Hölderlin (re)traduzido no Brasil: Constelações poético-tradutórias, acontecimentos

Autores

  • Marcelo RONDINELLI UFMG

Palavras-chave:

Friedrich Hölderlin, Antonio Cicero, Retradução, Poetas-tradutores brasileiros

Resumo

O presente artigo integra parte de pesquisa mais ampla para o desenvolvimento de tese de doutorado (2015), enriquecido de novos aportes e reflexões. Ele concentra-se na última retradução – em termos cronológicos, a mais recente – de “Hyperions Schicksalslied”, de Friedrich Hölderlin, por Antonio Cicero, concluindo (provisoriamente) a sequência de (re)traduções até o momento, realizadas pelos poetas-tradutores Manuel Bandeira, Mário Faustino, Marco Lucchesi, José Paulo Paes e Antonio Medina Rodrigues. Examinando não só a retradução proposta por Cicero para tal poema fundamental de Hölderlin, mas também as de outros poetas de linhagem hölderliniana com os quais se ocupou, é possível discutir a “hipótese da tradução” de Antoine Berman (1990), bem como da crítica que suscitou (cf. Gambier, 2011, entre outros). Por fim, mostra-se igualmente possível relacionar escolhas tradutórias de Antonio Cicero com sua lírica própria, além de seu trato com poesia de várias partes do mundo, de autoria e procedências diversas, conforme se pode acompanhar no blog “Acontecimentos”, que mantém há quase uma década. Ali, Cicero apresenta, debate, realimenta a reflexão sobre poesia (entre outros temas). O suporte eletrônico imprime nova dinâmica no trabalho (re)tradutório, na medida em que oferece espaço para a interação com seu público leitor. Com esses elementos, é possível mapear com Antonio Cicero mais uma constelação poético-tradutória no inesgotável universo da prática de tradução, crítica e criação.

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Referências

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Publicado

20.12.2016