DE DE HITLER À LULA: ANÁLISE SOBRE A IMAGEM E SEUS EFEITOS DE SENTIDO NO DISCURSO PUBLICITÁRIO DA FOLHA DE SÃO PAULO

Autores

  • Edjane Gomes de ASSIS Universidade Federal da Paraíba/UFPB

DOI:

https://doi.org/10.22478/ufpb.2446-7006.2019v24n2.49891

Palavras-chave:

Discurso, Folha de São Paulo, Sentidos

Resumo

RESUMO: “Obrigar-se a ponderar da parte acusada e, publicando uma acusação, garantir espaço ao contraditório”. (FOLHA DE SÃO PAULO, 2018). Estes são alguns dos princípios prescritos no Manual de redação da Folha de São Paulo – versão reformulada e publicada em 2018. Entendemos que todo dizer é constituído por elementos sociais, históricos e ideológicos, e a mídia se subjetiviza como um lugar de verdade, terreno fértil para o plantio de valores e imagens sobre os sujeitos, sobretudo quando tais sujeitos ocupam lugares de destaque na história, à exemplo de Adolf Hitler e Luís Inácio Lula da Silva. Duas figuras antagônicas por suas atitudes, mas emblemáticas pela posição de liderança política que ocuparam/ocupam na história. Com base nestas premissas pautadas na Análise do discurso foucaultiana e mantendo um diálogo com os estudos da Semiótica greimasiana, nosso trabalho tem por objetivo analisar duas propagandas da Folha de São Paulo em que são utilizadas as imagens de Hitler e Lula para validar o dizer do periódico. Vinculadas em momentos distintos (a propaganda com Hitler exibida em 1987 e com Lula, exibida em 2018), a Folha se utiliza de estratégias e dispositivos de controle, ao fazer voltar o acontecimento para ratificar seu compromisso com a ética e a imparcialidade da informação. Os recursos tecnológicos utilizados por meio de diversas semioses, disciplinam o olhar do leitor ao projetar, de modo gradativo, o rosto dos dois líderes como um quebra-cabeça cujas peças promovem um verdadeiro espetáculo de olhares. Entendemos que, mediante o devir da memória (utilização da imagem de Hitler para dialogar com a imagem de Lula), a Folha se subjetiviza estabelecendo jogos de similitudes entre o passado e o presente. Mesmo “primando” pelo discurso da verdade, o periódico deixa marcas de uma memória que tenta apagar/silenciar – o apoio à ditadura militar do Brasil, bem como sua posição contrária aos partidos de esquerda.  

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Biografia do Autor

Edjane Gomes de ASSIS, Universidade Federal da Paraíba/UFPB

Professora do Departamento de Língua Portuguesa e Linguística (DLPL) da Universidade Federal da Paraíba, Campus I. Possui Mestrado e Doutorado pelo Programa de Pós-Graduação em Letras (PPGL - UFPB). Desenvolve pesquisas em Análise do Discurso francesa com ênfase em textos midiáticos. Atua no grupo de pesquisa Observatório do discurso. Linha de pesquisa: Análise do discurso da mídia e suas interfaces.Semestralmente, coordenada projetos no âmbito do ensino, pesquisa e extensão voltados para a educação básica da rede pública de educação. Último projeto coordenado em 2018: "Propostas metodológicas para a leitura de periódicos em circulação online". Projeto atual (2019): "Leitura e produção textual na Educação Básica: uma análise discursiva sobre os processos de subjetivação". Livros publicados: "Veja a discursivização ideológica: Istoé discurso jornalístico". "No devir da memória do discurso midiático".

Referências

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Sites consultados:
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Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=ly7g5frxg-I. Acesso em 10 de Agosto de 2019.
Anúncio da Folha em 2018.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=dr4w5mlIKgs. Acesso em 10 de Agosto de 2019.

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Publicado

2019-12-17