Cientificismo, modo fantástico e representação do gênero feminino em “O Capitão Mendonça”, de Machado de Assis
DOI:
https://doi.org/10.22478/ufpb.1516-1536.2021v23n1.57375Palavras-chave:
Cientificismo, Modo Fantástico, Gênero, Paródia, PeriódicosResumo
O presente artigo realiza uma análise do conto “O capitão Mendonça”, de Machado de Assis, procurando percebê-lo como uma crítica em relação ao cientificismo emergente no século XIX, às representações do gênero feminino na época e à apropriação do modo fantástico europeu na literatura brasileira, mais especificamente “O homem da areia”, de E. T. A. Hoffmann. Como embasamento teórico, lançaremos mão das reflexões de Joan Scott e Teresa de Lauretis, a fim de refletir sobre a questão de gênero e sobre as tecnologias envolvidas em sua construção e representação, além de Jaison Luís Crestani, no que se refere às questões editoriais, Linda Hutcheon no que se refere à utilização da paródia para o exercício da crítica, e Rosemary Jackson, David Roas, Irene Bessière e Remo Ceserani no que se refere às apropriações do modo fantástico.
Downloads
Referências
ASSIS, Machado de. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2008.
BAKHTIN, Mikhail. Problemas da poética de Dostoiévski. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1997.
BESSIÈRE, Irene. El relato fantástico: forma mixta de caso e adivinanza. In: ROAS, David (Org). Teorías de lo Fantástico. Madrid: Arco Libros, S.L., 2001, p. 83–104.
CESERANI, Remo. O fantástico. Trad. Nilton Cezar Tridapalli. Curitiba: ed. UFPR, 2006.
CRESTANI, Jaison Luís. Machado de Assis no Jornal das Famílias. São Paulo: EDUSP, 2009.
_______. A colaboração de Machado de Assis no Jornal das Famílias: subordinações e subversões. Patrimônio e Memória, São Paulo, v. 1, n. 2, p. 154–183, 2006.
FURTADO, Filipe. A construção do fantástico da narrativa. Lisboa: Livros Horizonte, 1980.
GAMA-KHALIL, Marisa Martins. A literatura fantástica: gênero ou modo? Terra Roxa e outras terras, Londrina, v. 26, p. 18–31, dez. 2013.
GILBERT, Sandra; GUBAR, Susan. The Madwoman in the Attic. New Haven: Yale University Press, 1979.
HENTZ, Isabel Cristina. Filhos legítimos da ciência: os homens de ciência nos contos de Machado de Assis (1870-1884). Anais do XXVI Simpósio Nacional de História, São Paulo, 2011, p. 1-17.
HOBSBAWM, Eric. A era do capital. Trad. Luciano Costa Neto. São Paulo: Paz e Terra, 2012.
HOFFMANN, Ernst Theodor Amadeus. O homem da areia. Trad. Ary Quintella. Rio de Janeiro: Rocco, 2006.
HUTCHEON, Linda. A theory of parody: the teachings of twentieth-century art forms. New York: Routledge, 1985.
JACKSON, Rosemary. Fantasy: Literatura e Subversión. Buenos Aires: Catálogos Editora, 1986.
JONES, Jordan; KRAUSE, James Remington. The femme fragile and femme fatale in the fantastic fiction of Machado de Assis. Abusões, Rio de Janeiro, v. 1, n. 1, p. 51–97, dez. 2015.
KRAUSE, James Remington. Enucleated Eyes: “Sem olhos” and “O capitão Mendonça” by Machado de Assis. In: DIENTE, Pablo Martínez; WISEMAN, David P. (orgs.). Border Crossings: Boundaries of Cultural Interpretation. Nashville, Tennessee: Center for Latin American Studies, Vanderbilt University, 2009, p. 51-64.
LAURETIS, Teresa de. A tecnologia do gênero. Trad. Susana Funck. In: HOLLANDA, Heloísa Buarque de. Tendências e impasses: o feminismo como crítica da cultura. Rio de Janeiro: Rocco, 1994, p. 206-242.
MAGALHÃES JR., Raimundo. Contos esquecidos. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1956.
________. Contos fantásticos de Machado de Assis. Rio de Janeiro: Edições Bloch, 1976.
MASSA, Jean Michel (Org). Dispersos de Machado de Assis. Rio de Janeiro: INL, 1965.
NETO, José Raimundo Maia. O ceticismo na obra de Machado de Assis. Belo Horizonte: Annablume, 2007.
POE, Edgar Allan. Obra completa. Trad. Oscar Mendes. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2001.
REGO, Enylton de Sá. O calundu e a panaceia: Machado de Assis, a sátira menipeia e a tradição luciânica. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1989.
RIEDEL, Dirce Cortes. A metáfora: o espelho de Machado de Assis. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1974.
ROAS, David. La Amenaza de lo Fantástico. In: ____. Teorías de lo Fantástico. Madrid: Arco Libros, S. L., 2001, p. 7-44.
SCOTT, Joan. Gênero: uma categoria útil de análise histórica. Educação e Realidade, Porto Alegre, v. 20, n. 2, p. 72–99, jul./dez. 1995.
SHELLEY, Mary. Frankenstein. Trad. Márcia Xavier e Brito e Carlos Primati. Rio de Janeiro: Darkside Books, 2017.
SILVA, Ricardo Gomes da. “Um esqueleto”, de Machado de Assis, e outros contos parodicamente fantásticos. Dissertação de mestrado. Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2012.
STEILEIN, Sandra Maria. “O capitão Mendonça: um conto fantástico de Machado de Assis. Travessia, Florianópolis, n. 25, p. 32-39, 1992.
TODOROV, Tzvetan. Introdução à literatura fantástica. Trad. Maria Clara Correa Castello. São Paulo: Perspectiva, 2004.
VOLOBUEF, Karin. E. T. A. Hoffmann e o romantismo brasileiro. Forum Deustch: Revista Brasileira de Estudos Germanísticos, Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro, n. 6, p. 103-113, 2002.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Greicy Pinto Bellin Bellin, James Remington Krause
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.