“EFÍGIE QUE QUEIMA” :

UMA ANÁLISE HISTÓRICA DE JOÃO SUASSUNA NA VIDA E OBRA DE ARIANO SUASSUNA

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DOI :

https://doi.org/10.22478/ufpb.1516-1536.2024v26n1.69231

Mots-clés :

História. Literatura. Ariano Suassuna. João Suassuna. Assassinato.

Résumé

O presente artigo pretende entender como a morte trágica de João Urbano Pessoa de Vasconcellos Suassuna se configurou como um acontecimento histórico e traumático responsável por moldar os comportamentos, as práticas, as defesas e vivências do paraibano Ariano Vilar Suassuna. João Suassuna, ex-governador da Paraíba, foi assassinado no dia 09 de outubro de 1930, em função do conturbado período de brigas no interior da oligarquia que comandava o Estado, durante o movimento armado chamado Revolução de 1930. Tendo visto no pai um político que viera ao mundo para “olhar os sertanejos esquecidos”, Ariano Suassuna herdaria do progenitor aspectos decisivos para a sua formação intelectual, como o gosto pela leitura dos clássicos, além da defesa assídua da cultura popular e tradicional. A morte de João Suassuna ainda irá definir muito da trajetória literária de Ariano, sendo rememorada de forma dolorosa e saudosa em grande parte de suas obras e discursos. Amparado em autores como Jeanne Marie Gagnebin (2006), Eduardo Dimitrov (2011) e Ana Maria César (2020); e contando com o “corpus documental” composto por entrevistas, discursos da Academia Brasileira de Letras (ABL) e fontes jornalísticas, o estudo tenta mostrar como o dramaturgo de Taperoá se torna marcado pelo assassinato do pai, transformando e ressignificando a experiência traumática ao demarcar historicamente uma defesa ferrenha pelas tradições.

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Willians Alves da Silva, UFPI

Possuo graduação com Láurea Acadêmica em História pela Universidade Federal do Piauí - UFPI (2021), mestrado em História do Brasil pela mesma instituição (2024), e atualmente curso o doutorado em História do Brasil (PPHB - UFPI). Desenvolvo pesquisas sobre História Intelectual, História e Literatura, Lima Barreto, Primeira República, Escrita de si, Cultura Popular, Ariano Suassuna e Movimento Armorial.

Fábio Leonardo Castelo Branco Brito , Universidade Federal do Piauí

Possui graduação em Licenciatura Plena em História pela Universidade Estadual do Piauí (2010), especialização em História do Brasil pela Faculdade Latino Americana de Educação (2011), mestrado em História do Brasil pela Universidade Federal do Piauí (2013), doutorado em História Social pela Universidade Federal do Ceará (2016). É Professor Adjunto 2 do Departamento de História da Universidade Federal do Piauí e docente do quadro permanente do Programa de Pós-Graduação em História do Brasil da mesma instituição. É co-líder do GT "História, Cultura e Subjetividade" (DGP/CNPq), membro do GT Nacional de História Cultural (ANPUH) e da Rede de Pesquisa em História e Cultura no Mundo Contemporâneo. Realizou estágio pós-doutoral no Programa de Estudos Pós-Graduados em História da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Atuou como membro do conselho editorial da Revista Espacialidades (UFRN). Integra o Núcleo de Estudo em História Social das Cidades (NEHSC) da PUC-SP. Já participou de comitês de assessoramento da CAPES para avaliação de programas de pós-graduação. É também roteirista de produtos audiovisuais, participando, atualmente, da construção de roteiros para filmes curtas-metragens, webséries e projetos de dramaturgia para as redes sociais. Tem como principais interesses a História do Brasil Contemporâneo e a Teoria e Filosofia da História, bem como os estudos que articulam História, Cultura e Subjetividade em dimensões como arte, música, cinema, literatura, juventudes, identidades de gênero, espacialidades, práticas discursivas, produção de subjetividades e filosofia da diferença

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Publiée

2024-12-30

Numéro

Rubrique

MUSEU DE TUDO 3: TEMA LIVRE