Pandemia e massacres em escolas
sacudindo raízes da cultura de violência
Resumo
Com um tom ensaístico, neste artigo objetivamos refletir sobre a cultura de violência que reside nos fundamentos de dois fenômenos aparentemente tão distintos, mas por ela aproximados: a pandemia de Covid-19, em curso, e os massacres em escolas. Após evidenciarmos alguns elementos em comum a esses eventos, que convergem para o reconhecimento da violência na cultura contemporânea, caracterizamo-la como enraizada em desigualdades socioeconômicas e identitária, forjadas historicamente para manter trocas econômicas e simbólicas injustas, e, ainda assim, naturalizadas por processos de significação, como aqueles educacionais – inclusive os escolares. Assim, a cultura é o terreno em que as violências são reproduzidas simbólica e materialmente, levando à recorrente possibilidade de sua justificação acrítica e das práticas de conservação de hierarquias desumanizadoras. Quanto à escola e sua tarefa educativa, os dispositivos simbólicos – particularmente preconceitos, estigmas e desengajamentos morais, criados para sustentar as desigualdades, são apontados como conteúdos a serem explicitados, a partir das rotinas e relações escolares mais automatizadas, e criticados pelo debate e reflexão, com vistas a superar práticas de violência. Resta, ao final, porém, o problema do alcance e da profundidade dos impactos que as práticas escolares conseguem promover no sentido da mudança que a humanização ética exige.
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