Currículo, enunciados, juventudes:
os discursos atuais têm novas propostas para o Ensino Médio brasileiro?
DOI:
https://doi.org/10.22478/ufpb.2359-7003.2024v33n1.68678Palabras clave:
Discursos. Ensino Médio. Juventudes.Resumen
O artigo problematiza as políticas elaboradas para as juventudes presentes na Educação brasileira, ao longo dos anos. Faz uma análise crítica dos enunciados constituintes dos discursos de um Ensino Médio em constante reforma, sob o pretexto de melhoria da qualidade. O estudo está fundamentado no referencial de Michel Foucault. Como resultado, concluí-se que os contextos sociais da escola, nos quais circulam saberes, funcionam como estratégias e táticas de poder com vistas à constituição do jovem protagonista e seu projeto de vida. Ressalta-se que é essencial compreender os impasses e comprometimentos do sistema educacional diante da atual reforma do Ensino Médio, com a Lei nº. 13.415/2017, que trouxe mudanças significativas com a ampliação da carga horária escolar, a reformulação do currículo e ampliação das escolas de tempo integral no país. Embora se apresente como novo, a tentativa de se vincular o currículo ao mundo do trabalho tem sido discutida no país desde a Lei nº 5.692/71 e a Lei nº 7.044/82, em um processo histórico com o surgimento de regras específicas que modela e submete os indivíduos de um discurso a outro, produzindo efeitos de poder no campo educacional brasileiro.
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