O Direito Das Gentes Como Discurso: O Tráfico Internacional De Escravos Sob A Luz Do Saber Jurídico (1839-1850)

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.22478/ufpb.1678-2593.2020v19n41.44266

Palabras clave:

Direito das Gentes, Tráfico Internacional de Escravos, Comparação histórica e jurídica, Discurso

Resumen

O presente artigo tem como objetivo analisar a literatura jurídica sobre o direito das gentes e seus efeitos jurídicos no debate internacional sobre a supressão do tráfico de escravos. Nesse sentido, a análise perseguirá como a literatura dos manuais de direito oitocentista debruçaram-se acerca dos elementos de Direito das Gentes para balizar as disputas jurídicas em relação às regras internacionais das nações no século XIX. Sendo assim, o palco das disputas do Direito das Gentes levará em consideração as contendas políticas e jurídicas que envolveram países como Brasil, Portugal e Inglaterra no que tange aos problemas sobre a interrupção do tráfico de escravos pelas águas do Atlântico Sul. Em termos metodológicos, o texto parte das contribuições da análise do discurso na vertente francesa. Ilumina-se nas fontes a produção dos sentidos jurídicos em relação ao Direito das Gentes. Ademais, o artigo iluminará um entrecruzamento interdisciplinar e metodológico entre a História e o Direito ao tomar o Direito das Gentes como um discurso/saber. Por fim, o texto apresentará como as regras do Direito Internacional foram utilizadas para dar um sentido de legalidade, legitimidade e justiça em relação a permanência ou não do tráfico internacional de escravos.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Gustavo Pinto de Sousa, Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES)

Professor Adjunto no Departamento de Ensino Superior no Instituto Nacional de Educação de Surdos (DESU/INES) para área de História e Educação. Foi professor de História na Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA). Doutor em História pelo PPGHC/UFRJ. Mestre em História História Política pelo PPGH/UERJ com bolsa Capes/DS. Foi Professor contratado do Colégio de Aplicação da UERJ/ CAp/UERJ e da Licenciatura em História da UERJ. Professor-tutor no curso de História da UNIRIO, pólo de Duque de Caxias. Pesquisador Associado do Laboratório de Estudo das Diferenças e Desigualdades Sociais -LEDDES/UERJ e Pesquisador do Laboratório de Estudos Africanos (LeÁfrica/UFRJ).

Citas

ACCIOLY, Hildebrando et al. Manual de direito internacional público. São Paulo: Saraiva, 2011.

ALBUQUERQUE, Pedro Autran da Malta. Elementos do direito das gentes. Pernambuco: Tipografia União, 1851.

ALMEIDA, Paulo Roberto de. Formação da diplomacia econômica no Brasil: as relações internacionais no Império. São Paulo: Senac; Brasília: Funag, 2005.

BENTHAM, Jeremy. Principles of international law. In: Works of Jeremy Bentham. Ed. J. Bowring, Edinburg: William Tait, 1843. v. II. Disponível em: <http://www.laits.utexas.edu/poltheory/bentham/pil/pil.e01.html>.

BOSON, Gerson de Brito Mello. Direito internacional público. Belo Horizonte: Del Rey, 1994.

CERVO, Amado Luiz; BUENO, Clodoaldo. História da política exterior do Brasil. São Paulo: Ática, 1992.

DELGADO, Érika Melek. Identidades em trânsito: o caso dos africanos livres na primeira colônia britânica da África Ocidental. Revista de Ciências Humanas, Viçosa, v. 14, n. 2, 2014. Disponível em: <http://www.cch.ufv.br/revista/pdfs/vol14/artigo5dvol14-2.pdf>.

FERREIRA, Silvestre Pinheiro. Manual do cidadão em um governo representativo, ou principios de direito constitucional, administrativo e das gentes. Paris: Rey et Gravier/J. P. Aillaud, 1834. v. 2.

FLORES, Alfredo. Algumas reflexões sobre o método de estudo de caso no direito. Revista Quaestio Iuris, v. 4, n. 1, 2011. Disponível em: <http://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/quaestioiuris/article/view/10210/7988>.

FOUCAULT, Michel. Arqueologia do saber. Tradução de Luiz Felipe Baeta Neves.7. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2009.

FOUCAULT, Michel. As palavras e as coisas. Tradução de Salma Tannus Muchail. 4. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1987.

GRINBERG, Keila. Escravidão e relações diplomáticas Brasil e Uruguai, século 19. In: 4o ENCONTRO ESCRAVIDÃO E LIBERDADE NO BRASIL MERIDIONAL. Anais… Curitiba: UFPR, 2015.

LETWIN, Shirley Robin. On the history of the idea of law. Cambridge University Press, 2005.

LIMA, Rafael Peter de. Diplomacia em xeque: direito das gentes e escravidão na agenda bilateral Brasil-Uruguai. Revista História e Cultura, Franca, 2015.

MALTEZ, José Adelino. Princípios de ciência política: o problema do direito. Lisboa: ISCSO, 1998.

MAMIGONIAN, Beatriz Gallotti. Une modernité imposée et ambigué: la Grande-Bretagne, le Brésil et le projet d’abolition de la traite 1848-1851. In: REIS, Daniel Aarão; ROLLAND, Denis (Coord.). Modernités nationales, modernités importées. Paris: L’Harmattan, 2012.

MATTOSO, Kátia M. de Queirós. Ser escravo no Brasil. Tradução de James Amado. São Paulo: Brasiliense, 2003.

PAIVA, Vicente Ferrer Neto. Elementos de direito das gentes. Lisboa: Universidade de Coimbra, 1839.

ROCHA, Acílio da Silva Estanqueiro. O ideal da paz e o utilitarismo: o europeísmo de Bentham. Barcelona: Universitat, 2002. Sep. de “Retos de larazónpráctica”, 2002.

SECRETO, Maria Verónica. O asilo como direito de “gentes” na tradição espanhola. In: 7o ENCONTRO ESCRAVIDÃO E LIBERDADE NO BRASIL MERIDIONAL. Anais… Curitiba: UFPR, 2015.

SILVA, Leonardo Bruno. O tráfico de escravos nas relações externas de Brasil e Portugal. Tese (Doutorado) — Faculdade de Ciências e Letras de Assis, Unesp, São Paulo, 2014.

SOUZA, Alexandro Ferreira. Silvestre Ferreira e o pensamento político luso-brasileiro do século XIX. Revista de Estudos Filosóficos da UFSJ, São João del-Rei, n. 3, p. 8, 2009.2. Disponível em: <http://www.ufsj.edu.br/portal2repositorio/File/revistaestudosfilosoficos/art2-rev3.pdf>.

VATTEL, Emer de. O direito das gentes. Brasília: UnB/Instituto de Pesquisas das Relações Internacionais, 2004.

ZIMMERMANN, Benédicte; WERNER, Michael. Pensar a história cruzada: entre empiria e reflexibilidade. Textos de História, v. 11, n. 1-2, 2003.

Publicado

2020-08-07

Cómo citar

DE SOUSA, G. P. O Direito Das Gentes Como Discurso: O Tráfico Internacional De Escravos Sob A Luz Do Saber Jurídico (1839-1850). Prim Facie, [S. l.], v. 19, n. 41, p. 195–226, 2020. DOI: 10.22478/ufpb.1678-2593.2020v19n41.44266. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/index.php/primafacie/article/view/44266. Acesso em: 21 nov. 2024.