Ironia e ternura: análise da canção “O meu guri”, de Chico Buarque
Résumé
Este trabalho apresenta uma análise da canção “O meu Guri”, de Chico Buarque, tendo como eixo teórico a noção de ironia como uma relação discursiva entre o dito e o implícito – conforme as refelxões de Linda Hutcheon sobre a ironia na arte pós-moderna – e também a relação dialógica entre autor-criador, autor contemplador, e personagem, por Mikhail Bakhtin. Sendo a letra da canção um discurso lírico, denominamos “poeta-criador” o sujeito da enunciação do poema; “poetacontemplador”, o sujeito da nova enunciação (a leitura), que é o leitor com habilidade para perceber a ironia por meio da recriação do objeto estético do poema; e “eu lírico” o sujeito do enunciado do poema. Baseados nesta distinção, mostramos como a ironia resulta de um excedente de visão do poeta-criador e do poeta-contemplador em relação ao eu lírico. Palavras-chave: Chico Buarque; “Meu Guri”; Mikhail Bakhtin; autor-criador; autor-contemplador; eu lírico.Téléchargements
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Artigos do Dossiê