DANÇANDO O CARIMBÓ NA ESCOLA

uma abordagem sobre cultura amazônica e Pedagogias Decoloniais em Dança

Autores

DOI:

https://doi.org/10.15687/rec.v16i3.68487

Palavras-chave:

Dança, Carimbó, Pedagogias Decoloniais

Resumo

Este artigo trata da Dança no currículo formal da Educação Básica, visando à construção de conhecimentos por meio de vivências com Danças Brasileiras, especificamente o carimbó. A metodologia envolveu o projeto interdisciplinar “Carimbó, cultura regional e desenvolvimento sustentável”, com estudantes do 4º Ano do Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Roraima. Partimos do entendimento de Pedagogia de Projeto, com planejamentos de sequências didáticas simultâneas em Língua Portuguesa, Geografia, Dança, Música e Educação Física. Trazemos reflexões sobre a experiência interdisciplinar nos componentes Dança e Educação Física.  Foram essas as seguintes etapas de construção do conhecimento: pesquisas envolvendo a história do carimbó e suas características, vivências de roda de carimbó na sala de aula, rodas de conversa, além da experiência performativa, na culminância do projeto fora da sala de aula, com rodas de carimbó com música ao vivo e a presença de integrantes da comunidade escolar, incluindo familiares das crianças. Essa experiência implicou no reconhecimento do carimbó enquanto patrimônio cultural e fruto da resistência de comunidades populares do Pará. Devido à natureza performativa e festiva da roda, o carimbó também foi o ponto de partida para reflexões sobre modelos de inclusão do corpo no espaço escolar. O reconhecimento do carimbó enquanto patrimônio contou, especialmente, com a aproximação afetiva da dança, além da descoberta dessa manifestação como uma resistência afro-ameríndia. Para além de um tradicional Pedagogia de Dança, reconhecemos na memória do carimbó, nos seus elementos festivos e nas influências recebidas da cosmovisão indígena, caminhos para possíveis Pedagogias Decoloniais em Dança.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Verônica Teodora Pimenta, Universidade Federal de Roraima, Brasil.

Doutora em Artes pela Universidade Federal de Minas Gerais e Professora do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico do Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Roraima.

Julia Medeiros Dantas, Universidade Federal de Roraima, Brasil.

Mestre em Antropologia Social pela Universidade Federal de Roraima e Professora do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico do Colégio de Aplicação na mesma instituição. 

Referências

BALDI, Neila. Pedagogias da Dança. Santa Maria: Editora da Universidade Federal de Santa Maria, 2023.

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, LDBEN. 9394/1996.

BOURDIEU, Pierre. O camponês e seu corpo. 2006. DOI: https://doi.org/10.1590/S0104-44782006000100007

COSTA, Elyane Lobão; OLIVEIRA, Vânia Dolores Estevam. As performatividades das indumentárias do carimbó. Revista Anômalas, v. 2, n. 1, p. 109-123, 2022.

COSTA, Leika Cristiane Ribeiro et al. A dança carimbó como arte experimentada na cultura amazônica. O

Mosaico, v. 13, n. 1, 2021. DOI: https://doi.org/10.12660/rm.v13n20.2021.84395

GIROTTO, C. G. G. S. A (re) significação do ensinar-e-aprender: a pedagogia de projetos em contexto. Núcleos de Ensino da Unesp, v. 1, n. 1, p. 87-106, 2005.

HUERTAS, Bruna Muriel. O carimbó: cultura tradicional paraense, patrimônio imaterial do Brasil. Revista cpc, n. 18, p. 81-105, 2014. DOI: https://doi.org/10.11606/issn.1980-4466.v0i18p81-105

IPHAN. Dossiê do Carimbó. Inventário Nacional de Referências Culturais (INRC). Ministério da Cultura, 2014. Disponível em: http://portal.iphan.gov.br/uploads/ckfinder/arquivos/Dossi%C3%AA%20de%20Registro%20Carimb%C3%B3(1).pdf. Acesso em 24 set. 2023.

LE BRETON, David. A sociologia do Corpo. Tradução de Sonia Fuhrmann. 6ª ed. Petrópolis, RJ: Vozes,2012.

MILLER, Jussara. Qual é o corpo que dança? São Paulo: Summus, 2012.

ONU, ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS BRASIL. Objetivos do Desenvolvimento Sustentável. Disponível em: https://www.unicef.org/brazil/objetivos-de-desenvolvimento-sustentável. Acesso em: 23 ago. 2023.

QUINTERO, Pablo; FIGUEIRA, Patrícia; ELIZALDE, Paz Concha. Uma breve história dos estudos decoloniais. São Paulo: MASP Afterall, 2019.

ROBATTO, Lia. A dança como via privilegiada de educação. Salvador: Editora Edufba, 2012.

RUFINO, Luiz. Performances Afro-diaspóricas e Descolonialidade: o saber corporal a partir de Exu e suas encruzilhadas. Antropolítica-Revista Contemporânea de Antropologia, n. 40, 2016. DOI: https://doi.org/10.22409/antropolitica2016.1i40.a451

SALLES, V.; SALLES, M. I. Carimbó: trabalho e lazer do caboclo. Revista Brasileira de Folclore. Rio de Janeiro: CDFB/MEC, v. 9, n.25, set./dez. 1969.

SODRÉ, Muniz. Entrevista à Revista Rizoma. Concedida a Fabiana Piccinin. 3 páginas. Disponível em: https://online.unisc.br/seer/index.php/rizoma/article/view/4619. Acesso em 02/01/2022.

TV BRASIL. Caminhos da reportagem: nas batidas do carimbó. Vídeo publicado em 23 ago. 2022. Reportagem de Aline Beckstein, edição de texto de Luciana Góes e edição de imagem de Eric Gusmão. Arquivo digital, cor, 25 min. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=jDg0NZ7poWA. Acesso em 29 out. 2023.

VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo; SEEGER, Anthony; DA MATTA, Roberto. A construção da pessoa nas sociedades indígenas brasileiras. In: J. P. Oliveira. Sociedades indígenas e indigenismo no Brasil. Rio de Janeiro: Marco Zero/UFRJ, p.11-30, 1979.

Downloads

Publicado

19-12-2023

Como Citar

PIMENTA, V. T.; DANTAS, J. M. DANÇANDO O CARIMBÓ NA ESCOLA: uma abordagem sobre cultura amazônica e Pedagogias Decoloniais em Dança . Revista Espaço do Currículo, [S. l.], v. 16, n. 3, p. 1–13, 2023. DOI: 10.15687/rec.v16i3.68487. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/index.php/rec/article/view/68487. Acesso em: 8 dez. 2024.