Combatendo as “plantas exóticas” da Nação:

a Lei dos Prefeitos de Pernambuco de 1836 e o ensaio das reformas regressistas no Império

Autores

  • Manoel Nunes Cavalcanti Junior Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (IFBA) - Campus Vitória da Conquista http://orcid.org/0000-0002-0665-6428

DOI:

https://doi.org/10.22478/ufpb.2317-6725.2020v25n42.50898

Palavras-chave:

Brasil Império, Regência, Cultura política

Resumo

Em 1836 a Regência passava por um momento de crise política com os desdobramentos das medidas liberais e descentralizadoras implementadas desde o 7 de abril de 1831. Começava a surgir um movimento de cisão entre os liberais moderados que até então controlavam o poder na corte e de contestação àquelas medidas. Era o início do Regresso. Na província de Pernambuco os regressistas foram representados pela oligarquia dos Cavalcanti em aliança com os restauradores locais do grupo do futuro regente Araújo Lima. Utilizando-se dos meios disponíveis de luta política pela imprensa e do controle da Assembleia Provincial, estes novos regressistas pernambucanos conseguiram aprovar uma lei provincial que anulou muitas das medidas descentralizadoras e deu nova roupagem centralizadora à estrutura judiciária e policial da província, antecipando as mudanças a nível nacional que só seriam tomadas com a Lei de Interpretação do Ato Adicional de 1840. Este artigo se propõe a analisar o processo como se deu esta vitória dos regressistas em Pernambuco e suas implicações para a luta política local.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Manoel Nunes Cavalcanti Junior, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (IFBA) - Campus Vitória da Conquista

Graduado em Licenciatura em História pela Universidade Federal de Pernambuco (1997), bacharel em História pela Universidade Federal de Pernambuco (1999), bacharel em Teologia pelo Seminário Teológico Batista do Norte do Brasil (1996), mestre em História pela Universidade Federal de Pernambuco (2001) e doutor pela mesma universidade (2015). Atualmente é professor titular do Instituto Federal da Bahia. Atua principalmente nos temas Brasil Império, ensino profissional, política no período regencial e revolução praieira.

Referências

BASILE, Marcello. O laboratório da Nação: a era regencial (1831 – 1840). In: GRINBERG, Keila; SALLES, Ricardo (org.). O Brasil Imperial, v. II: 1831 – 1870. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2009, p. 53-119.

CARVALHO, José Murilo de. Pontos e bordados. Escritos de história política. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 2005.

CARVALHO, Marcus J. M. Cavalcantis e Cavalgados: a formação das alianças políticas em Pernambuco, 1817 – 1824. Revista Brasileira de História. v. 18, n. 36. São Paulo: 1998. DOI: https://doi.org/10.1590/S0102-01881998000200014

CAVALCANTI JUNIOR, Manoel Nunes. Cultura política e instituições no Brasil Regencial: a primeira legislatura da Assembleia Provincial de Pernambuco (1835-1836). Binacional Brasil Argentina, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, v. 9, n. 2, p. 174-198, 2019. DOI: https://doi.org/10.22481/rbba.v8i2.6226

DOLHNIKOFF, Miriam. O Pacto Imperial: origens do federalismo no Brasil. São Paulo: Globo, 2005.

FELDMAN, Ariel. Espaço público e formação do Estado Nacional brasileiro: a atuação política do Padre Carapuceiro. São Paulo, 2012. 351p. Tese. Universidade de São Paulo.

FLORY, Thomas. El juez de paz e el jurado en el Brasil Imperial, 1808-1871. Control social y estabilidad política en el nuevo Estado. México: Fondo de Cultura Económica, 1986.

NASCIMENTO, Luiz do. História da Imprensa de Pernambuco: 1821-1954. Vol. 4. Recife: Imprensa Universitária/UFPE, 1967.

SOUZA, Francisco Belisário Soares de. O sistema eleitoral no Império. Brasília: Senado Federal, 1979.

URUGUAI, Visconde do. Estudos práticos sobre a administração das Províncias no Brasil. Tomo I. Rio de Janeiro: B. L. Garnier, 1865.

Downloads

Publicado

2020-06-16

Como Citar

CAVALCANTI JUNIOR, M. N. Combatendo as “plantas exóticas” da Nação: : a Lei dos Prefeitos de Pernambuco de 1836 e o ensaio das reformas regressistas no Império. Sæculum - Revista de História, [S. l.], v. 25, n. 42 (jan./jun.), p. 09–24, 2020. DOI: 10.22478/ufpb.2317-6725.2020v25n42.50898. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/index.php/srh/article/view/50898. Acesso em: 22 nov. 2024.

Edição

Seção

Artigos