DA “ESCOLA NEOLIBERAL” À NECESSIDADE DA SUA REINVENÇÃO
DOI:
https://doi.org/10.15687/rec.v10i1.31462Palavras-chave:
Educação, Políticas de nova direita, Parentocracia, Reinvenção da escolaResumo
A Escola não tem permanecido indiferente ante as mudanças nos modos de produção e gestão empresarial, sobretudo pela influência da new public management. Em meio aos efeitos das soluções propugnadas pelas políticas educativas da Nova Direita na Escola, este texto pretende contribuir para, não só glosar as implicações que as políticas de segmentação, despersonalização e fragmentação empresarial têm tido ao nível das lideranças escolares, dos professores e das consequentes desigualdades sociais, como também recuperar reflexivamente três propostas de renovação para uma educação democrática e solidária. Estes pontos de análise são desenvolvidos a seguir a uma reflexão sobre a ideologia da parentocracia, em que o autor procura dar a conhecer o interesse que uma nova classe média tem na educação, como um bem privado, a fim de satisfazer e reproduzir os capitais nos seus filhos, à custa da acentuação da divisão social e técnica, com a perda progressiva da autonomia e independência dos atores escolares. Este trabalho situa-se no campo da administração educacional.
Downloads
Métricas
Referências
ABRAHAMSSON, B. Bureaucracy or participation: the logic of organization. Beverly Hills: Sage Publications, 1977.
AFONSO, Almerindo Janela; ANTUNES, Fátima. Educação, cidadania e competitividade: algumas questões em torno de uma nova agenda teórica e política. Cadernos de Ciências Sociais, (21-22), junho, 5-31, 2001.
AFONSO, Almerindo Janela; ANTUNES, Fátima.Políticas educativas e avaliação educacional. Para uma análise sociológica da reforma educativa em Portugal (1985-1995). 1.ª ed. Centro de Estudos em Educação e Psicologia. Instituto de Educação e Psicologia. Universidade do Minho. Braga, 1998.
AFONSO, Almerindo Janela; ANTUNES, Fátima. Escola pública, gerencialismo e accountability. Jornal A Página de Educação, (126), Disponível em: http://www.apagina.pt/?aba=7&cat=126/2003. Acesso em: 15/04/2008.
AFONSO, Almerindo Janela; ANTUNES, Fátima. Qual é a sala do presidente do conselho geral? Notas de campo sobre as escolas no quotidiano. A Página da Educação, (189), 22-23, 2010.
APPLE, Michael. Educando à direita. Mercados, padrões, Deus e desigualdade. São Paulo: Cortez Editora, 2001.
APPLE, Michael; BALL, Stephen; GANDIN, Luís Armando. Mapeamento da sociologia da educação: contexto social, poder e conhecimento. In APPLE, Michael; Ball, STEPHEN; GANDIN, Luís Armando (Orgs). Sociologia da educação. Análise internacional. Porto Alegre: Penso, 2013. p. 17-29
BACHARACH, Samuel. Notes on a political theory of educational organizations. In A. Westoby (Ed.). Culture and power in educational organizations. Philadelphia: Open University Press, 1988. p. 277-288
BALL, Stephen. Reformar escolas/reformar professores e os terrores da performatividade. Revista Portuguesa de Educação, 15 (2), 03-23, 2002.
BALL, Stephen. Educational markets, choice and social class: the market as a social strategy in UK and USA. British Journal of Sociology of Education, 14, (1), 3-19, 1993.
BALL, Stephen. Cidadania global, consumo e política educacional. In L. H. da Silva (Org.). A escola cidadã no contexto da globalização. Petrópolis: Vozes, 2001. p. 121-137
BARROSO, João. O Estado, a educação e a regulação das políticas públicas. Educação & Sociedade, 26 (92), 725-751, 2005.
BAUMAN, Zygmunt. A liberdade. Lisboa: Editorial Estampa, 1989.
BELFIELD, Clive; Levin, Henry. A privatização da educação: causas e implicações (1.ª ed.). Porto: ASA Edições, 2002.
BERNSTEIN, Basil. Pedagogía, control simbólico e identidad: teoria, investigación y crítica. Madrid: Ediciones Morata, 1989.
BOURDIEU, Pierre; PASSERON, Jean-Claude. Les Héritiers. Paris: Les Éditions de Minuit, 1964.
BOURDIEU, Pierre; PASSERON, Jean-Claude. Razões práticas: sobre a teoria da ação. Campinas: Papirus, 1996.
BOWLES, Samuel; GINTIS, Herbert. Schooling in capitalist América. Londres: Routledge & Kegan Paul, 1976.
BROWN, Robert; CORNWALL, Jeffrey. The entrepreneurial educator. Maryland: Scarecrow Press, 2000.
BROWN, Phillip; LAUDER, Hugh. Education for economic survival. London: Routledge & Kegan Paul, 1991.
BROWN, Phillip; LAUDER, Hugh. The third wave: education and the ideology of parentocracy. British Journal of Sociology of Education, 11, (1), 65-86, 1990.
CARL, Jim Parental choice as national policy in England and the United States. Comparative Education Review, (38), 294-322, 1994.
CORREIA, José; MATOS, Manuel. Da crise da escola ao escolocentrismo. In STOER, Stephen; CORTESÃO, Luíza; CORREIA, José (Orgs). Transnacionalização da educação. Porto: Edições Afrontamento, 2001. p. 91-117
DALE, Roger. The state and education policy. Milton Keynes: Open University Press, 1989.
DALE, Roger. A promoção do mercado educacional e a polarização da educação. Educação, Sociedade & Culturas, 2, 109-139, 1994.
DEROUET, Jean-Louis. L’avenir d’une illusion ou comment refonder le projet du collège unique dans une société postmoderne. In DEROUET, Jean-Louis (Dir.). Le collège unique en question. Paris: PUF, 2003. p. 1-28
DUBET, François. Mutações cruzadas: a cidadania e a escola. Revista Brasileira de Educação, 16, (47), 289-305, 2011.
DUBET, François. A Escola e a exclusão. Cadernos de Pesquisa, 119, 29-45, 2003.
ESTÊVÃO, Carlos. Redescobrir a escola privada portuguesa como organização. Instituto de Educação e Psicologia - Universidade do Minho, Braga, 1998.
ESTÊVÃO, Carlos. Educação, justiça e autonomia. Os lugares da escola e o bem educativo (1.ª ed.). Porto: Edições ASA, 2004.
ESTÊVÃO, Carlos. Políticas & valores em educação. Repensar a educação e a escola pública como um direito. Braga: Edições Húmus, 2012.
FERREIRA, Nuno. O diretor, o novo rosto da escola? Um estudo de caso sobre conceções e práticas do diretor na gestão de uma escola secundária. Dissertação de Mestrado, Universidade do Minho, Braga, Portugal, 2010.
FITOUSSI Jean-Paul; ROSANVALLON, Pierre. A nova era das desigualdades. Celta Editora, 1999.
GENTILI, Pablo. O discurso da “qualidade” como nova retórica conservadora no campo educacional. In GENTILI, Pablo; TADEU DA SILVA, Tomaz (Orgs). Neoliberalismo, qualidade total e educação: visões críticas (7.ª ed.). Petrópilis: Vozes Editora, 1999. p. 111-178
GEWIRTZ, Sharon; BALL, Stephen; BOWE, Richard. Values and ethics in the education market place: the case of Northwark Park. International Studies in Sociology of Education, 3, (2), 233-254, 1993.
GOMES, Carlos. Interação seletiva na escola de massas. Sociologia, Problemas e Práticas, (3), novembro, 35-49, 1987.
KEDDIE, Neil. O saber na sala de aula. In STOER, Stephen; GRÁCIO, Sérgio (Orgs). Sociologia da educação - II, Antologia. A construção social das práticas educativas. Lisboa: Livros Horizonte, 1982. p. 205-244
LIMA, Licínio. Administração da educação e autonomia das escolas. In LIMA, Licínio; PACHECO, José; ESTEVES, Manuela; CANÁRIO, Rui (Orgs). A educação em Portugal (1986-2006). Alguns contributos de investigação. Sociedade Portuguesa de Ciências da Educação, 2006. p. 5-66
LIMA, Licínio. Escolarizando para uma educação critica: a reinvenção das escolas como organizações democráticas. In TEODORO, António; TORRES, Carlos Alberto (Orgs). Educação crítica e utopia. Perspetivas para o século XXI ). Porto: Edições Afrontamento, 2005.p. 19-31
LIMA, Licínio. A deliberação democrática nas escolas: os procedimentos gerenciais e as decisões políticas. In SANCHES, Maria Fátima Chorão; VEIGA, Feliciano; SOUSA, Florbela (Orgs). Cidadania e liderança escolar . Porto Editora, 2007. p. 39-57
LIMA, Licínio. A “escola” como categoria na pesquisa em educação. Educação Unisinos, 12 (2), 82 - 88, maio/agosto, 2008.
LIMA, Licínio. Políticas educacionais, organização escolar e trabalho dos professores. Educação: teoria e prática, 21, (38), out/dez, 8-26, 2011.
MAGALHÃES, António; STOER, Stephen. A nova classe média e a reconfiguração do mandato endereçado ao sistema educativo. Educação, Sociedade & Culturas, 18, 25-40, 2002.
MAGUIRE, Meg. Globalization, education policy and the teacher. International Studies in Sociology of Education, 12 (3), 261-276, 2002.
MAGUIRE, Meg. Para uma sociologia do professor global. In APPLE, Michael; STEPHEN, Ball; GANDIN, Luís Armando (Orgs). Sociologia da educação. Análise Internacional . Porto Alegre: Penso, 2013. p. 77-88
MORROW, Raymond Allen; TORRES, Carlos Alberto. O Estado capitalista e a elaboração da política educativa. In MORROW, Raymond Allen; TORRES, Carlos Alberto (Orgs). Teoria social e educação. Porto: Afrontamento, 1997. p. 311-337
NÓVOA, António. O espaço público da educação: imagens, narrativas e dilemas. In AAVV. Espaços de educação, tempos de formação. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2002. p. 237-263
NÓVOA, António. Evidentemente - Histórias da educação. Porto: Edições ASA, 2005.
NÓVOA, António. Educação 2021: Para uma história do futuro. Revista iberoamericana de educación. Disponível em: http://www.rieoei.org/rie49a07_por.pdf. Acesso em: 03/07/2011.
PALHARES, José. A excelência académica na escola pública. Quotidianos escolares e não escolares de jovens enquanto alunos. In Torres, Leonor Lima; Palhares, José (Orgs). Entre mais e melhor escola em democracia. Inclusão e excelência no sistema educativo português. Lisboa: Mundos Sociais, 2014. p. 5-26
PERRENOUD, Phillipe. Não mexam na minha avaliação! Para uma abordagem sistémica da mudança pedagógica. In Estrela, Albano; Nóvoa, António (Orgs). Avaliações em educação: novas perspetivas em educação. Lisboa: Educa, 1992. p. 155-173
POPKEWITZ, Thomas. A political sociology of educational reform. New York: Teachers College Press, 1991.
RYAN, Alan. A propriedade. Lisboa: Editorial Estampa, 1988.
SÁ, Virgínio. As Políticas de escolha da escola pelos pais: da bondade das intenções à desilusão das realizações, ou talvez não! In COSTA, Jorge Adelino; MENDES, Augusto Neto; VENTURA, Alexandre (Orgs). Avaliação de organizações educativas. Universidade de Aveiro, 2002. p. 69-92
SÁ, Virgínio. A participação dos pais na escola pública portuguesa. Uma abordagem sociológica e organizacional. Braga: Universidade do Minho, 2004.
SANTOMÉ, Jurjo. Globalização e interdisciplinaridade: O currículo integrado Porto Alegre: Editora Artes Médidas Sul Ltda, 1998.
SANTOMÉ, Jurjo. A construção da escola pública como instituição democrática: poder e participação da comunidade. Currículo sem Fronteiras, 1, (1), 51-80, 2001.
SENNET, Richard. The corrosion of character: the personal consequences of work in the new capitalism. New York: Norton, 1998.
STOER, Stephen; CORTESÃO, Luiza. Levantando a pedra da pedagogia inter/multicultural às políticas educativas numa época de transnacionalização. Porto: Edições Afrontamento, 1999.
STOER, Stephen; CORTESÃO, Luiza. Desocultando o voo das andorinhas: Educação inter/multicultural crítica como movimento social. In STOER, Stephen; CORTESÃO, Luiza; CORREIA, José (Orgs). Transnacionalização da educação: Da crise da educação à “educação” da crise . Porto: Edições Afrontamento, 2001. p. 245-275
TORRES, Leonor. Cultura organizacional em contexto educativo. Sedimentos culturais e processos de construção do simbólico numa escola secundária. Braga: Instituto de Educação e Psicologia da Universidade do Minho, 2004.
TOURAINE, Alain. Os novos conflitos sociais: Para evitar mal entendidos. Disponível em http://www.scielo.br/pdf/ln/n17/a02n17.pdf. Acesso em: 10/06/2010.
TOURAINE, Alain. Um novo paradigma: Para compreender o mundo de hoje. Epistemologia e Sociedade. Lisboa: Instituto Piaget, 2005.
TOWSEND, Tony. School leadership in the twenty-first century: different approaches to common problems? School leadership and management, 31, (2), 93-103, 2011.
WALLERSTEIN, Immanuel. The Bourgeois(ie) as concept and reality. New Left Review, (167), 91-106, 1988.
WHITTY, Geoff; Power, Sally. Quasi-markets and curriculum control: making sense of recent education reform in England and Wales. Educational Administration Quarterly, 33, (2), 219-240, 1997.
WHITTY, Geoff; Power, Sally. Making sense of education policy. Londres: Paul Chapman, 2002.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Ao submeter um artigo à Revista Espaço do Currículo (REC) e tê-lo aprovado, os autores concordam em ceder, sem remuneração, os seguintes direitos à Revista Espaço do Currículo: os direitos de primeira publicação e a permissão para que a REC redistribua esse artigo e seus metadados aos serviços de indexação e referência que seus editores julguem apropriados.
