O impacto das discrepâncias socioeconômicas no desempenho acadêmico: uma comparação entre metodologia ativa e tradicional
DOI:
https://doi.org/10.22478/ufpb.2359-7003.2024v33n1.70284Palavras-chave:
Educação Superior, Aprendizagem Baseada em Problemas, EnsinoResumo
Alunos com baixa renda possuem acesso as universidades por meio dos sistemas de cotas, o FIES ou bolsas do programa Universidade para Todos. Estas políticas ampliaram o acesso da população ao ensino superior e alunos de diferentes realidades socioeconômicas são observados nas salas de aula. Com a migração do ensino tradicional para metodologias ativas torna-se necessário entender até que ponto essas discrepâncias socioeconômicas interferem no desempenho do aluno nas práticas deste método. O objetivo deste trabalho é comparar a metodologia ativa e tradicional em alunos com diferentes perfis socioeconômicos, com ou sem acesso à internet de universidades públicas e particulares. Duzentos e quatro alunos participaram da pesquisa, divididos em 2 grupos que foram submetidos a metodologia ativa e a metodologia tradicional de ensino. Em seguida, os alunos realizaram um teste de conhecimento e responderam a um questionário socioeconômico para identificação das possíveis variáveis que possam interferir no aprendizado por meio dessas metodologias. O ensino por metodologia tradicional promoveu melhor desempenho nos alunos da IES particular, não houve diferença estatística para o tipo de metodologia empregada em alunos de IES pública. O acesso à internet impactou os alunos submetidos à metodologia ativa, mas o mesmo fenômeno não se observou no grupo de metodologia tradicional. Concluímos que o acesso à internet é importante para a eficácia da metodologia ativa, sem impacto na metodologia tradicional. Os alunos de IES particular apresentaram melhor desempenho na metodologia tradicional, mas não houve diferença entre metodologia ativa e tradicional para os alunos de IES pública.
Downloads
Referências
BACICH, L.; MORAN, J. Metodologias ativas para uma educação inovadora: uma abordagem teórico-prática. Penso, Porto Alegre, v. 1, n. 4, p. 89-91, 2018
BACICH, L.; NETO, A. T.; TTREVISANI, F. Ensino Híbrido: Personalização e tecnologia na educação. Penso, Porto Alegre, v. 3, n. 1, 2015
BARBOSA, M.L.O. Democratização ou massificação do Ensino Superior no Brasil?. Revista de Educação PUC-Campinas, v. 24, n. 2, p. 240-253, 2019. Disponível em: https://doi.org/10.24220/2318-0870v24n2a4324
BELCHER, J. Studio Physics at MIT. MIT Physics Annual. Massachusetts, 2001. Disponível em: http://web.mit.edu/jbelcher/www/PhysicsNewsLetter.pdf
BRASIL. Ministério da Educação. Ensino a distância cresce 474% em uma década. [Brasília]: Ministério da Saúde, 14 nov. 2022. Disponível em: https://www.gov.br/inep/pt-br/assuntos/noticias/censo-da-educacao-superior/ensino-a-distancia-cresce-474-em-uma-decada#
CASANOVAS, M. M.; RUIZ-MUNZON, N.; FABREGA, M. B. Higher education: the best practices for fostering competences for sustainable development through the use of active learning methodologies. International Journal of Sustainability in Higher Education, v. 23, n. 3, 2021
COLARES, K. T. P.; OLIVEIRA, W. Metodologias Ativas na formação profissional em saúde: uma revisão. Revista Sustinere, v. 6, n. 2, p. 300–320, 2019. Disponível em: https://doi.org/10.12957/sustinere.2018.36910
DA SILVA, I. P.; MERCADO, L. P. L. Revisão sistemática de literatura acerca da experimentação virtual no ensino de Física. Ensino & Pesquisa, v. 17, n. 1, p. 49-77, 2019
DIESEL, A.; BALDEZ, A. L. S.; MARTINS, S. N. Os princípios das metodologias ativas de ensino: uma abordagem teórica. Thema, Pelotas, v. 14, n. 1, p. 268-288, 2017
FARIAS, P.; MARTIN, A.L; CRISTO, C.S. Aprendizagem Ativa na Educação em Saúde: Percurso Histórico e Aplicações. Rev bras educ med, v. 39, n. 1, p. 143–50, 2015. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1981-52712015v39n1e00602014
FEYMAN, R. P. Só Pode Ser Brincadeira, Sr. Feynman!. Editora Intrinseca, Rio de Janeiro, v. 1, n. 1, 2019
FRANÇA JUNIOR, R.R.; MAKNAMARA, M. Metodologias ativas como significado transcendental de currículos de formação médica. Educação em Revista, v. 36, p. e219263, 2020. Disponível em: https://www.scielo.br/j/edur/a/SDCcMBxHkYGSdn858ZFTbJB/?lang=pt
FRANÇA JUNIOR, R. R.; MAKNAMARA, M. A literatura sobre metodologias ativas em educação médica no brasil: notas para uma reflexão crítica. Trabalho, Educação e Saúde, v. 17, p. e0018214, 2019. Disponível em: https://www.scielo.br/j/tes/a/zWkGHv3kYskCpdtp4D7SDTR/?lang=pt
GALVÃO, N.S; OLIVEIRA, M. L; PANZARELLA, F. K.; RAITZ, R.; JUNQUEIRA, J. L. C. Traditional lecture versus PBL tutorials in Dental students’ knowledge acquisition. Revista da Abeno, v. 18, n. 4, p. 76-84, 2018. Disponível em: 10.30979/rev.abeno.v18i4.757
IBGE. O uso de internet, televisão e celular no Brasil (2022) Disponível em: https://educa.ibge.gov.br/jovens/materias-especiais/20787-uso-de-internet-televisao-e- celular-no-brasil.html
IDEB. Resultado do índice de desenvolvimento da educação brasileira. (2019). Disponível em: http://ideb.inep.gov.br/resultado/resultado/resultadoBrasil.seam?cid=608470
JUNIOR, J. F. S.; MORAES, C. C. P. Parâmetros conceituais à estratégia pedagógica no contexto da metodologia ativa. Cadernos Cajuína, v. 7 n. 1, 2022
LARANJEIRAS, C. L.; BRANDÃO A. H.; PRAÇA, M. A.; LAMAITA, R. M.; SILVA, C. H. Uso da metodologia ativa no treinamento de médicos-residentes em ginecologia e obstetrícia. Femina, v. 50, n. 4, p. 215-218, 2022
LIMA, L. C. R.; TESCHE, L. F.; ARAÚJO, T. S.; BARBOSA, T. L. A.; ANDRADE, L. M. X. G. Burnout e metodologia ativa de ensino-aprendizagem entre estudantes de Medicina de universidade em tríplice fronteira. Revista Brasileira de Educação Médica, v. 46, n. 4, p. e164, 2022
LOPES, J. M.; CASTRO, J. G. F.; PEIXOTO, J. M.; MOURA, E. P. Autoeficácia de Estudantes de Medicina em Duas Escolas com Metodologias de Ensino Diferentes (Aprendizado Baseado em Problemas versus Tradicional). Revista Brasileira de Educação Médica, v. 44, n. 2, p. e048, 2020
MATTAR, J. Metodologias Ativas: para a educação presencial, blended e a distancia. Artesanato Educacional, São Paulo, v. 1, n. 1, 2017
PEREIRA, R. J. B. Método tradicional e estratégias lúdicas no ensino de biologia para alunos de escola rural do município de Santarém – PA. Experiências em Ensino de Ciências, v.15, n. 2, 2020
PINTO, J. M. .R. The Education System of Brazil: Financing of Education in Brazil. In: Jornitz S., Parreira do Amaral M. The Education Systems of the Americas. Global Education Systems. Springer, Cham, v. 1. n. 1, 2021
PRADO, H. M; FALBO, G. H.; FALBO, A. R.; FIGUEIROA, J. M. Active learning on the ward: outcomes from a comparative trial with traditional methods. Medical Education, v. 45, n. 3, p. 273-279, 2011
SILVA, M. C. A., ASSUNÇÃO, M. E. L. S. M. Eficácia de Metodologia Ativa de Aprendizagem do ECG no Internato em Clínica Médica. Arq. Bras. Cardiol, v. 119, n. 5 p. 22-26, 2022
SILVA, R. P.; CAMACHO, A. C. L. F. Uso da metodologia ativa comparada a metodologia tradicional no ensino de enfermagem: pesquisa de intervenção. Rev Recien, São Paulo, v. 13, n. 41, p. 55-65, 2023
SOBRAL, J. B.; LIMA, D. L. F.; ROCHA, H. A. Active methodologies association with online learning fatigue among medical students. BMC Med Educ, v. 22, n. 74, 2022
TAVARES, F. G. D. O. O conceito de inovação em educação: uma revisão necessária. Educação (UFSM), Santa Maria, v. 44, p. 1-19, 2019
VAN LIER, L. The ecology and semiotics of language learning: a sociocultural perspective. Monterey: Kluwer Academic Publishers, v. 3, n. 1, 2004
VETROMILLE-CASTRO R.; KEILING, H. S. Metodologias ativas e recursos digitais para o ensino de L2: Uma revisão sobre caminhos e possibilidades. Ilha do Desterro, v. 74, n. 3, p. 351-368, 2021
WATKINS, J.; MAZUR, E. Retaining students in science, technology, engineering, and mathematics (STEM) majors. J. Coll. Sci. Teach, v. 42, n. 5, p. 36-41, 2013
WELTMAN, D.; WHITESIDE, M. Comparing the Effectiveness of Traditional and Active Learning Methods in Business Statistics: Convergence to the Mean. Journal of Statistics Education, v. 18, n. 1, 2010
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Revista Temas em Educação
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).