AS ESCOLAS INDÍGENAS NO ESTADO DO CEARÁ: UMA HISTÓRIA DE RESISTÊNCIA

INDIGENOUS SCHOOLS IN CEARÁ STATE: A STORY OF RESISTANCE

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22478/ufpb.2359-7003.2019v28n2.46123

Palavras-chave:

Povos originários, Identidade, Interculturalidade, Educação Escolar Indígena, Políticas Públicas.

Resumo

O presente trabalho tem como objetivo investigar os percursos traçados pelos povos originários para o surgimento da educação escolar indígena no Estado do Ceará, as origens da escola diferenciada e intercultural, além de pesquisar sobre políticas e ações desenvolvidas neste ambiente escolar que visem respeitar a identidade e o autoreconhecimento desta população. O Estado do Ceará atualmente conta com 38 escolas indígenas da rede estadual e municipal, distribuídas em 15 municípios para 14 etnias cearenses. Ao pensar sobre o movimento indígena, especialmente sobre o surgimento da educação escolar indígena no Ceará e suas escolas, apareceram algumas inquietações e questões: quais foram os caminhos traçados nesta luta de resistência para que viesse a existir uma escola pensada pelos povos originários e para estes, garantindo seus direitos a esta escola diferenciada e intercultural, visando preservar sua identidade e ao mesmo tempo dando acesso a ciência e a tecnologia, dentro dos padrões das escolas asseguradas pelo Ministério da Educação e suas secretarias? Como são desenvolvidas as políticas e as ações para estas escolas e seus atores? Como referencial teórico, elencamos como principais pensadores sobre a questão indígena: Martins (2015), Aires (2009), Nascimento (2006), e outros, além de fontes oriundas do site da Secretaria de Educação e sua célula responsável. A metodologia adotada foi a pesquisa etnográfica, além de pesquisa bibliográfica, através de livros, artigos, documentos e sites. Realizou-se uma entrevista com a liderança indígena (cacique) da aldeia Tremembé. Os resultados revelam uma história traçada por luta, resistência, com perdas, negociações, mas também vitórias sobre os aspectos ligados à valorização da identidade indígena e autoreconhecimento. As considerações deixam reflexões a respeito da emergência da continuidade sobre a luta do movimento social indígena e da educação escolar indígena, sobre o qual deverá ser proporcionado mais visibilidade e investimentos.

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Biografia do Autor

Maria Veirislene Lavor Sousa, Universidade de Salamanca

Doutoranda do Curso de Ciências Sociais da Universidade de Salamanca - USAL/Espanha, Mestre em Gestão de Sistemas de e-Learning pela Universidade Nova de Lisboa - PT e Graduação em Ciencias Sociais pela Universidade de Fortaleza (2003); Professora do Governo do Estado do Ceará, além de experiência em docência, gestão e tutoria em cursos online, com exercício desde o ano de 2007 até o momento atual, desenvolvidos através das Universidades UNB, UNILAB, UFC e UECE, além de trabalhos como Professora Pesquisadora I dos cursos de Especialização em Gestão Pública, Gestão da Saúde  e de Graduação em Gestão Pública da Universidade Estadual do Ceará/ UAB, Professora Orientadora do Curso de Graduação em Administração, com foco em Gestão Pública da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira - UNILAB e Professora dos Cursos de Graduação e Pós-graduação do Instituto de Formação Superior do Ceará - IFESC e da ISEFOR/Universidade Anne Sulivan. 

Daniel Valerio Martins, Universidade de Salamanca -USAL/ES;Universidade Federal da Paraíba -UFPB.

Doutor em Estudos Latino-americanos, na linha de Antropologia pela Universidade de Salamanca e Professor Visitante da Universidade Federal da Paraíba - UFPB.

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Publicado

2019-09-03

Como Citar

SOUSA, M. V. L.; MARTINS, D. V. AS ESCOLAS INDÍGENAS NO ESTADO DO CEARÁ: UMA HISTÓRIA DE RESISTÊNCIA: INDIGENOUS SCHOOLS IN CEARÁ STATE: A STORY OF RESISTANCE. Revista Temas em Educação, [S. l.], v. 28, n. 2, p. 138–151, 2019. DOI: 10.22478/ufpb.2359-7003.2019v28n2.46123. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/rteo/article/view/46123. Acesso em: 28 mar. 2024.

Edição

Seção

DOSSIÊ SOBRE EDUCAÇÃO INTERCULTURAL: EPISTEMOLOGIAS E NOVAS FERRAMENTAS

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