MAGISTÉRIO EXTRATIVISTA DA TERRA DO MEIO
experiências de currículo como território educativo na floresta amazônica
DOI:
https://doi.org/10.22478/ufpb.1983-1579.2021v14n2.57862Palavras-chave:
Educación diferenciada, Emancipação, Pedagogia da AlternânciaResumo
Este trabalho apresenta uma experiência de currículo como território educativo. Reconhecendo-se os riscos da pluralidade semântico-conceitual desta categoria, busca-se, todavia, agregar sob sua abrangência uma série de vivências educativas experimentadas no âmbito de um Projeto de Formação de Professores Extrativistas, no interior da floresta amazônica numa região conhecida como Terra do Meio, na confluência entre os rios Xingu e Iriri, que evidenciam de forma inconteste a possibilidade concreta de subversão de uma ‘ordem curricular’ preestabelecida como condição de operacionalização do trabalho pedagógico, cuja principal e mais perversa consequência é o descolamento da realidade do território em que se efetiva, culminando na quase absoluta artificialização de toda experiência de educação escolar realizada com povos e comunidades tradicionais. Assim, visa-se a trazer evidências de contracultura escolar possibilitada por uma concepção de currículo como prática encarnada no chão da vida e intrincada nas malhas do território de sua realização. Nesta perspectiva, o território se configura, para além de espaço onde as coisas acontecem, como fator educativo, de alto potencial pedagógico para todos os sujeitos envolvidos na experiência, desde que seja concebido como resultado de construção coletiva permeado de contradições e não como fato consumado. Assume-se a experiência educativa encarnada no território como direito ao pleno desenvolvimento da vocação humana, ao devir, mas a um devir viável e em consonância com as necessidades de sujeitos concretos, historicamente situados e existencialmente potentes.
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