DIREITOS HUMANOS E REPRODUÇÃO DAS NOÇÕES DE JUSTIÇA COMO VALOR PARA NATURALIZAÇÃO DA DESIGUALDADE
DOI:
https://doi.org/10.7443/problemata.v8i1.26747Palavras-chave:
Justiça e igualdade, Reprodução de valores, Naturalização da desigualdadeResumo
O objetivo do presente artigo - parte de tese doutoral defendida pela autora - é oferecer subsídios para o conhecimento das determinações e mediações sobre a noção de justiça e o processo de naturalização da desigualdade. Conclui que uma sociedade desigual, ao invés de lidar com a desigualdade no sentido de eliminá-la, aprofunda-a, se valendo, para tanto, entre outras estratégias de controle, de uma visão formal de justiça. O texto assinala que Marx critica a concepção liberal sobre o direito, refletida na tensão entre justiças formal e concreta. Aquela diz que um ato é justo quando resulta da aplicação de certa regra. Mas quando dizer que ela é justa? Esse raciocínio abstrai quem determina as leis e não questiona os valores que estão na base dos critérios que as definem. O problema com o qual se procura dialogar é: Na tensão entre o formal e o concreto, qual a relação entre a cultura que reparte os homens em superiores e inferiores, a noção de justiça praticada na sociedade e a naturalização da desigualdade? A hipótese é a de que essa cultura conservadora, implícita nas práticas cotidianas, que por consequência, prioriza a noção de justiça que diz "a cada qual segundo sua posição", que pode ser a base social para a naturalização, o consentimento e a legitimação das próprias desigualdades e pobrezas extremas, se faz presente, reproduzida por tradição nas relações sociais. A fundamentação para apreender o objeto foi o aporte teórico-metodológico da teoria social crítica. Estes fundamentos e conceitos acompanharam o processo da reprodução desses valores que reparte os homens em “superiores” e “inferiores” apontando o embate entre a concepção do Princípio de Justiça e sua materialização.
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