De Cacau (1933) a São Jorge dos Ilhéus (1944): a memória da recepção crítica da literatura de Jorge Amado no século XX
DOI:
https://doi.org/10.22478/ufpb.1516-1536.2022v24n2.64040Palavras-chave:
recepção, memória, crítica, romance, Jorge AmadoResumo
Objetiva-se apresentar a recepção crítica dos romances Cacau (1933), Suor (1934), Jubiabá (1935), Mar morto (1936), Capitães da areia (1937), Terras do sem fim (1943) e São Jorge dos Ilhéus (1944), de autoria do escritor Jorge Amado, ao longo do século XX, no sentido de demonstrar como se deu a hegemonia de determinada sedimentação de sentidos em detrimento de outras, qual seja a leitura crítica que toma a produção ficcional do escritor como tributária da realidade social, sendo sua literatura um mero espelhamento das estruturas da sociedade baiana na primeira metade do século XX e das condutas políticas e ideológicas do romancista. Assim, por meio da noção de “memória da recepção crítica”, apoiada nos estudos dos teóricos da Estética da Recepção, nomeadamente Hans Robert Jauss e Wolfgang Iser, iremos considerar os textos críticos publicados em jornais, suplementos e revistas literárias, compêndios, antologias e histórias da literatura, como suportes da memória, isto é, como medium de eternização de significados, valores, ajuizamentos e usos do referido corpus do escritor, identificando na crítica brasileira uma tradição romântica, naturalista, realista e, mais tarde, marxista. A recensão nos permite, por exemplo, identificar o arcabouço teórico-crítico utilizado para a notória rejeição de Jorge Amado na academia e a associação de sua obra ao rótulo de “literatura menor”.
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