Eduardo Prado, autor de A ilusão americana

Autores

Palavras-chave:

ensaio oitocentista brasileiro, crítica literária, revista literária

Resumo

Na condição de prosador destacado, Eduardo Prado terá seu perfil expressional iluminado aqui retrospectivamente pela apreciação de dois outros autores consagrados, a considerar a interpretação de José Lins do Rego, com o seu artigo sobre o escritor oitocentista brasileiro coligido no livro A casa e o homem, ou ainda, Eça de Queiroz, com sua crítica publicada na Revista moderna (1898) e, depois, incorporada à obra póstuma do ensaísta brasileiro sob o título Coletâneas. A pretexto de demonstrar como o escritor paulista se inscreve na tradição luso-brasileira por meio de um fraseado incomum, tomaremos a segunda edição do seu ensaio A ilusão americana (1895) como fonte primária para interpretação. Essa obra será aqui concebida como estando entrelaçada na crítica de seu amigo português, para que se associe vida cultural e devir histórico, os quais imbricados entre si podem ser entendidos como determinantes do estilo do ensaísta natural de São Paulo. Assim, ao menos podemos ter certa noção de como uma das vozes mais efetivas na projeção da literatura brasileira na Europa acabou por se confinar a uma espécie de referência remota, senão dispensável à compreensão do legado literário nacional que se oferece como modelo de prosa e de frase de um desempenho na escrita que é de um tempo e de um espaço precisos.

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Biografia do Autor

Éverton Barbosa Correia, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)

Doutor em Teoria Literária e Literatura Comparada pela Universidade de São Paulo, onde desenvolveu a tese “A poética do engenho: a obra de João Cabral sob a perspectiva canavieira”. Depois desenvolveu pesquisa em nível de pós-doutorado com apoio da FAPESP sob a supervisão de Marcos Siscar, na ocasião em que abordou a obra de Manuel Bandeira e de Joaquim Cardozo como interlocutores de João Cabral. Atualmente é professor adjunto na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

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Publicado

06.12.2022

Edição

Seção

DOSSIÊ: OBSCURECIDOS, PRETERIDOS OU IGNORADOS NA LITERATURA BRASILEIRA MODERNA