60 ANOS DO GOLPE MILITAR
a educação brasileira entre mudanças e permanências
DOI:
https://doi.org/10.22478/ufpb.2359-7003.2024v33n1.70813Palavras-chave:
Ditadura militar no Brasil; resistência democrática; reformas educacionais.Resumo
Em março de 2024, o Brasil completou 60 anos do golpe de Estado que instituiu a ditadura militar (1964-1985). Sua política para a educação foi contraditória: de um lado, controlou o aparelho escolar em todos os níveis; de outro, expandiu o sistema. Hoje, estamos completando 40 anos da conquista da democracia (1985) e, como o tempo é o senhor da história, 2024 nos permite melhor compreender 1964. Esse artigo se baseia na teoria segundo a qual conhecemos melhor o passado à medida que os acontecimentos geram seus frutos. Com essa perspectiva, neste artigo baseamo-nos em fontes primárias, secundárias, documentos e músicas da época, como também em nossa própria vivência contra a ditadura militar. Contudo, não fazemos uso dessa experiência para criarmos uma narrativa pessoal, já que, para nós, toda historiografia deve ser equilibrada entre subjetividade e objetividade. Desse modo, são apresentadas as razões do golpe de Estado de 1964; a política educacional da ditadura militar e seus desdobramentos nas quase quatro décadas subsequentes ao seu fim (1985). O título do artigo e as conclusões sobre esses 60 anos são inspirados na teoria de Fernand Braudel sobre mudanças e permanências que caracterizam todo processo histórico da humanidade. São três as conclusões principais: 1. o País avançou na expansão do ensino superior e no fortalecimento da pesquisa; 2. Persistem graves problemas no sistema público da escola básica; 3. A construção da democracia se mostra mais difícil do que imaginada no começo da década de 1980.
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