Binomia e estranho em Noite na Taverna, de Álvares de Azevedo

Autores

Palavras-chave:

Fantástico, Ficção, Grotesco, Sublime, Narrativa

Resumo

O artigo discute traços fantásticos na obra Noite na taverna, de Álvares de Azevedo. O percurso crítico adotado toma como fonte teórica as considerações de Todorov (2003) e a presença da binômia azevediana como elemento constitutivo da obra, bem como a presença do grotesco, conforme Hugo (1992) como elementos importantes na obra. Apoiados nos conceitos de sublime em Longino (2020) e grotesco em Hugo (1992) vislumbramos a presença de elementos estéticos do fantástico estranho, conforme Todorov (2003), em nosso corpus. Evitaremos, neste estudo, problematizar a ideia de Longino (2020) quanto ao efeito do extraordinário como marca do sublime, preferimos, na linha organizacional deste artigo, apontar para a ideia de transcendência ao real imediato em relação ao imagético, nas considerações do autor grego, como ponto de contato entre sua reflexão sobre o sublime e a classificação feita por Todorov (2003) em relação ao fantástico. Como principal percurso metodológico comentamos o corpus de forma a abordar elementos estilísticos e estéticos no texto de Álvares de Azevedo que mobilizam aspectos como o grotesco, o riso e o estranho em busca do diálogo entre real natural e o sobrenatural entendidos como fatores de construção do universo ficcional de caráter fantástico em Noite na taverna.

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Biografia do Autor

Danglei Castro Pereira, Universidade de Brasília- UnB

Doutor em Letras pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho. Professor na Universidade de Brasília (UnB). ORCID: https://orcid.org/0000-0003-1010-1238  

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Publicado

03.06.2021

Edição

Seção

DOSSIÊ: O FANTÁSTICO E A (DE)FORMAÇÃO DO RISO