Tramas de poder
Famílias e estruturas políticas da alimentação (Belém, 1917-1925)
DOI:
https://doi.org/10.22478/ufpb.2317-6725.2021v26n44.55815Palavras-chave:
Família, Alimentação, Dominação, PoderResumo
O artigo está localizado na cidade de Belém (PA) entre 1917 e 1925. A sua base documental foi um conjunto de correspondências (13 no total) anexadas em 12 processos contenciosos de desquite impetrados por cônjuges descontentes com os encaminhamentos dados aos seus casamentos. Dito isto, o objeto de estudo se concentrou na interpretação dos alimentos (feijão, arroz, peixe, carne, farinha, manteiga) por meio do prisma da fabricação de poder no seio da família. Em outros termos, quem os comprava (trabalhava para tal) e os colocava à disposição dos integrantes da linhagem, os descortinava como ferramentas capazes de submeter sogros(as), cunhados(as), maridos e esposas a condições subalternas, pois, inevitavelmente, esses dependentes – conforme algumas cartas adicionadas aos autos – tinham a sua honra, hombridade, dignidade “submetidas” ao mantenedor. Assim sendo, a problemática a dar vazão a este estudo em nenhum momento esteve preocupada em compreender os provimentos na sua qualidade nutritiva, nem na escassez, nem no abastecimento, nem na variação de preços, nem no aspecto da diversidade alimentícia. O ponto central dessas intervenções se deteve a investigar a alimentação, essencialmente, como instrumento de onde relações de poder, no interior da família, cintilavam e se faziam. À vista disso, a metodologia utilizada no desenvolvimento destas interpretações se concentrou em observar e interligar histórias, bem como em estabelecer comparações sistemáticas a envolver as narrativas contidas nas epístolas agregadas nos litígios de separação de corpos e bens.
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Referências
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