POLÍTICAS DE CURRÍCULO PARA LÍNGUA PORTUGUESA

novos e multiletramentos para sujeitos impossíveis

Autores

DOI:

https://doi.org/10.15687/rec.v17i1.69702

Palavras-chave:

Teoria do Discurso, Hegemonia, Sujeito, BNCC, Língua Portuguesa

Resumo

O artigo põe em plano a noção de hegemonia, reconceptualizada por Laclau e Mouffe, defendendo que ela permite o entendimento de propostas prescritivas e universalistas na política curricular. Volta-se ao foco regulador da BNCC pondo em discussão as disputas por significação disparadas pela reiteração dos termos novos e multiletramentos na Língua Portuguesa nos Anos Finais do Ensino Fundamental. De início, é justificada a abordagem discursiva e uma segunda seção busca demarcar as noções de hegemonia, antagonismo e tradução. Na terceira seção são problematizadas as tentativas de significar os termos novos e multiletramentos na BNCC, des-sedimentando jogos discursivos pelos quais a regulação e o controle sobre o que é conhecimento e sujeito se insinuam como necessários. Conclusivamente, sinaliza-se para a leitura de que na política curricular para LP na BNCC são hegemonizados sentidos para novos e multiletramentos baseados na ficção de que seria possível antever um futuro (compreendido no contexto da proposta como incerto) e, então, preparar o sujeito. Pondera não bastar somente apontar para a assimetria de tal proposta em si, sendo importante tensionar a perspectiva de que é na relação com tais sentidos que a escola tende a ser tomada como deficitária e sem qualidade. Assim, defende-se que a BNCC para LP projeta a leitura de que a escola é deficitária e precisa ser reformada por um currículo nacional por ser incapaz de fazer o impossível: produzir hoje sujeitos para um futuro imprevisível.

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Biografia do Autor

Hugo Heleno Camilo Costa, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Brasil.

Doutor em Educação pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro e Professor pela mesma instituição.

Érika Virgílio Rodrigues da Cunha, Universidade Federal de Rondonópolis, Brasil.

Doutora em Educação pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro e Professora da Universidade Federal de Rondonópolis 

Maria José Vilela Rodrigues, Universidade Federal de Rondonópolis, Brasil.

Graduada em Pedagogia e em Letras pela Universidade Federal de Mato Grosso e professora efetiva da Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso.

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Publicado

30-04-2024

Como Citar

COSTA, H. H. C.; CUNHA, Érika V. R. da; RODRIGUES, M. J. V. . POLÍTICAS DE CURRÍCULO PARA LÍNGUA PORTUGUESA: novos e multiletramentos para sujeitos impossíveis. Revista Espaço do Currículo, [S. l.], v. 17, n. 1, p. e69702 , 2024. DOI: 10.15687/rec.v17i1.69702. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/ojs/index.php/rec/article/view/69702. Acesso em: 19 dez. 2024.