“O Diretório Pombalino”

legislação e liberdades indígenas na capitania do Siará Grande

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22478/ufpb.2317-6725.2021v26n44.57778

Palavras-chave:

Diretório dos Índios, Liberdade, Siará Grande, política indigenista

Resumo

Este artigo busca refletir sobre as políticas indigenistas implantadas na capitania do Siará Grande durante o século XVIII. O objetivo central é analisar como as populações indígenas se apropriaram de suas liberdades e autonomias, frente a implantação da legislação dos regulamentos do Diretório Pombalino em meio ao processo colonizador português. Especificamente se analisa as políticas indigenistas que foram implantadas no contexto colonial português no final dos séculos XVII ao XVIII; investiga-se, como foi posta em prática a legislação indigenista nos aldeamentosda capitania do Siará Grande pelo Império português, desde o funcionamento dos regulamentos até a implantação da política pombalina a partir de 1757. Este artigo também lança luz sobre o Diretório Pombalino, desde a implantação até quando foi abolido em 1798 por dona Maria I, após assumir o trono português em decorrência da morte de D. José I no ano de 1777. A análise fundamentada a partir do revisionismo historiográfico, presente em Almeida (2003), Russel-Wood (1998), Silva (2003), Chaves Jr. (2016), dentre elas obra de Francisco José Pinheiro que trata da documentação da História colonial em específico da temática indígena no século XVIII e dos Manuscritos do AHU-CE. Portanto, toma-se como referência epistemológica para fundamentar este estudo, que se verifica com base nas relações entre Sociedade e História, as diversas nuances entre “Liberdades” e “Justiças”, nas diversas concepção sobre as historicidades das populações indígenas fundamentadas por Sampaio (2006).

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Fontes

Diretório, que se deve observar nas povoações dos índios do Pará, e Maranhão: em quanto Sua Majestade não mandar o contrário – 1758. Biblioteca Digital da Câmara dos Deputados. Centro de Documentação e Informação Coordenação de Biblioteca http://bd.camara.gov.br. Disponível em: http://www2.senado.leg.br/hdsf/handle/id/518740. Acesso em: 15 nov. 2020

CARTA do Governador de Pernambuco, Manoel Rolim de Moura, ao rei (D. João V) em resposta à provisão sobre a guerra declarada aos índios tapuias Genipapuassú na vila de Jaguaribe por Salvador Alvares da Silva quando foi capitão-mor do Ceará de 06 de julho de 1725. Pernambuco. AHU_ACL_CU_006. Cx.1. D. 84.

CARTA do [Ouvidor do Ceará], Manuel Magalhaes de Pinto e Avelar, à rainha [D. Maria I] informando sobre a situação dos índios da referida capitania, que são vítimas da tirania e exploração dos diretores das vilas, dos europeus, dos ouvidores e mesmo dos governadores, bem como a respeito do uso e cultivo da Quinta e outras plantas medicinais. Aquiraz. 03 de março de 1786. AHU_ACL_CU_006. Cx.11. D. 627.

CARTA do (Governador de Pernambuco) Luis Diogo da Silva ao (Secretário de estado dos Negócios do Reino) Sebastião José de Carvalho e Melo, sobre a atuação dos religiosos na Missão da Ibiapaba e sobre as fazendas de gado e bens dos religiosos. Recife, 06 de março de 1759. AHU_ACL_CU_006. Cx.7. D. 464.

Referências

ALBUQUERQUE, Manuel Coelho. Seara indígena: deslocamentos e dimensões identitárias. Dissertação (Mestrado em História Social). Fortaleza: Universidade Federal do Ceará, 2002.

ACRUCHE, Hevelly. Comunicações políticas nos impérios ibéricos: levantes indígenas e suas repercussões no mundo colonial. In: CHAVES JÚNIOR, José Inaldo (org et alli). Colonialidades: governos, gentes e territórios na América Ibérica (séculos XVII-XIX). Curitiba: Editora Primas, 2016

ALMEIDA, Maria Regina Celestino de. Metamorfoses indígenas: identidade e cultura nas aldeias coloniais do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 2003.

ARÊDES, Ana Elisa. Aldeamentos jesuíticos na América portuguesa: controle espiritual e temporal (1650-1700). In: JORGE, Vitor Oliveira. Modos de fazer/Ways ff Making. Porto-PT: CITCEM, 2020.

CARVALHO, Reinaldo Forte. Governanças das terras: poder local e administração da justiça na Capitania do Ceará (1699-1748). Tese (Doutorado em História). Recife: Universidade Federal de Pernambuco, 2015.

CHAVES JÚNIOR, José Inaldo (org. et alli). Colonialidades: governos, gentes e territórios na América Ibérica (séculos XVII-XIX). Curitiba: Editora Primas, 2016.

COELHO, Mauro Cezar. A construção de uma lei: O Diretório dos Índios. Revista do Instituto. Histórico Geográfico Brasileiro. Rio de Janeiro. A. 168 (437), p. 29-48, 2007.

FERNANDES, Estevão Rafael. Normalizando povos indígenas: um olhar sobre o Diretório Indígena (1757). RIDH | Bauru, v. 7, n. 2, p. 39-59, 2019.

GOMES. José Eudes. As milícias d’El Rey: tropas militares e poder no Ceará setecentista. Rio de Janeiro: FGV, 2010.

JUCÁ NETO, Clovis Ramiro. A urbanização do Ceará setecentista – As vilas de Nossa Senhora da Expectação do Icó e de Santa Cruz do Aracati. Tese (Doutorado em Arquitetura e Urbanismo). Salvador: Universidade Federal da Bahia, 2007.

MAIA, Lígio José de Oliveira. Serras de Ibiapaba: De aldeia à vila de Índios – vassalagem e identidade no Ceará Colonial, século XVIII. Tese (Doutorado em História). Niterói: Universidade Federal Fluminense, 2010.

MATOS, Frederik Luizi Andrade de; BARROS, Osimar da Silva. Cacau, Cravo e as “Drogas do sertão”: o Governador Francisco Xavier de Mendonça Furtado e a criação da Companhia Geral do Grão-Pará e Maranhão. In: GASPARETTO JÚNIOR, Antonio; BÔSCARO, Ana Paula Dutra (orgs.). História [recurso eletrônico]: espaço fecundo para diálogos 3. Ponta Grossa, PR: Atena, p. 31-45, 2020.

OLIVEIRA, Valéria Maria Santana, e MESQUITA, Ilka Miglio de. O projeto assimilacionista português: o diretório pombalino sob um olhar decolonial. Roteiro, Joaçaba, v. 44, n. 1, p. 1-18, 2019.

PINHEIRO, Francisco José. Documentos para a História Colonial, especialmente a indígena do Ceará (1690-1825). Fortaleza: Fundação Ana Lima, 2011.

SANTOS, Fabiano Vilaça dos. O Testamento de Francisco Xavier de Mendonça Furtado e a sucessão do Marquês de Pombal. Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, Rio de Janeiro, a. 173 (455), p. 267-270, 2012.

SANTOS SOUZA, Pedro Daniel dos; LOBO, Tânia. Da aplicação do Diretório Pombalino ao Estado do Brasil: povos indígenas e políticas linguísticas no século XVIII. Brasil Revistas. A Cor das Letras. Salvador, Bahia, v. 17, n. 1, p. 46-59, 2016.

SILVA, Izabelle Braz Peixoto da. Vilas de índios no Ceará Grande: dinâmicas locais sob o Diretório Pombalino. Tese (Doutorado em História). Campinas: Universidade Estadual de Campinas, 2003.

SOUZA JUNIOR, José Alves de. As autoridades indígenas nos aldeamentos no tempo do Diretório: principais e oficiais. In: CHAMBOULEYRON, Rafael e SOUZA JUNIOR, José Alves de (orgs.). Novos olhares sobre a Amazônia Colonial. Belém: Paka-Tatu, 2016, p. 281-300.

Downloads

Publicado

2021-07-29

Como Citar

CARVALHO, R. F. “O Diretório Pombalino”: legislação e liberdades indígenas na capitania do Siará Grande. Saeculum, [S. l.], v. 26, n. 44 (jan./jun.), p. 455–472, 2021. DOI: 10.22478/ufpb.2317-6725.2021v26n44.57778. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/index.php/srh/article/view/57778. Acesso em: 25 abr. 2024.

Edição

Seção

Diretório dos Índios: Políticas Indígenas e Indigenistas na América Portuguesa