“Que fiquemos livres da jurisdição dos bispos do Maranhão”
os discursos por autonomia eclesiástica da Província do Piauí (1829-1838)
DOI:
https://doi.org/10.22478/ufpb.2317-6725.2020v25n43.53627Palabras clave:
História, Igreja, Autonomia, Diocese, PiauíResumen
A presente pesquisa analisa os discursos em prol da emancipação do Piauí em relação ao governo episcopal do Maranhão, no recorte temporal de 1829 a 1838, período em que se identificou forte investida de grupos piauienses em busca da constituição de uma diocese autônoma. Em um contexto no qual a província do Piauí encontrava-se subordinada ao bispado do Maranhão, desde 1728, se observaram as investidas de grupos que compunham a elite econômica e política piauiense para separar os governos espirituais das duas províncias, expressos nos documentos do Conselho Geral de Governo e da Assembleia Provincial. A narrativa construída em defesa da criação da diocese do Piauí foi elaborada de forma a denunciar prejuízos econômicos e espirituais à Província e ressaltar benefícios que a separação traria, inspirados nos exemplos eclesiais de Goiás e Cuiabá. Entretanto, o lastro documental analisado, centrado na documentação produzida pelo executivo e legislativo piauiense do recorte, denotam o forte desejo das lideranças econômicas e políticas locais em atender conveniências internas, fruto de uma complexa organização matri-patrimonial estabelecida sobre uniões endogâmicas, que, por meio de uma diocese autônoma, encontrar-se-ia livre das custas e embargos impostos pela administração clerical maranhense.
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