O INATO E O APRENDIDO: A EFICÁCIA DO HABITUS NO CAMPO ESCOLAR
DOI:
https://doi.org/10.22478/ufpb.2359-7003.2021v30n2.54160Palavras-chave:
Campo social. Escola. Habitus. SimbólicoResumo
Embora se tenha pesquisado muito sobre escola, há aspectos pouco explorados acerca das ações explícitas ou implícitas que norteiam a prática dos indivíduos no espaço escolar. Para tanto, esse artigo tem por pretensão, buscar em Pierre Bourdieu (1930-2002) um testemunho sociológico a partir dos fundamentos teórico-metodológicos de campo social e habitus como meios reflexivos para a compreensão da atuação cotidiana para analisar as disposições escolares. Através da análise de observação participante tendo como foco duas turmas dos anos iniciais e uma turma dos anos finais em duas Escolas da Rede Pública do Município de Blumenau, estabelecemos que a força do habitus em um campo social como a escola, funciona como um capital, ou seja, como instrumento socialmente reconhecido em uma apropriação ligada aos bens “simbólicos” interiorizados de forma poderosa através das práticas escolares. A reflexão revela que alguns processos de aprendizagem se inserem através de uma percepção com base na prática transformada em costumes, ou seja, comportamentos inveterados propensos por situações semelhantes. É, portanto, reconhecível que as intenções e desejos dos indivíduos no curso do processo de escolarização, se manifestam de forma recursiva na prática do corpo, agindo sobre si e sobre os outros.
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