A CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS NO ENSINO DA LITERATURA:

UMA PERSPECTIVA SOCIOINTERACIONISTA

Resumo

Neste trabalho, apresentamos os resultados e a análise de uma pesquisa junto a um grupo de professores e estudantes do Ensino Médio, na cidade de Tapiramutá/Bahia. Com ele, objetivamos compreender as contribuições das atividades de contação de histórias realizadas por contadores tradicionais, orientadas pela perspectiva sociointeracionista da linguagem, para a formação do leitor literário, a partir das seguintes questões: como a literatura da tradição oral pode possibilitar a proposição de práticas de ensino situadas a partir da perspectiva sociointeracionista? Quais as contribuições da contação de histórias para a formação do leitor literário? Partimos do entendimento da importância da inclusão das literaturas da tradição oral no currículo como conteúdo de ensino, na perspectiva sociointeracionista, objetivando tornar pública e visível a cultura dos falantes de uma determinada comunidade discursiva, narrada a partir dos gêneros orais. A metodologia é de natureza qualitativa, sob os fundamentos da pesquisa-ação, por meio de atividades propostas envolvendo uma rede colaborativa que, conjuntamente, planejou e desenvolveu as atividades compostas pela promoção de sequências didáticas e atividades de leitura, interpretação, ilustração e releitura de textos literários oriundos da tradição oral. Tomamos como percurso teórico as perspectivas de Marcuschi (2008; 2010), Bakhtin (2007; 2015; 2017) e Gumperz (1982). Verificamos que as atividades e práticas de leitura literária desenvolvidas seguiram metodologias norteadas pela reflexão dos contextos históricos, sociais e culturais concretos dos educandos e foram embasadas nas seguintes perspectivas: na teoria sociointeracionista, na BNCC - Base Nacional Comum Curricular - e no letramento literário.