A imagem de um brasil(eiro) esgarçado: uma leitura sobre o conto O espelho (esboço de uma nova teoria da alma humana) de Machado de Assis

Autores

  • Andréa Morais C. Bühler

Resumo

Analisaremos o conto “O espelho”, a partir de uma metodologia interpretativa que articule texto e contexto, numa linha reflexiva em que o externo (no caso, o social) desempenha um papel na constituição da estrutura do texto, tornando-se, portanto, interno. Essa questão aparece representada no conto “O espelho”, onde a denúncia de uma vida coisificada, numa sociedade burguesa em constituição, mas, ao mesmo tempo, combinada a prevalência de valores autoritários e patriarcais de uma sociedade ainda escravagista, incide sobre a problemática de realidade/identidade do sujeito e do meio social. Justamente, o espelho, como símbolo de mediação entre indivíduo e mundo, reflete um Brasil de aparência e de falsas virtudes preso à princípios arcaicos de privilégio e clientelismo, de modo que a identificação do indivíduo com estes engendra as condições de sua alienação e do seu esvaziamento.

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Publicado

01.01.2005

Edição

Seção

Artigos do Dossiê