As instituições de reclusão e “controle” dos loucos na Parahyba do Norte entre 1889 e 1928

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22478/ufpb.2317-6725.2020v25n43.54571

Palavras-chave:

Loucura, Intitucionalização, Enclausuramento, Cidade

Resumo

No final do século XIX e primeiras décadas do século XX a cidade da Parahyba do Norte, influenciada pelas ideias de modernidade e civilização, vivenciou uma série de reformas no espaço físico bem como diversas transformações nos costumes, hábitos e cotidiano de sua população. Essas reformas buscaram “retirar" e “excluir” das áreas centrais da cidade aqueles que eram tidos como responsáveis por promover a “desordem”. Tratava-se de destruir desde edificações fora do chamado alinhamento e/ou excluir e, se possível, silenciar historicamente, os pobres, menores abandonados, mendigos e loucos que perambulavam pelas ruas. Neste artigo, se pretende estudar, especificamente, as tentativas de exclusão dos indivíduos considerados loucos das ruas da cidade da Parahyba do Norte, bem como a psicopolítica da exclusão. Para tanto, foram pesquisadas fontes como os Relatórios dos Presidentes de Estado/Província, Relatório da Santa Casa de Misericórdia e Jornais da época. Buscou-se historicizar as tentativas de controle dos ditos “furiosos” na Cadeia Pública, na Santa Casa da Misericórdia, posteriormente, no asilo Sant’Anna e, por fim, no hospital Colônia Juliano Moreira, quando os médicos psiquiatras puderam exercer um saber/poder nas instituições, pautados nos discursos científicos, que enclausurava, vigiava e silenciava os rotulados com a marca da loucura.

 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Edna Maria Nóbrega Araújo, Uniersidade Estadual da Paraíba

Possui graduação em História pela Universidade Federal da Paraíba, Licenciatura em Enfermagem pela Universidade Federal da Paraíba, Mestrado em História pela Universidade Federal de Pernambuco e Doutorado em História pela Universidade Federal de Pernambuco. Tem experiência na área de História, com ênfase em História do Brasil. Atualmente é professora da Universidade Estadual da Paraíba. Pesquisa nas áreas de História Cultural, História e Gênero, História, modernidade e urbanização, História da saúde e da doença e História da Loucura.

Joedna Reis de Meneses, Uniersidade Estadual da Paraíba

Possui Graduação em História pela Universidade Federal da Paraíba, Mestrado em História e Doutorado em História pela Universidade Federal de Pernambuco. Atualmente é Professora da Universidade Estadual da Paraíba. Tem experiência na área de História. Ministra aulas na graduação e pós-graduação de Teoria e Metodologia da História, atuando principalmente nos seguintes temas: análise Historiográfica, Subjetividades, Corporeidades, Sensibilidades e Práticas Educativas. É Professora colaboradora do PPGH/UFCG.

Referências

ARAÚJO. Edna Maria Nóbrega. Uma Cidade muitas tramas: a cidade da Parahyba do Norte e seus encontros com a modernidade. Recife, 2001, 167p. Dissertação de Mestrado em História. Universidade Federal de Pernambuco. Recife, 2001

BRITO, Fátima Saionara Leandro. Andanças que cortam os caminhos da razão: as vivências insanas e a atuação da reforma psiquiátrica em Campina Grande PB. 2011. Dissertação (Mestrado). Programa de Pós-Graduação em História, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2011.

CASTRO, Oscar Oliveira. Medicina na Paraíba: flagrantes da sua evolução. João Pessoa-PB: A União, 1945.

CUNHA, Maria Clementina Pereira da. Cidadelas da Ordem: A doença mental na república. Coleção tudo é História. São Paulo: Brasiliense, 1989.

FOUCAULT, Michel. Microfísica do Poder. 8. ed. Rio de Janeiro: Graal, 1989.

FOUCAULT, Michel. História da Loucura na Idade Clássica. 8. ed. São Paulo: Perspectiva, 2005.

GOFFMAN, Erving. Manicômios, prisões e conventos. São Paulo: Perspectiva, 2005.

JUNQUEIRA, Helmara Giccelli Formiga Wanderley. Doidos[as] e Doutores: A medicalização da loucura na Província/Estado da Parahyba do Norte 1830-1930. Recife, 2016, 465p. Doutorado em História Universidade Federal de Pernambuco, 2016.

OLIVEIRA, Iranilson Buriti. “Fora da Higiene não há salvação”: a disciplinarização do corpo pelo discurso médico no Brasil Republicano. Mneme – Revista de Humanidades v. 4, n. 7, p. 14-29, fev./mar. 2003. Disponível em: https://www.periodicos.ufrn.br/mneme/article/view/161. Acesso em: 19 nov. 2020.

OLIVEIRA, José Rogério de. Políticas Públicas de saúde mental e reforma psiquiátrica em Pernambuco (1991 – 2001). Recife, 2008. 146p. Mestrado em História, Universidade Federal de Pernambuco. Recife, 2008.

PELBART, Peter, Da clausura do fora ao fora da clausura: Loucura e desrazão. São Paulo: 1994.

SANTOS. Leonardo Querino Barboza Freire dos. Entre a Ciência e a Saúde Pública: A Construção do Médico Paraibano como Reformador Social (1911 – 1929). Campina Grande, 2015, 254p, Mestrado em História, Universidade Federal de Campina Grande, 2015.

SEVCENKO, Nicolau. Literatura Como Missão: tensões sociais e criação cultural na primeira república. 4 ed. São Paulo: Brasiliense, 1995.

SILVA FILHO, Edivaldo Brilhante. História da Psiquiatria na Paraíba. João Pessoa: Santa Clara, 1998.

Downloads

Publicado

2020-11-27

Como Citar

ARAÚJO, E. M. N.; MENESES, J. R. de. As instituições de reclusão e “controle” dos loucos na Parahyba do Norte entre 1889 e 1928. Sæculum - Revista de História, [S. l.], v. 25, n. 43 (jul./dez.), p. 76–92, 2020. DOI: 10.22478/ufpb.2317-6725.2020v25n43.54571. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/index.php/srh/article/view/54571. Acesso em: 21 nov. 2024.

Edição

Seção

Dossiê: A nova história (bio)política: sobre as capturas e as resistências

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)