REVISANDO CONCEPÇÕES: AS INTERFACES ENTRE GÊNERO, SEXUALIDADE E A ESCOLA
Resumen
O presente artigo está fundamentado nas epistemologias sob a perspectiva feminista, bem como nos estudos teóricos sobre as relações de gênero e sexualidade, que apresentam forte tendência cultural. A produção, aqui, principiada tem como foco discutir os temas das relações de gênero e da sexualidade, articulando-os ao campo da educação, especificamente, ao contexto escolar. Ambos os temas são, aqui, concebidos como construtos sociais que regulam, organizam e orientam a vida de homens e mulheres na sociedade, fazendo-se presentes na intrincada rede de relações que estabelecem entre si. O engendramento de gênero produz efeitos sobre os sujeitos, condicionando posturas, atitudes e comportamentos assumidos por homens e mulheres, influenciando, inclusive, as formas de expressão e manifestação da sexualidade. Ao adentrar no debate sobre sexualidade, esta é discutida sobre duas perspectivas: a moral sexual diferenciada, que envolve a diferenciação de comportamento sexual entre homens e mulheres; e o aspecto da diversidade sexual, ampliando-se as nuances, aí, inerentes, com a abordagem da temática Queer. Em meio a este contexto, acredita-se que a escola é uma via que possibilita alterar a realidade na qual as relações de gênero e a sexualidade se encontram. Reconhece-se, aqui, que os contextos escolares ainda estão impregnados de viés que tende à reprodução de gênero, bem como se mantém tímido diante das questões pertinentes ao debate da sexualidade. Todavia, espaço social por excelência, a escola é, também, passível de imprimir novos ritmos aos sujeitos, favorecendo a construção da igualdade de gênero e o respeito à diversidade.
Palavras-chave: Gênero. Sexualidade. Educação. Escola. Formação.
Descargas
Citas
BADINTER, E. Um é o outro: relações entre homens e mulheres. Tradução Carlota Gomes. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 1986.
BASSANEZI, C. Mulheres dos anos dourados. In: PRIORI, I. D. (Org.). História das Mulheres no Brasil. São Paulo: Contexto, 1997. p. 607 – 637.
BEAUVOIR, S. O segundo sexo: experiência vivida. 6. ed. Tradução Sérgio Millet. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1980.
BOURDIEU, P.; PASSERON, J. C.A reprodução: elementos para uma teoria do sistema de ensino. 3. ed.Tradução Reynaldo Bairão. [S.l.: s.n.], 1992.
BOURDIEU, P. A dominação masculina. Tradução Maria Helena Kühner. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1999.
BRASIL. Gênero e diversidade sexual na escola: reconhecer diferenças e superar preconceitos. N. 4, Ministério da Educação. Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade. Brasília: DF, 2007.
BUTLER, J. P. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Tradução Renato Aguiar. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.
CARRIERI, A.P.; SOUZA, E. M.A analítica queer e seu rompimento com a concepção binária de gênero. Rev. Adm. Mackenzie – RAM, São Paulo, v.11, n. 3, p. 46-70, maio./jun. 2010. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ram/v11n3/a05v11n3.pdf>. Acesso em: 10 nov. 2010.
CARVALHO, M. P. Gênero na sala de aula: a questão do desempenho escolar. In: CANDAU, V.L.; MOREIRA, A. F. (Orgs.). Multiculturalismo: diferenças culturais e práticas pedagógicas. Petrópolis: Vozes, 2008. p. 91-124.
DINIS, N. F. Educação, Relações de Gênero e Diversidade Sexual. Educação & Sociedade, Campinas, vol. 29, n. 103, p. 477-492, maio./ago. 2008. Disponível em:<http://www.scielo.br/pdf/es/v29n103/09.pdf>. Acesso em: 10 out. 2010.
FAGUNDES, T. C. P. C.Educação e Construção da identidade de gênero. In: ______. (Org.). Ensaios sobre gênero e educação. Salvador: Ed. da UFBA, 2001. p.13-17.
______. Sexualidade e Gênero – uma abordagem conceitual. In: ______. (Org.). Ensaios sobre educação, sexualidade e gênero. Salvador: Helvécia, 2005. p. 9-20.
FAUSTO-STERLING, A. Cuerpos sexuados: la política de gênero y la construcción de la sexualidad. Tradução Ambrósio García Leal. Barcelona: Melusa, 2006.
FIGUEIRÓ, M. N. D.Formação de educadores sexuais: adiar não é mais possível. São Paulo: Mercado das Letras, 2006.
FOUCAULT, M. Vigiar e punir: nascimento da prisão. Tradução Raquel Ramalhete. Petrópolis: Vozes, 2004.
JESUS, R. M. B. Implicações da ação docente sobre questões de sexualidade e gênero na escola. Revista da Faced, Salvador, n.11, p.189-199, jan./jun. 2007. Disponível em: <http://www.portalseer.ufba.br/index.php/rfaced/article/viewFile/2751/194>. Acesso em: 20 ago. 2010.
LIMA E SOUZA, A. F. Sexo e Identidade: Biologia não é destino. In: FAGUNDES, T. C. P. C. (Org.). Ensaios sobre educação, sexualidade e gênero. Salvador: Helvécia, 2005. p. 21-35.
______. LIMA, T. L. Práticas educativas “atravessadas” pelo gênero: percepções de docentes sobre identidades de meninas e meninos. In: TENÓRIO, R. M.; LÔRDELO, J. A. (Orgs.). Formação pela pesquisa: desafios pedagógicos, epistemológicos e políticos. Salvador: EDUFBA. 2008, p.255-273.
LIMA, M. E. B. As relações de gênero e a educação: escola de formação da CUT no nordeste: as relações de gênero em debate. Recife: Bagaço, 2000, p. 9-19.
LOURO, G. L. Gênero, sexualidade e educação: uma perspectiva pós-estruturalista. 4. ed. Petrópolis: Vozes, 2007.
______. Educação e gênero: a escola e a produção do feminino e do masculino. In: SILVA, L. H.; AZEVEDO, J. C. (Orgs.). Reestruturação curricular: teoria e prática no cotidiano da escola. Petrópolis, RJ: Vozes, 1995. p. 172-182.
LOURO, G. L. Um corpo estranho: ensaios sobre sexualidade e teoria queer. Belo Horizonte: Autêntica, 2004.
MEAD, M. Sexo e temperamento. 4. ed. São Paulo: Perspectiva, 1999. (Coleção Debates).
MORENO, Montserrat. Sexismo na escola: como se ensina a ser menina. São Paulo: Moderna, 2000.
MORO, C. C. A questão do gênero no ensino de ciências. Chapecó: Argos, 2001.
NUNES, C. S. E. A educação sexual da criança: subsídios teóricos e propostas práticas para uma abordagem da sexualidade para além da transversalidade. São Paulo: Autores Associados, 2006. (Polêmicas do nosso tempo).
PINO, N. P. A teoria queer e os intersex: experiências invisíveis de corpos des-feitos. Cadernos Pagu, v.28, p.149-174, jan.-jun. 2007. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/cpa/n28/08.pdf>. Acesso em: 10 nov. 2010.
RUBIN, G.El tráfico de mujeres: notas sobre la economia política del sexo. Nueva Antropologia, México, v. 3, n.3, p. 95-145, 1986. Disponível em: <http://redalyc.uaemex.mx/pdf/159/15903007.pdf>. Acesso em: ago. 2010.
SCOTT, J. Gênero: uma categoria útil de análise histórica. Tradução Christine Rufino Dabat e Maria Betânia Ávila. [S.l.: s.n.],1989.
WALLERSTEIN, V. Feminismo como pensamento da diferença. Labrys
estudos feministas. jan./jul. 2004. Disponível em: <http://www.unb.br/ih/his/gefem/labrys5/textos/valeskafeminismo.htm>. Acesso em: 20 ago. 2009.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Los autores que publican en esta revista aceptan los siguientes términos:
. Los autores conservan los derechos de autor y otorgan a la revista el derecho a la primera publicación, con el trabajo licenciado simultáneamente bajo la Licença Creative Commons Attribution que permite compartir el trabajo con reconocimiento de autoría y publicación inicial en esta revista.
. Se autoriza a los autores a asumir contratos adicionales por separado, para la distribución no exclusiva de la versión del trabajo publicado en esta revista (p. Ej., Publicación en repositorio institucional o como capítulo de libro), con reconocimiento de autoría y publicación inicial en esta revista.
. Se permite y se anima a los autores a publicar y distribuir su trabajo en línea (por ejemplo, en repositorios institucionales o en su página personal) en cualquier momento antes o durante el proceso editorial, ya que esto puede generar cambios productivos, así como aumentar el impacto y cita del trabajo publicado (Ver O Efeito do Acesso Livre).