REDES DE CONHECIMENTOS E CURRÍCULOS: agenciamentos e criações possíveis nos movimentos estudantis recentes

Autores

  • Nilda Guimarães Alves Universidade do Estado do Rio de Janeiro
  • Joana Ribeiro Santos Universidade do Estado do Rio de Janeiro

DOI:

https://doi.org/10.15687/rec.v9i3.30743

Resumo

Trabalhamos na pesquisa com a ideia de que a formação humana se dá em redes educativas múltiplas e diversas, relacionadas entre si de modos diferentes. Essas redes, com os conhecimentossignificações nelas criados, atuam nos processos curriculares, nas relações entre os tantos dentrofora das escolas. No momento em que forças conservadoras se voltam para as escolas e as práticasteorias que nelas são tecidas, buscando, em especial, controlar os currículos oficiais e limitar a autonomia docente, os estudantes, em diversos estados brasileiros, ocupam escolas e denunciam a crise na administração da educação pública. Neste artigo buscamos entender como, no estado do Rio de Janeiro, esse movimento atuou sobre o currículo, identificando agenciamentos diversos que atuaram em sua tessitura, como os movimentos Occupy, pelo mundo, os movimentos grevistas docentes em 2013 e 2014 no Rio de Janeiro, os movimentos de ocupação das escolas em São Paulo etc. Da mesma forma, entendemos que estes movimentos são, também, agenciamentos para tantos outros. Neste texto, as narrativas dos estudantes e as fotografias dos movimentos tornam-se personagens conceituais, tais como os entende Deleuze, servindo para pensar a potência daquilo que é tecido nos cotidianos escolares a partir dos currículos praticadospensados, entendidos como criação necessária ao momento atual da Educação brasileira. As idéias desenvolvidas têm apoio no pensamento de Certeau e Deleuze.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Nilda Guimarães Alves, Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Professora titular na UFF e na UERJ (aposentada em ambas). Atualmente é pesquisadora visitante no Programa de Pós-graduação em Educação (ProPEd), da UERJ (novembro/2012-outubro/2017) e no PPGEDU – Processos formativos e desigualdades sociais, da Faculdade de Formação de Professoras/Uerj-S.Gonçalo. Membro do Laboratório Educação e Imagem (www.lab-eduimagem.pro.br). Pesquisadora 1 A/CNPq, sendo líder do GrPesq “Currículos, redes educativas e imagens”. Currículo: http://lattes.cnpq.br/4233172979202700 E-mail: nildag.alves@gmail.com

Joana Ribeiro Santos, Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Doutoranda em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (ProPEd/UERJ). Professor de História das redes municipal e estadual do Rio de Janeiro. Membro do GrPesq “Currículos, redes educativas e imagens”. Currículo: http://lattes.cnpq.br/0861182646887979 E-mail: joribeiro87@gmail.com

Referências

ALVES, Nilda. Os "mundos culturais" dos docentes nas relações com imagens e sons dos filmes. In: Giovana Scareli. (Org.). Educação, culturas, políticas e práticas educacionais e suas relações com a pesquisa. 1ed.Porto Alegre: Sulina, 2015: 135-148.

______. Os 'mundos culturais dos docentes'. In: Elizeu Clementino de Souza; Ana Luiza Grillo Balassiano; Anne-Marie Milon Oliveira. (Org.). Escrita de si, resistência e empoderamento. 1ed.Curitiba: CRV, 2014 a: 203-214.

______. Sobre a existência de currículos em redes. In: Elza Neffa; Deise Keller Cavalcante; Maristela Barenco de Mello. (Org.). Educação ambiental: reflexões político-pedagógicas.Rio de Janeiro: MRA2, 2014 b: 25-49.

______. Redes educativas, fluxos culturais e trabalho docente – o caso do cinema, suas imagens e sons. Rio de Janeiro: ProPEd/UERJ, 2011. (Projeto de pesquisa, entre 2012 e 2017; financiamento UERJ, FAPERJ, CNPq).

______. Redes Educativas 'dentrofora' das escolas, exemplificadas pela formação de professores. In: Lucíola Santos; Ângela Dalben; Júlio Diniz, Leiva Leal. (Org.). Convergências e tensões no campo da formação e do trabalho docente: Currículo, Ensino de Educação Física, Ensino de Geografia, Ensino de História, Escola, Família e Comunidade. 66ed.Belo Horizonte/MG: Autêntica, 2010, v. 1, p. 1-49.

______. A aula: redes de práticas – os processos cotidianos de ensinar e aprender. Rio de Janeiro: UERJ, 2000 (tese de titular).

______. Tecer conhecimento em rede. In.: ALVES, Nilda e GARCIA, Regina Leite (Orgs.). O sentido da escola. Rio de Janeiro: DP&A Editora, 1999.

ANDRADE, Nivea Maria da Silva; ALVES, Nilda. Possibilidades de pesquisas com artefatos culturais nos cotidianos das redes educativas, em conversas. In: Raimundo Martins; Irene Tourinho. (Org.). edagogias culturais. 1ªed.Santa Maria: Ed. da UFSM, 2014: 357-376.

_________. Histórias possíveis entre imagens: conhecimentos

e significações na produção de vídeos em escolas. In: MARTINS, Raimundo; TOURINHO, Irene. Processos & Práticas de Pesquisa em Cultura Visual & Educação. Santa Maria: Ed. Da UFSM, 2013: 135-151.

CASTELLS, Manuel. Redes de indignação e esperança. Movimentos sociais na era da internet. Tradução: Carlos Alberto Medeiros. 1 ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2013.

CERTEAU, Michel de. A invenção do cotidiano. Artes de fazer. 19 ed. Tradução de Ephraim Ferreira Alves. Petrópolis, RJ: Vozes, 2012.

DELEUZE, Gilles. Sobre teatro – um manifesto de menos. Rio de Janeiro: Zahar, 2010.

_________. Imagem-movimento (Cinema 1). S. Paulo: Brasiliense, 2009.

_________. Francis Bacon – lógica da sensação. Rio de Janeiro: Zahar, 2007.

_________. Proust e os signos. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2003.

_________. A dobra – Leibniz e o barroco. Campinas/SP: Papirus, 1991.

_________. Imagem-tempo (Cinema 2). S. Paulo: Brasiliense, 1985.

DELEUZE e GUATTARI, Félix. O que é filosofia? Tradução de Bento Prado Jr. E Alberto Alonso Muñoz. São Paulo: Editora 34, 2010 (3ª Edição).

____________ e GUATTARI, Félix. Mil platôs: capitalismo e esquizofrenia 2, vol. 1. Tradução de Ana Lúcia de Oliveira, Aurélio Guerra Neto e Celia Pinto Costa. São Paulo: Ed. 34, 2011 (2ª Edição).

OLIVEIRA, Inês Barbosa de. Currículos e pesquisas com os cotidianos: o caráter emancipatório dos currículos ‘pensadospraticados’ pelos ‘praticantespensantes’ dos cotidianos das escolas. In.: Carlos Eduardo Ferraço e Janete Magalhães Carvalho (orgs.) Currículos, pesquisas, conhecimentos e produção de subjetividades. 1 ed. Petrópolis: DP et Alli, 2012: 47-70.

OLIVEIRA, Inês Barbosa de; ALVES, Nilda (orgs.) Pesquisa nos/dos/com os cotidianos das escolas – sobre redes de saberes. Petrópolis: DP et Alii, 2008.

ZOURABICHVILI, François. O Vocabulário de Deleuze. Ediouro, 2009.

Downloads

Publicado

28-12-2016

Como Citar

ALVES, N. G.; SANTOS, J. R. REDES DE CONHECIMENTOS E CURRÍCULOS: agenciamentos e criações possíveis nos movimentos estudantis recentes. Revista Espaço do Currículo, [S. l.], v. 9, n. 3, 2016. DOI: 10.15687/rec.v9i3.30743. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/rec/article/view/rec.v9i3.30743. Acesso em: 6 dez. 2024.