A ceia infecta das mariposas

o dulçor ácido da obsessão propaga-se, fetidamente, n'A casa de açúcar, de Silvina Ocampo

Autores

  • Matheus Pereira de Freitas Universidade Federal da Paraíba
  • Frederico de Lima Silva
  • Hermano de França Rodrigues Universidade Federal da Paraíba

DOI:

https://doi.org/10.22478/ufpb.2237-0900.2024v20.65791

Resumo

: Desapegado das amarras devastadoras de seu próprio corpo, nos sortilégios maledicentes dos primeiros tempos, o pequeno infante dardeja suas relações objetais a partir da fragmentação e incorporação de seu frágil Ego. Desse modo, o bebê intenta, imperiosamente, colorir o mundo interno e externo que o (des)ampara, deixando à mercê seu próprio ser. Assim, frente a esse complexo mecanismo de defesa, ostensiva espada de dois gumes, cônscios dos poderes dissociativos e dominadores da criança, vislumbramos a elaborada obra de Silvina Ocampo (1982), em seu conto A casa de açúcar, invoca os estertores arcaicos da primeira infância. Nesse sentido, orquestram-se as calendas viscerais da fantasia e da psicose que, ao embarcarem nas estruturas narratológicas do fantástico, permitem uma fiel e singular tradução das intempéries primitivas da infância. Portanto, utilizando-nos dos aparatos teóricos da psicanálise (pós)freudiana, sobretudo os escritos kleinianos, para analisarmos a personagem ocampiana.

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Publicado

2024-12-31

Como Citar

FREITAS, M. P. de; SILVA, F. de L.; RODRIGUES, H. de F. A ceia infecta das mariposas: o dulçor ácido da obsessão propaga-se, fetidamente, n’A casa de açúcar, de Silvina Ocampo. DLCV, João Pessoa, PB, v. 20, p. e024004, 2024. DOI: 10.22478/ufpb.2237-0900.2024v20.65791. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/dclv/article/view/65791. Acesso em: 6 jan. 2025.