Matéria-documento e efeito sensorial na arte contemporânea e no cinema de Renata Pinheiro
DOI:
https://doi.org/10.22478/ufpb.1516-1536.2021v23n2.59136Palavras-chave:
Arte Contemporânea, Memória, Documento, Cinema, Direção de arteResumo
O texto analisa a relação entre cinema e arte contemporânea focando no trabalho da artista visual, diretora de arte e realizadora Renata Pinheiro. Se observará como procedimentos estéticos e discursivos advindos do uso de espaços e objetos marcados pelo tempo criam uma dimensão afetiva e sensorial evocativa de outras temporalidades e alteridades, agregando aspectos materiais de memória ao processo de conformação da obra. Para uma melhor aproximação do tema e formulação dos conceitos operativos, observamos outras manifestações artísticas contemporâneas em artistas visuais como Rosângela Rennó, Richard Serra e Simryn Gill e na montagem teatral do grupo Teatro da Vertigem. As obras de Renata Pinheiro que observamos utilizam-se da ressonância da matéria como potencial estético que produz um deslocamento de sentidos anteriormente gerados nas dinâmicas de inserção e uso do objeto em relações sociais outras, anteriores à sua apropriação pela obra. A essa capacidade evocativa denominamos matéria-documento. Somam-se a isto, as propriedades imersivas geradas pela reconfiguração da experiência com o espaço, atributo da obra instalativa, que possibilita ao observador construir sua experiência na inter-relação sensorial entre corpo, obra e contexto.
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