A INQUIETANTE NOÇÃO DE RISCO
dissenso, dissonância e o fazer sentido para aprendizagem com estudantes
DOI:
https://doi.org/10.15687/rec.v10i3.37661Palavras-chave:
desigualdade/exclusão social na educação., raça., classe social., educação urbana., juventude / adolescência.Resumo
Este artigo problematiza a produção de estudantes em risco. Utilizando a discussão de Rancière sobre dissenso, o autor argumenta que o que está em risco não são os estudantes, mas as noções contemporâneas de senso comum sobre escola. Partindo desta perspectiva, os jeitos de conhecer e de ser dos estudantes rotulados como em risco provocam a descontinuidade nas ideias e ideais sobre o propósito e função da educação escolar. Para criar este argumento, o autor conecta Rancière e outras discussões sobre a importância do dissenso para questionar a produção de sentidos, os perigos da ressonância no consenso e nas possibilidades de dissonância no dissenso. Essas declarações são ainda seguidamente complicadas pela afirmação de que a educação é um esforço necessariamente arriscado e que todos os estudantes devem reconhecer-se em risco de aprender. O entendimento de que todos os estudantes estão em risco é significativo pois fornece simultaneamente um espaço para as constelações complexas de identidade dos estudantes serem negociadas com dignidade em experiências de aprendizagem e cria um contexto menos punitivo em que as diferenças são menos propensas a serem conceituadas como déficit.
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