MARIANO GRONDONA, MORALISMO PÚBLICO E OS ALTOS E BAIXOS DO BEM COLETIVO

Résumé

PORTUGUESE: 

O artigo examina o caso de Mariano Grondona, um dos colunistas políticos e intelectuais mais proeminentes da Argentina na segunda metade do século XX. Seu papel poderia ser definido como o de um "moralista público" que durante décadas orientou as opiniões dos círculos do poder e de amplos setores da cidadania, especialmente das classes média e média-alta. A análise destaca sua posição em relação a governos de fato e democracia, direitos humanos e liberalismo. Afirmando sua preocupação filosófico-política com o bem comum, Grondona procurou influenciar a opinião pública e, por meio dela, a ordem política da sociedade argentina, que nas décadas de 1960 e 1970 percebia estar à beira do caos. Transformando-se no que mais tarde definiu como um 'liberal resignado', apoiou golpes de estado e governos de facto que prometiam ordem e coexistência pacífica à custa de cerceamento dos direitos humanos. Após o colapso do governo das Forças Armadas, ele reconsiderou seu apoio e preparou estudos que identificaram um liberalismo plural, ético e solidário como base para uma democracia desenvolvida. Grondona procurou explicar seu apoio aos governos de fato e posteriormente conseguiu reconstruir sua imagem, mantendo-se como um dos mais reconhecidos formadores de opinião pública da Argentina.