Aspectos históricos da OCDE e suas relações com a organização do ensino da matemática no Brasil

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22478/ufpb.2359-7003.2023v32n1.56467

Palavras-chave:

Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômicos (OCDE). Organização do Ensino de Matemática. Perspectiva Histórico-Cultural. Materialismo Histórico-Dialético.

Resumo

Neste artigo analisa-se a relação inicial da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e a organização do ensino de Matemática. Parte de uma pesquisa teórica, cuja orientação é a Perspectiva Histórico-Cultural em consonância com o Materialismo Histórico-Dialético. Defende que a compreensão dos interesses dos Organismos Multilaterais (OM) ao influenciar as políticas educacionais, não visa a formação e desenvolvimento humano de maneira igualitária. Conclui que a Organização Europeia para a Cooperação Econômica (OECE) cerne da OCDE, foi a responsável pela organização do Seminário de Royaumont em 1959, contando com a participação de dezoito países, favorecendo a elaboração de um documento intitulado “Um Programa Moderno de Matemática para o ensino Secundário”, publicado em 1961 e que chegou no Brasil em 1965, por meio do GEEM (Grupo de Estudos do Ensino de Matemática). O Programa é concebido pelo organismo como um instrumento para os países redigir novos livros didáticos e manuais visando a formação de capital humano e foi a primeira tentativa da OECE, portanto, da OCDE em influenciar à organização do ensino de matemática.

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Biografia do Autor

Susimeire Vivien Rosotti de Andrade, Universidade Estadual do Oeste do Paraná

Licenciada em Matemática pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná - UNIOESTE (2001), Mestre em Educação para a Ciência e a Matemática pela Universidade Estadual de Maringá - UEM (2012) e Doutora em Educação Matemática pela Universidade Federal do Mato Grosso do Sul - UFMS (2020). Foi professora da Rede Estadual de Ensino, vinculada ao Núcleo regional de Educação de Foz do Iguaçu/PR, e da Rede Municipal de Ensino. Atualmente é Professora da Área de Educação Matemática, do Centro de Engenharias e Ciências Exatas-Campus Foz do Iguaçu da UNIOESTE, do curso de Licenciatura em Matemática no qual, sou membro do colegiado e coordenadora do Estágio Supervisionado obrigatório do curso. Atua em ações de extensão voltadas a formação de professores de matemática sendo coordenadora do Programa de extensão integrando os alunos do curso em Licenciatura em Matemática à comunidade. Tem experiência na área de Educação, com destaque em Educação Matemática, atuando principalmente nos seguintes temas: Educação Matemática nos Anos Finais do Ensino Fundamental e Ensino Médio, Processos de ensino-aprendizagem-desenvolvimento, Trabalho docente, Formação de professores de matemática e Políticas educacionais. Participante do FOPECIM/ UNIOESTE e FORMEM/UFMS como pesquisadora. Membro da Sociedade Brasileira de Educação Matemática-SBEM e da Associação Nacional de Pós-Graduação em Educação-ANPED.

Patricia Sandalo Pereira, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)

Possui graduação em Ciências Habilitação Plena Em Matemática pela Universidade Federal de Uberlândia (1985), mestrado em Educação Matemática (1997) e doutorado em Educação Matemática (2005) pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho - UNESP - Rio Claro. Atualmente é Diretora do Instituto de Matemática, Docente do curso de Licenciatura em Matemática e do Programa de Pós-Graduação em Educação Matemática e Docente do Doutorado em Ensino de Ciências da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Educação Matemática da UFMS (2011/2013). Chefe do Departamento de Matemática da UFMS (2009/2010). Avaliadora CAPES de Projetos PIBID (2013). Editora-Chefe do Periódico Perspectivas da Educação Matemática da UFMS (2010-2013).Revisora e membro do corpo editorial de inúmeros periódicos.Coordenadora do Projeto CNPq Estado da arte das pesquisas em educação Matemática que tratam da formação de professores produzidas nos Programas de Pós-Graduação das regiões norte, nordeste e centro-oeste no Brasil a partir de 2005 (2011-2013). Coordenadora do projeto em rede Trabalho colaborativo com professores que ensinam Matemática na Educação Básica em escolas públicas das regiões Nordeste e Centro-Oeste, financiado pelo Programa Observatório da Educação - CAPES na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - UFMS (Instituição sede) (2013-2016). Colaboradora do Projeto Universal CNPq Mapeamento e estado da arte da pesquisa brasileira sobre o professor que ensina Matemática (2013-2016). Coordenadora adjunta do Grupo de Trabalho Formação de Professores que ensinam Matemática (GT 7) da Sociedade Brasileira de Educação Matemática (2015-2018). Membro do GT7 - Formação de professores que ensinam Matemática da SBEM. Líder do Grupo de Pesquisa FORMEM - Formação e Educação Matemática. Atualmente desenvolve estudos e pesquisas na área de Educação Matemática e Ensino de Ciências com base nos princípios do Materialismo Histórico Dialético e da Pesquisa Colaborativa, atuando principalmente com Formação de Professores (formação inicial, formação continuada e desenvolvimento profissional).

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Publicado

2023-03-03

Como Citar

ROSOTTI DE ANDRADE, S. V.; SANDALO PEREIRA, P. . Aspectos históricos da OCDE e suas relações com a organização do ensino da matemática no Brasil. Revista Temas em Educação, [S. l.], v. 32, n. 1, p. e-rte321202322, 2023. DOI: 10.22478/ufpb.2359-7003.2023v32n1.56467. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/rteo/article/view/56467. Acesso em: 18 dez. 2024.