dominação masculina: a condição feminina e a violência simbólica. Tradução: Maria Helena Kuhner. 6. ed. Rio de Janeiro: BestBolso, 2018.

CANEZIN, Claudete Carvalho. A mulher e o casamento: da submissão a emancipação. Revista Jurídica Cesumar, v. 4, n. 1, p. 143-156, 2004.

CHIZIANE, Paulina. O alegre canto da perdiz. Lisboa: Caminho, 2008.

EMECHETA, Buchi. As alegrias da maternidade. Tradução: Heloisa Jahn. 2.ed. Porto Alegre: Dublinense, 2018.

OYÈWÙMÍ, Oyèronké. A invenção das mulheres. Construindo um sentido africano para os discursos ocidentais de gênero. Rio de janeiro: Bazar do Tempo, 2021.

TARDIVO, André Eduardo. As (im)possíveis alegrias da maternidade: a representação feminina colonizada no romance de Buchi Emecheta. Macabéa – Revista Eletrônica do Netlli, Crato, v. 10, n. 3, p. 80-99, 2021.

TIBURI, Márcia. Feminismo em comum: para todas, todes e todos. 7. ed. Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos, 2018.

ZINANI, Cecil Jeanine Albert. Literatura e gênero: a construção da identidade feminina. 2. ed. Caxias do Sul: Educs, 2013.

Downloads

Publicado

16.12.2021

Edição

Seção

OUTRAS VOZES DE ÁFRICA