A CONSTITUIÇÃO DA VONTADE E A QUESTÃO DO LIVRO DIDÁTICO: ELEMENTOS CRÍTICOS PARA O ENSINO
Palavras-chave:
Trabalho intelectual, Despertar da vontade, Livro didático, Autonomia.Resumo
O artigo tem como objetivo o enfoque sobre a estrutura e o conteúdo que estão presentes nos livros didáticos no Brasil. Para completar essa finalidade, convidamos três pensadores, a saber, Émile Chartier, David Hume e Umberto Eco, que farão o trajeto elucidativo e conceitual sobre a vontade, com o intuito de corroborar a especificidade proposta neste ensaio. Na primeira passagem do texto, destaca-se a contribuição do manifesto de Émile Chartier sobre a condição de possibilidade do trabalho e da vontade como pressupostos imprescindíveis para o exercício intelectual do educando. Em seguida, contextualiza-se o conceito de vontade segundo David Hume, com o foco no trabalho intelectual, cujo intuito é alcançar o valor da liberdade como ponto de apoio que permite o despertar da vontade do aprendizado pela própria impressão interna que propicia o aprimoramento da percepção da mente. Em ambos os autores é possível perceber que esse despertar da vontade permite o desenvolvimento da autonomia para a criança. No entanto, percebe-se que os fatores que ajudam a elaboração desse processo (e que são pontualmente destacados por esses dois pensadores), podem ser engolfados por detalhes incidentes na superfície desse labor intelectual, de maneira a aniquilar as possibilidades do alcance dessa autonomia. Um bom exemplo desses detalhes se mostra (em boa parte) na estrutura dos livros didáticos programados no Brasil. E é assim que Umberto Eco acrescenta o último elemento importante para essa análise, que por fim, assinala o foco central desse trabalho como contribuição crítica para o ensino.Downloads
Referências
AZEVEDO, Ávila de. Alguns aspectos da pedagogia de Alain. In: Revista da Faculdade de Letras - Filosofia. (pp. 31 - 41), Lisboa, Dezembro de 1970.
Fonte : http://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/1271.pdf
Acesso: 24/06/2013.
CHARTIER, Émile (ALAIN), (1978), Reflexões sobre a educação, tradução brasileira de Maria Elisa Mascarenhas, S. Paulo, Edição Saraiva, 2012.
DALBÉRIO, Osvaldo; FILHO, Mário José. Prazer versus disciplina na educação: um estudo exploratório das divergências e das convergências. In: Revista Iberoamericana de Educación, vol. 39, N. 7, 2006. (ISSN: 1681-5653), (pp. 1-10)
ECO, Umberto; BONAZZI, Marisa. Mentiras que parecem verdades. Trad. Giacomina Faldini. São Paulo: Summus, 1980.
ESPÍNDOLA, Poliane Merie. A fenomenologia de Alfred Schutz: uma contribuição histórica. In: Trama Interdisciplinar, v. 3, n. 1, 2012.
GOTO, Roberto Akira. O escritor e o cidadão: ensaios sobre literatura e educação. Campinas: FE/UNICAMP, 2006.
HUME, David. Tratado da Natureza Humana. trad. Serafim da Silva Fontes. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2001.
JARDIM, João. Pro dia nascer feliz. (documentário), Tambellini Filmes, Fogo Azul Filmes, Copacabana Filmes, Globo Filmes e Eletrobás, 2007.
KAMEL, Ali. O que ensinam as nossas crianças. Jornal O Globo, Rio de Janeiro, 18 de set. de 2007.
Fonte: http://www.newmarc.com.br/drws/ali_kamel.pdf
Acesso: 22 de junho de 2013
MESERANI, Samir Curi. Apresentação da edição brasileira. In: ECO, Umberto; BONAZZI, Marisa. Mentiras que parecem verdades. Trad. Giacomina Faldini. São Paulo: Summus, 1980.
PETERS, F. E. Termos filosóficos gregos: um léxico histórico. Trad. Beatriz Rodrigues Barbosa, 2. edição, Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1974.
SOARES, Magda Becker. Um Olhar sobre o Livro Didátco. In: Presença Pedagógica, Belo Horizonte: Editora Dimensão, v. 2, n. 12, p. 52-63, nov./dez. 1996.