O BEM VIVER COMO FILOSOFIA DA VIDA: CONTRIBUIÇÕES À EDUCAÇÃO INTERCULTURAL

THE WELL LIVINGAS A LIFE PHILOSOPHY: AND ITS CONTRIBUTIONS TO INTERCULTURAL EDUCATION

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22478/ufpb.2359-7003.2019v28n2.43653

Palavras-chave:

Bom Viver, Filosofia da Vida, Educação, Interculturalidade

Resumo

Adotamos no presente artigo o Bem Viver andino como possibilidade de pensá-lo como Filosofia da Vida, situando-o no debate filosófico-educacional para, ensaisticamente, visualizar aportes a uma educação intercultural, capaz de reconhecer diferentes identidades, alteridades e racionalidades. O objetivo é refletir sobre possíveis aberturas e diálogos que podem contribuir com estudos e projetos educacionais que estão instaurando perspectivas críticas de educação e interculturalidade, de modo a descentrar concepções, discursos e práticas etnocêntricas, cognitivistas e monoculturais que reproduzem alienação e acriticidade, negando as dimensões da corporeidade, da espiritualidade e da inventividade das gerações contemporâneas. Utilizamos a hermenêutica filosófica, crítica, portanto, como referencial de nossa reflexão e diálogo com autores que oferecem subsídios teórico-metodológicos que sustentam o debate do intercultural na educação, como Paulo Freire, Vera Maria Candau e Reinaldo Fleuri, dentre outros. Concluímos que, embora o pensamento hegemônico perdure na cultura escolar, a abertura ao intercultural no pensamento filosófico-educacional tem se tornado inevitável, aumentando o desafio e, ao mesmo tempo, a riqueza contida nas diferentes perspectivas culturais e epistemológicas de educação.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

José María Hernádez Díaz, Universidad de Salamanca (USAL)

Doutor em Educação pela Universidade de Salamanca (USAL). Professor de Teoria e História da Educação. Coordenador do Programa de Doutorado em Educação da Universidade de Salamanca. Diretor de História da Educação - Revista Interuniversidade. Diretor da AULA - Revista de Pedagogia da Universidade de Salamanca. Diretor do Grupo de Pesquisa GIR: Helmántica Paideia.

Referências

ACOSTA, Alberto. O Buen Vivir: Uma oportunidade de imaginar outro mundo, 2011. Disponível em: <http://br.boell.org/sites/default/files/downloads/alberto_acosta.pdf> Acesso em 14 de dez. 2018.

BHABHA, Homi K. O local da cultura. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 1998.

CANDAU, Vera Maria. Diferenças culturais, cotidiano escolar e práticas pedagógicas. Currículo sem Fronteiras, v. 11, n. 2, p. 240-255, 2011.

______. Direitos humanos, educação e interculturalidade: as tensões entre igualdade e diferença. In: CANDAU, Vera Maria. (Org.). Educação intercultural na América Latina: entre concepções, tensões e propostas. Rio de janeiro: 7 Letras, 2009. p. 154-173.

CAVALCANTI, Anna Hartmann. Nietzsche e a história: o que nos faz pensar. [S.l.], v. 1, n. 01, p. 29-36, jun.1989. Disponível em: <http://www.oquenosfazpensar.com/adm/uploads/artigo/nietzche_e_a_historia/n1anna.pdf> Acesso em 14 dez. 2018.

DILTHHEY, Wilhelm. A construção do mundo histórico nas ciências humanas. Trad. Marco Antônio Casanova. São Paulo: UNESP, 2010.

DUSSEL, Enrique. Transmodernidade e interculturalidade: interpretação a partir da filosofia da libertação. Sociedade e Estado Vol. 31 nº. 1 Brasília, p. 51-73, Jan./Apr. 2016.

ECO, Umberto. Baudolino. 8 ed. Trad. Marco Lucchesi. Rio de Janeiro-São Paulo: Editora Record, 2010.

FLEURI, Reinaldo Matias. Interculturalidade e educação. In: Revista brasileira de educação. São Paulo: n. 23, Maio/Jun/Ago, 2003.

______. (Org.). Intercultura: estudos emergentes. Ijuí/RS: Unijuí, 2002.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia. São Paulo: Paz e Terra, 2002.

GADAMER, Hans-Georg. O problema da consciência histórica. Organizador: Paulo Frichon – Trad. Paulo César Duque Estrada. 3 ed. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2006.

GARCEZ, María C. Leme; MÉNDEZ, José Mario M. Repensar la Educación: aportes desde la interculturalidad y la pedagogia social. El Salvador: Editorial Universidad Dom Bosco, 2013.

GEERTZ, Clifford. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1978.

GUDYNAS, Eduardo. Buen vivir: Germinando alternativas al desarrollo. América Latina en Movimiento – ALAI, nº 462: 1-20, fev. 2011, Quito – Equador.

HECK, Egon Dionísio; SILVA, Renato Santana da; FEITOSA, Saulo Ferreira (Org.). Povos indígenas: aqueles que devem viver – Manifesto contra os decretos de extermínio. Brasília: Conselho Indigenista Missionário (Cimi), 2012.

LIMA, Márcio José Silveira. Nietzsche e a história: o problema da objetividade e do sentido histórico. Cadernos Nietzsche n. 30, 2012, p. 159-181.

NIETZSCHE, Friedrich. Segunda consideração intempestiva: da utilidade e desvantagem da história para a vida. Trad. Marco Antônio Casanova. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2003.

PANIKKAR, Raimon. Paz y desarme cultural. Bilbao: Editorial Sal Terrae, 1993.

______. Paz e Interculturalidad: una reflexión filosófica. Trad. Gérman Ancochea. Barcelona: Herder, 2006.

PIERUCCI, Antônio Flávio. Ciladas da diferença. São Paulo: Editora 34, 1999.

ROTHACKER, Erich. Philosophische Anthropologie. Bonn: Bouvier Verlag, 1966.

SHÄFFER, Margareth. Entre-lugares da cultura: diversidade ou diferença? Revista Educação & Realidade, nº 24.1: 161-167, Jan/Jun 1999. Disponível em: < https://seer.ufrgs.br/educacaoerealidade/article/view/55813> Acesso em 15 dez. 2018.

STEIN, Ernildo. Antropologia Filosófica: questões epistemológicas. – 2 ed., ver. - Ijuí: Ed. Unijuí, 2010.

Downloads

Publicado

2019-09-03

Como Citar

POZZER, A.; DÍAZ, J. M. H. O BEM VIVER COMO FILOSOFIA DA VIDA: CONTRIBUIÇÕES À EDUCAÇÃO INTERCULTURAL: THE WELL LIVINGAS A LIFE PHILOSOPHY: AND ITS CONTRIBUTIONS TO INTERCULTURAL EDUCATION. Revista Temas em Educação, [S. l.], v. 28, n. 2, p. 121–137, 2019. DOI: 10.22478/ufpb.2359-7003.2019v28n2.43653. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/index.php/rteo/article/view/43653. Acesso em: 29 mar. 2024.

Edição

Seção

DOSSIÊ SOBRE EDUCAÇÃO INTERCULTURAL: EPISTEMOLOGIAS E NOVAS FERRAMENTAS