NEGO VEIO PROFESSOR

ancestralidades, descolonização e reencantamento da educação

Autores

DOI:

https://doi.org/10.15687/rec.v16i2.67268

Palavras-chave:

Educação; Reencantamento; Preto Velho; Currículo; Descolonização

Resumo

O artigo risca os caminhos a partir dos saberes assentados nas práticas afro-brasileiras e indígenas com a orientação do professor ancestral Pai Joaquim da Calunga, um Preto Velho que baixa em um Terreiro de Umbanda localizado na zona norte do Rio de Janeiro. Rodopiando nos moldes civilizatórios de uma cultura hegemônica, cruzando possibilidades outras de ser e estar no mundo, incitando a própria potência criativa de estudantes, com a Banda e a Quimbanda, misturando corpos plurais que circulam nos espaços escolares e que muitas vezes incutem a ideia de serem fadados a determinados fins negativos nas periferias, é que vamos fazer a gira girar. Na lógica de uma Educação como experiência de liberdade do ser e de acúmulo e troca de força vital, como axé, a responsabilidade é firmar ponto em um pedaço de cipó curricular e desatar os nós da violência colonial, exercitando a fluidez dos diversos caminhos possíveis. Portanto, esse artigo parte de uma ideia de que nem sempre é possível evitar a morte do corpo físico, mas é possível reencantar o mundo através da potência de vida.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Nielson Rosa Bezerra, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Brasil.

Doutor em História pela Universidade Federal Fluminense e Professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

Bruna Maria Almeida Luiz, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Brasil.

Mestra em Educação na Universidade do Estado do Rio de Janeiro e Professora na Rede Estadual de Educação do Rio de Janeiro.

Referências

ADICHIE, Chimamanda. O perigo de uma história única. Companhia das Letras, 1ª edição, 2019.

BEZERRA, Nielson Rosa; LAURENTINO, Eliana, Baixada Negra: Escritas, identidades e processos educativos em diáspora. Duque de Caxias: Esteio, 2022.

BEZERRA, Nielson. A cor da Baixada: escravidão, liberdade e pós-abolição no Recôncavo da Guanabara. Duque de Caxias: APPH-CLIO, 2012.

D’ANDREA, Tiaraju. Contribuições para a definição dos conceitos periferia e sujeitos e sujeitas periféricos. São Paulo: Dossiê Subjetividades Periféricas, V39n01, 19-36, 2020.

FERREIRA, Marta. Ìtàn - oralidades e escritas: um estudo de caso sobre cadernos de hunkó e outras escritas no Ìlè Aṣé Omi Larè Ìyá Sagbá. 2015. 104 f. Dissertação (Mestrado em Educação) - Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2015.

FERREIRA, Marta. De menina à rainha/de rainha à menina: identidades tecidas em narrativas afrodiaspóricas; In: Revista de Ciências Humanas e Linguagens; Universidade do Estado da Bahia - UNEB - Campus XVIII V2: - n.3 Jan : Jul :: 2021. p. 1- 524 ISSN 2675-6781

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Esperança: um reencontro com a pedagogia do oprimido - 4ª ed. (1ª edición: 1992). Rio de Janeiro: Paz e Terra.

hooks, bell. Ensinando a transgredir: a educação como prática da liberdade. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2013.

KRENAK, Ailton. A vida não é útil. 1ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2020.

LUIZ, Bruna Maria de Almeida. É devagar, é devagarinho: Pai Joaquim da Calunga e as desconstruções de correntes sociais e educacionais da colonialidade. Dissertação (Mestrado em Educação), Faculdade de Educação da Baixada Fluminense, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, 2022.

MACHADO, Vanda. Pele da Cor da Noite. 2. ed Salvador: EDU-FBA, 2017.

MARTINS, Leda Maria. Performances do tempo espiralar: poéticas do corpo-tela. Rio de Janeiro: Cobogó, 2021.

MBEMBE, Achille. Necropolítica. São Paulo: N-1, 2018.

MENDES, Andrea. Sua bandeira na Aruanda está de pé: caboclos e espíritos territoriais centro-africanos nos terreiros e festas da independência (Bahia, 1824-1937). Tese (Doutorado em História), Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2018.

MIGNOLO, Walter. Desobediência Epistêmica: a opção descolonial e o significado de identidade em política. Cadernos de Letras da UFF – Dossiê: Literatura, língua e identidade, n.34, p. 287-324, 2008.

RUFINO, Luiz; SIMAS, Luiz Antonio. Fogo no mato: a ciência encantada das macumbas. Rio de Janeiro: Mórula, 2018.

RUFINO, Luiz; SIMAS, Luiz Antonio. Encantamento: sobre política de vida. Rio de Janeiro: Mórula Editorial, 2020.

SANTOS, Antonio Bispo dos. A terra dá, a terra quer. São Paulo: Ubu Editora, 2023.

SIMAS, Luiz Antonio. Pedrinhas miudinhas: ensaios sobre ruas, aldeias e terreiros. Rio de Janeiro: Mórula Editorial, 2013.

SIMAS, Luiz Antonio. O país de Sete Encruzilhadas. Revista Caju, 2018.

SIMAS, Luiz Antonio. Umbandas: uma história do Brasil. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2021.

SLENES, Robert Wayne. “Malungu, Ngoma Vem!”: África coberta e descoberta no Brasil. In: Revista USP, 12:48-67. São Paulo, dez.-jan.-fev. 1991-2, e Cadernos do Museu da Escravatura, 1. Luanda, 1995 (com correções).

SLENES, Robert Wayne. A Árvore de Nsanda transplantada: cultos kongo de aflição e identidade escrava no sudeste brasileiro (século XIX). In: LIBBY, Douglas Cole & FURTADO, Júnia Ferreira. (orgs.). Trabalho livre, trabalho escravo: Brasil e Europa, séculos XVII e XIX. São Paulo: Annablume, 2006, p. 291-292.

SODRÉ, Muniz. O Terreiro e a Cidade: a forma social negro-brasileira. Rio de Janeiro: Imago Ed.; Salvador, BA: Fundação Cultural do Estado da Bahia, 2002.

Downloads

Publicado

31-08-2023

Como Citar

BEZERRA, N. R.; LUIZ, B. M. A. NEGO VEIO PROFESSOR: ancestralidades, descolonização e reencantamento da educação . Revista Espaço do Currículo, [S. l.], v. 16, n. 2, p. 1–10, 2023. DOI: 10.15687/rec.v16i2.67268. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/index.php/rec/article/view/67268. Acesso em: 18 dez. 2024.