Pode a literatura borrar os limites do corpo numa sala de aula?

Autores

  • Steferson Zanoni Roseiro Universidade Federal do Espírito Santo
  • Nahun Thiaghor Lippaus Pires Gonçalves IFES https://orcid.org/0000-0002-5684-0880
  • Victor Nogueira Lage UFES

Palavras-chave:

Currículos, Literatura, Juventude, Corpo

Resumo

Metodologicamente, esse ensaio propõe fabular um corpo em uma sala de aula. O que quer esse corpo? Objetivamente, borrar os limites do corpo no encontro com a literatura e as juventudes. Quando o corpo estranho – personagem fabulado no encontro com a turma de graduação – invade uma aula para questionar as interpretações, o que ele quer? Começa por questionar a lógica das explicações, os lugares bem delineados da razão, mas, simplesmente, o que faz é tirar do indivíduo central o foco da verdade. A aposta na literatura com as juventudes em um exercício de praticar os currículos como expansão do mundo implica em possibilitar redes de conversações, em expandir as percepções sobre os corpos. Numa roda de conversas literárias há algo na esfera do acontecimento, do incontrolável, com pouco ou nenhum delineamento, que serve de estopim para desencontros das leituras tradicionais da academia. Quantos possíveis habitam uma sala de aula? 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Steferson Zanoni Roseiro, Universidade Federal do Espírito Santo

Doutor em Educação pela Universidade Federal do Espírito Santo. Professor da Prefeitura Municipal de Cariacica.

Nahun Thiaghor Lippaus Pires Gonçalves, IFES

Doutorando em Psicologia Institucional pela Universidade Federal do Espírito Santo. Professor do Instituto Federal do Espírito Santo, campus Itapina.

Victor Nogueira Lage, UFES

Graduando em Filosofia pela Universidade Federal do Espírito Santo.

Referências

ALVES, Nilda. Tecer conhecimento em redes. In: ALVES, Nilda; GARCIA, Regina Leite. O sentido da escola. 5. ed. Rio de Janeiro: DP et Alii, 2008.

CARVALHO, Alexandre Filordi de. Neoliberalismo e governamentalidade de crises no pós-fascismo: que pode a educação? Práxis & Saber, v. 14, n. 38.

CARVALHO, Janete Magalhães. O currículo como comunidade de afetos. Rio de Janeiro: DP et Alii, 2009.

COMITÊ INVISÍVEL. Aos nossos amigos: crise e insurreição. Traduzido por Edições Antipáticas. São Paulo: n-1 edições, 2016.

CORAZZA, Sandra. O que quer um currículo? Pesquisas pós-críticas em educação. Petrópolis: Editora Vozes, 2001.

CORAZZA, Sandra Mara. O que se transcria em educação? Porto Alegre: UFRGS, Doisa, 2013.

DELEUZE, Gilles. Crítica e clínica. 2. ed. Traduzido por Peter Pál Pelbart. São Paulo: Ed. 34, 2011.

DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix. Mil Platôs: capitalismo e esquizofrenia 2, vol. 1. Tradução de Ana Lúcia Oliveira, Aurélio Guerra Netto e Celia Pinto Costa. 2. ed. São Paulo: Ed. 34, 2011a.

DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix. Mil Platôs: capitalismo e esquizofrenia 2, vol. 2. Tradução de Ana Lúcia de Oliveira e Lúcia Cláudia Leão. 2. ed. São Paulo: Ed. 34, 2011b.

DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix. Mil Platôs: capitalismo e esquizofrenia 2, vol. 3. Tradução de Aurélio Guerra Neto, Ana Lúcia de Oliveira, Lúcia Cláudia Leão e Suely Rolnik. 2. ed. São Paulo: Ed. 34, 2012.

DELEUZE, Gilles; PARNET. Diálogos. Tradução de Eloisa Araújo Ribeiro. São Paulo: Editora Escuta, 1998.

Extra Classe. Magistério está entre as profissões de risco. Disponível em: <https://www.extraclasse.org.br/saude/2010/10/magisterio-esta-entre-as-profissoes-de-risco/>. Acesso em: 04 nov. 2023.

FREITAS, Luiz Carlos de. A reforma empresarial da educação: nova direita, velhas ideias. São Paulo: Expressão Popular, 2018.

GUATTARI, Félix. Máquina Kafka.Tradução de Peter Pál Pelbart. São Paulo: n-1 edições, 2022.

MASSCHELEIN, Jan; SIMONS, Maarten. Em defesa da escola: uma questão pública. Traduzido por Cristina Antunes. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2014.

LAVAL, Christian. A escola não é uma empresa: o neo-liberalismo em ataque ao ensino público. Traduzido por Maria Luiza M. de Carvalho e Silva. Londrina: Editora Planta, 2004.

LAZZARATO, Maurizio. Fascismo ou revolução? Traduzido por Takashi Wakamatsu e Fernando Scheibe. São Paulo: n-1 edições, 2019.

LEITE, Carlinda; FERNANDES, Preciosa. Desafios aos professores na construção de mudanças educacionais e curriculares: que possibilidades e que constrangimentos? Educação, Porto Alegre, v. 33, n. 3, p. 198-204, set./dez. 2010.

LOPES, Alice Casimiro; BORGES, Veronica. Currículo, conhecimento e interpretação. Currículo sem Fronteiras, v. 17, n. 3, set./dez., 2017, p. 555-573.

ROLNIK, Suely. Esferas da insurreição: notas para uma vida não cafetinada. São Paulo: n-1 edições, 2018.

ROSEIRO, Steferson Zanoni. Fabulate ergo sum: a criação, o currículo e o cuidado com a vida. Childhood & Philosophy, Rio de Janeiro, v. 17, jun., 2021, p. 01-25.

ROSEIRO, Steferson Zanoni; GONÇALVES, Nahun Thiaghor Lippaus Pires; RODRIGUES, Alexsandro. “Colega, senta que o babado é bom!”: escolas, currículos e fuxicos. Teias, Rio de Janeiro, v. 24, n. especial, abr./jun., 2023, p. 6-18.

SKLIAR, Carlos. Pedagogia (im)provável da diferença: e se o outro não estivesse aí? Traduzido por Giane Lessa. Rio de Janeiro: DP&A, 2003.

UFMG. Fatores psicossociais e insatisfação com o trabalho provocam adoecimento de professores. Disponível em: <https://ufmg.br/comunicacao/noticias/fatores-psicossociais-e-insatisfacao-com-o-trabalho-provocam-adoecimento-de-professores>. Acesso em: 04 nov. 2023.

Downloads

Publicado

2024-05-20

Como Citar

ROSEIRO, S. Z.; LIPPAUS PIRES GONÇALVES, N. T.; NOGUEIRA LAGE, V. Pode a literatura borrar os limites do corpo numa sala de aula?. Revista Temas em Educação, [S. l.], v. 33, n. 1, p. e-rte331202439, 2024. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/index.php/rteo/article/view/68590. Acesso em: 24 dez. 2024.

Edição

Seção

Quais juventudes querem os currículos? Quais currículos querem as juventudes?