CURRÍCULO INTERCULTURAL

experiência de construção com o povo Huni Kuin

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22478/ufpb.1983-1579.2020v13n1.50753

Palavras-chave:

Currículo, Educação Intercultural, Povo, Huni Kuin

Resumo

O texto situa-se no âmbito da construção do desenho curricular do Curso Técnico Integrado ao Ensino Médio em Magistério intercultural Indígena com professores do povo Huni Kuin, dos municípios de Tarauacá, Jordão, Feijó e Marechal Thaumaturgo, desenvolvido no Laboratório Intercultural - LABINTER da UFAC, vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Letras: Linguagem e Identidade. O artigo tem como objetivo analisar o percurso e tensões que envolveram a construção do desenho curricular intercultural com esse povo. No percurso investigativo foi privilegiado a produção do Grupo Modernidade-Colonialidade, principalmente pelo o que está circunscrito no pensamento de Walsh (2005). No primeiro momento são apresentado conceitos que orientaram a construção do desenho curricular onde imperou a vontade de não impor a cultura escolar, historicamente construída para os que não são indígenas. Na sequência, esboça-se breve histórico do que tem se constituído a educação dos povos indígenas e a decisão política do povo Huni Kuin voltar-se para uma educação que atenda seus interesses. Por fim, é narrado o percurso e tensões que envolveram a construção do desenho curricular intercultural com esse povo. Foram analisados toda a documentação produzida pelo grupo no Laboratório de interculturalidade – Labinter (Caderno Textuante, Relatório geral do I Seminário de pesquisas da escola indígena, realizado na Aldeia Morada Nova/Feijó) diário de campo produzido no ano de 2019 no ambiente das reuniões e durante o III Seminário Internacional de Linguagens e Culturas Indígenas – línguas ameríndias: diversidades, tradições e memórias) e dissertações de mestrado que tematizaram aspectos educacionais dos Huni Kuin.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Valda Inês Fontenele Pessoa, Universidade Federal do Acre, Brasil.

Professora e pesquisadora do Programa de Pós-Graduação em Letras: linguagem e identidade da UFAC.

Lucia de Fatima Melo, Universidade Federal do Acre, Brasil.

Professora e pesquisadora da Universidade Federal do Acre. Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Educação PPGE/UFAC.

Referências

ALTHUSSER, Louis. Aparelhos ideológicos de estado: notas sobre os aparelhos ideológicos de estado. 10ª ed. Rio de Janeiro, Graal, 1985.

BANIWA, Gersem. Educação escolar indígena no século XXI: encantos e desencantos. 1ª ed. Rio de Janeiro: Mórula, Laboratório de pesquisas em etnicidade, cultura e desenvolvimento – LACED, 2019.

BANIWA, Gersem. Língua, educação e interculturalidade na perspectiva indígena. In: ALBUQUERQUE, Gerson Rodrigues. Das margens. Rio Branco, Nepan editora, 2016.

BERGAMASCHI, Maria Aparecida; DOEBBER, Michele Barcelos; BRITO, Patricia Oliveira. Estudantes indígenas em universidades brasileiras: um estudo das políticas de acesso e permanência. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, Brasília, v. 99, n. 251, p. 37-53, jan./abr, 2018.

BOURDIEU, Pierre. A reprodução. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1992.

BOURDIEU, Pierre. A economia das trocas simbólicas. São Paulo: Perspectiva, 1987.

CANDAU, V. M. (Org.). Didática crítica intercultural: aproximações. Petrópolis (RJ): Vozes, 2012.

GRUPIONI, Luís Donizete Benzi. O ponto de vista dos professores indígenas: entrevista com Joaquim Maná Kaxinawá, Fausto Mandulão Macuxi e Francisca Novantino Pereci. Em Aberto. Brasília, v. 20, n. 76, p. 154-176, fev. 2003.

VEIGA-NETO, Alfredo. Incluir para excluir. In: LARROSA, Jorge; SKLIAR. Habitantes de babel: políticas e poéticas da diferença. Tradução de Semíramis Gorini da Veiga. 2ª ed. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2011.

WALSH, Cathrine. Pensamento crítico y matriz (de)colonial: reflexões latino-americanas. Quito: Ediciones Abya-yala, 2005.

GONÇALVES, R. M. Bricolagens praticadas e políticaspráticas de currículos nos cotidianos escolares / Rafael Marques Gonçalves. Rio de Janeiro/ UERJ, 2018.

GONÇALVES, R. M. Autonomia e Políticaspráticas de Currículos: uma equação entre raízes e opções. Educ. Real., Porto Alegre , v. 44, n. 3, e84870, 2019 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2175-62362019000300401&lng=en&nrm=iso>. access on 26 May 2020. Epub Sep 12, 2019. https://doi.org/10.1590/2175-623684870.

GONÇALVES, R. M;et at all. A BNCC NA CONTRAMÃO DAS DEMANDAS SOCIAIS: PLANEJAMENTO COM E PLANEJAMENTO PARA. Práxis Educacional, [S.l.], v. 16, n. 38, p. 338-351, jan. 2020. ISSN 2178-2679. Disponível em: <http://periodicos2.uesb.br/index.php/praxis/article/view/6012>. Acesso em: 26 maio 2020. doi: https://doi.org/10.22481/praxisedu.v16i38.6012.

GONÇALVES, R. M. CONVERSAS SOBRE PRÁTICAS E CURRÍCULOS ENTRE PROFESSORAS: ARTESANIA E MANEIRAS DE FAZER O COTIDIANO ESCOLAR. Linguagens, Educação e Sociedade, Teresina, Ano 23, Edição Especial, dez. 2018. Disponível em: https://revistas.ufpi.br/index.php/lingedusoc/article/view/7876. Acesso em 26 de maio de 2020. Doi: https://doi.org/10.26694/les.v1i1.7876

Downloads

Publicado

29-03-2020

Como Citar

FONTENELE PESSOA, V. I. .; MELO, L. de F. CURRÍCULO INTERCULTURAL: experiência de construção com o povo Huni Kuin. Revista Espaço do Currículo, [S. l.], v. 13, n. 1, p. 47–57, 2020. DOI: 10.22478/ufpb.1983-1579.2020v13n1.50753. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/rec/article/view/50753. Acesso em: 26 dez. 2024.