Coletivos Negros enquanto Subjetividades desestabilizadoras

Contribuições para a formulação de uma prática de ensino de História Decolonial

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DOI :

https://doi.org/10.22478/ufpb.2317-6725.2023v28n48.65967

Mots-clés :

Coletivos Negros, Subjetividades desestabilizadoras, Epistemicídio

Résumé

Este texto é fruto de uma reflexão sobre a importância dos coletivos negros dentro das instituições de ensino, onde os compreendo enquanto subjetividades desestabilizadoras que, ao se articularem, fazem emergir as contradições das instituições hegemônicas e ecoar das margens novas formas de ser, fazer, pensar e existir. O texto está dividido em quatro partes: a primeira é o relato sobre acolhimento dos ingressos na universidade federal em 2019 pelos coletivos negros e no quanto esse contato foi importante para me fazer repensar minha prática docente; a segunda parte é a problematização dos silenciamentos ocasionados pelo “epistemicídio” legado pela violência colonial: a terceira parte é a descrição sobre a reformulação, junto ao corpo discente, da ementa do curso de Ensino de História; a última parte é o relato sobre minha articulação junto aos coletivos artísticos negros para ofertar um curso de extensão e do quanto esse movimento foi importante para contemplar uma pedagogia decolonial.

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Biographie de l'auteur

Luiz Gustavo Souza, Universidade Federal de Pernambuco

Luiz Gustavo Mendel Souza é doutor em Antropologia pela Universidade Federal Fluminense e professor do Núcleo de Formação Docente da Universidade Federal de Pernambuco - Centro Acadêmico do Agreste e do Programa de Pós Graduação de História da UFPE.

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Publiée

2023-08-10

Comment citer

SOUZA, L. G. Coletivos Negros enquanto Subjetividades desestabilizadoras: Contribuições para a formulação de uma prática de ensino de História Decolonial. Saeculum, [S. l.], v. 28, n. 48, p. 208–221, 2023. DOI: 10.22478/ufpb.2317-6725.2023v28n48.65967. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/index.php/srh/article/view/65967. Acesso em: 20 mai. 2024.

Numéro

Rubrique

Dossiê História, Currículo e Pós-colonialidade