Trans*referenciando o currículo:

cartografias desejantes de jovens transvestigêneres

Authors

  • Letícia Carolina Nascimento Universidade Federal do Piauí (UFPI) https://orcid.org/0000-0003-2159-7179
  • Shara Jane Holanda Costa Adad Universidade Federal do Piauí (UFPI)

DOI:

https://doi.org/10.22478/ufpb.2359-7003.2024v33n1.68641

Keywords:

Currículo Trans*referenciado, Jovens transvestigêneres, Afirmação das diferenças

Abstract

This text unfolds based on the following question: what can the curriculum say regarding the presence of transgender young people at school and university? Using a cartographic methodological approach, it maps traces of violence experienced by transgender young people from basic education to higher education, which impedes the right to education. It denounces a policy of extermination of transgender youth, since around 80% of victims of lethal transphobia in Brazil are up to 35 years old. In addition to the violence instituted in the educational field that weakens legal guarantees to protect children and youth, they propose a trans*referenced curriculum as a possibility of thinking about education through affections and encounters, in which images of transgender people can be humanized. To affirm the differences, a trans*referenced curriculum recognizes and values ​​the knowledge and experiences of transgender young people in education.

Downloads

Download data is not yet available.

Author Biographies

Letícia Carolina Nascimento, Universidade Federal do Piauí (UFPI)

Letícia Carolina Nascimento é mulher travesti, negra, gorda e piauiense. Filha de Xangô e Ekedy no terreiro-escola Ilê Asê Oba Oladeji. Doutora em Educação pela Universidade Federal do Piauí (UFPI). É professora do curso de Pedagogia na UFPI, Campus de Floriano-PI e Professora Colaboradora no Programa de Pós-graduação em Sociologia (PPGS), na UFPI. Autora do livro Transfeminismo, na Coleção Feminismos Plurais coordenada por Djamila Ribeiro, traduzido para o francês com o título: "Le transféminisme: genres et transidentités" pela Edições Anacaona. É ativista social atuando junto a coordenação executiva nacional do Fórum Nacional de Travestis e Transexuais Negras e Negros (FONATRANS). Pesquisadora filiada ao Núcleo de Estudos e Pesquisa em Educação Gênero e Cidadania (NEPEGECI/UFPI); a Rede Interdisciplinar de Mulheres Acadêmicas do Semiárido (RIMAS/UFRPE); e a Associação Brasileira de Pesquisadores/as Negros/as (ABPN).

Shara Jane Holanda Costa Adad, Universidade Federal do Piauí (UFPI)

Doutora em Educação. Especialista em História do Piauí. Bacharel em Ciências Sociais. Formação complementar em Arteterapia e Arte do Palhaço. Professora Associada da Universidade Federal do Piauí - UFPI, lotada no Departamento de Fundamentos da Educação - DEFE/CCE, na área de Fundamentos Sociológicos e Antropológicos da Educação. Integra o Programa de Pós-Graduação em Educação/UFPI, na Linha de Pesquisa Educação, Diversidades/Diferença e Inclusão. Coordena o Núcleo de Estudos e Pesquisas em "Educação, Gênero e Cidadania" - NEPEGECI e o Observatório das Juventudes e Violências na Escola - OBJUVE. Atua principalmente em temas associados à corpo, à infância, às juventudes e às práticas educativas imanentes e interculturais em contextos escolares e não escolares provenientes da experiência que descoloniza o pensamento hegemônico; que cria uma Geofilosofia da experiência ao caotizar e dar consistência especialmente aos confetos (neologismo: conceitos + afetos) na Sociopoética, produção coletiva de conhecimento, heterogeneidade produtora da diferença. Prioriza, ainda, as subjetividades nos agenciamentos micropolíticos de afectos - processos coletivos de criação e de resistências produzidas com/entre crianças, adolescentes e jovens numa perspectiva de políticas públicas das diversidades de gênero, de sexualidades e de raça/etnia, democráticas, decoloniais e inclusivas, com abordagens de pesquisa inventivas e interventivas, com destaque para a sociopoética, a cartografia, a etnografia e as narrativas de coletivos humanos de resistência na produção de outros modos de educar na contemporaneidade.

References

ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE TRAVESTIS E TRANSEXUAIS-ANTRA. Nota da ANTRA sobre cotas e reservas de vagas em universidades destinadas às pessoas trans. Disponível em: < https://antrabrasil.org/2020/12/17/nota-antra-cotas-universidades-pessoas-trans/ > Acessado em 15/11/2023.

ABRAMOVAY, Miriam (Coord.). Juventudes na escola, sentidos e buscas: Por que frequentam? Brasília-DF: Flacso - Brasil, OEI, MEC, 2015.

BARROS, Laura Pozzana de; KASTRUP, Virgínia. Cartografar é acompanhar processos. PASSOS, Eduardo; KASTRUP, Virgínia; DA ESCÓSSIA, Liliana. Pistas do método da cartografia: Pesquisa-intervenção e produção de subjetividade. Porto Alegre: Sulina, 2009.

BENEVIDES, Bruna G. Dossiê assassinatos e violências contra travestis e transexuais brasileiras em 2022. Brasília, DF: Distrito Drag; ANTRA, 2023.

BENTO, Berenice. Transviad@s: gênero, sexuzalidade e direitos humanos. Salvador: EDUFBA, 2017.

CARRANO, Paulo César Rodrigues. Juventudes e cidades educadoras. Petrópolis: Vozes, 2003.

CORAZZA, Sandra. O que quer um currículo? pesquisas pós-críticas em educação.

Petrópolis, RJ: Vozes, 2001.

DELEUZE, Gillles; GUATTARI, Felix. Mil Platôs: capitalismo e esquizofrenia. Vol. I. São Paulo: Ed. 34, 1995.

NOGUEIRA, S. B. N.; FRANÇA R.; ARAÚJO, M. C. C. A Importância do uso do nome social no exame nacional do ensino médio – ENEM. Revista Geoconexões, v. 2, 2016, p. 21-25.

FREIRE, Paulo. Educação como prática de liberdade. São Paulo: Paz e Terra, 2019.

FREIRE, Paulo. Educação e mudança. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1982.

GALLO, S. Cuidar de si e cuidar do outro. In: W. O. Kohan, & J. Gondra. Foucault

anos. Belo Horizonte: Autêntica, 2006. 177-190.

GROSFOGUEL, R. A estrutura do conhecimento nas universidades ocidentalizadas: racismo/sexismo epistêmico e os quatro genocídios/epistemicídios do longo século XVI. Sociedade e Estado, v. 31 n. 1, 25–49, 2016.

LOURO, Guacira Lopes. O corpo educado: pedagogias da sexualidade. Belo Horizonte: Autêntica, 2018.

PARAÍSO, Marlucy Alves. Currículo, desejo e experiência. Educação e Realidade, v. 34, n. 02, p. 277-293, 2009.

QUIJANO, Aníbal. Colonialidade do poder e classificação social. In: SANTOS, Boaventura de Souza (org.). Epistemologias do sul. (CES), Coimbra: Edições Almedina, 2009.

SILVA, Tomaz Tadeu da. O currículo como fetiche: a poética e a política do texto curricular. 1 ed. 4. reimp. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2010.

Published

2023-12-18

How to Cite

NASCIMENTO, L. C.; HOLANDA COSTA ADAD, S. J. Trans*referenciando o currículo:: cartografias desejantes de jovens transvestigêneres. Revista Temas em Educação, [S. l.], v. 33, n. 1, p. e-rte331202407, 2023. DOI: 10.22478/ufpb.2359-7003.2024v33n1.68641. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/rteo/article/view/68641. Acesso em: 18 dec. 2024.

Issue

Section

Quais juventudes querem os currículos? Quais currículos querem as juventudes?