TRANSPOSIÇÃO DIDÁTICA SOBRE O ENSINO DE PRODUÇÃO TEXTUAL NA BNCC

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22478/ufpb.1983-1579.2019v12n2.42062

Palavras-chave:

Transposição Didática., BNCC., Produção Textual., Ensino Médio.

Resumo

A Base Nacional Comum Curricular (BNCC, 2016) surge como resultado de uma discussão sobre a necessidade de um currículo comum para o país e propõe para cada área do conhecimento os conteúdos que devem compor os currículos das escolas. Desse modo, levando em consideração a área de Linguagens e a disciplina de Língua Portuguesa, podemos perceber que opções teóricas são feitas durante a elaboração desse documento, todavia não são indicadas. Assim sendo, este artigo tem como foco apresentar a (des)montagem (Le Goff, 1997) da arquitetura conceitual e estrutural da segunda versão do documento no nível do ensino médio. A partir de pesquisa documental, de base qualitativo-interpretativista e situada no campo crítico-colaborativo da Linguística Aplicada (LA), procuramos investigar a Transposição Didática (Chevallard, 2001), ou seja, a passagem do saber científico ao saber escolarizável, a qual (re)define objetos de ensino. Portanto, mostra-se importante desvelar a configuração teórica que emana desse documento com força de lei e quais as implicações para o ensino. Para tal investigação, apoiamo-nos na teoria da Transposição Didática, Chevallard (2001, 1991), Marandino (2004); na Linguística Textual, Brait (2016), Koch (2009); e nos Estudos sobre Currículo, Silva (2005) e Moreira (2009), para analisar o conceito de produção textual desse documento. Os resultados apontam para o apagamento das filiações teóricas e uma imprecisão conceitual, que podem se revelar como complicadores da leitura. Além disso, há a uma vinculação recorrente à noção grafocêntrica de texto, resultando numa visão menos pedagógica do objeto de ensino em referência. 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Antonio Naéliton do Nascimento, Universidade Federal De Campina Grande, Brasil.

Graduação em Letras - Língua Portuguesa pela Universidade Federal de Campina Grande, 

Denise Lino de Araújo, Universidade Federal De Campina Grande, Brasil.

Doutora em Educação pela Universidade de São Paulo e Professora Associada da Universidade Federal de Campina Grande.

Referências

BENTES, A. C. Linguística textual. In. BENTES, A. C.; MUSSALIM, F. (Orgs). Introdução à linguística: domínios e fronteiras. 4. ed. São Paulo: Cortez, 2004, p. 245-282.

BRAIT, B. O texto nas reflexões de Bakhtin e do Círculo. In: BATISTA, R. O. (Org.) O texto e seus conceitos. São Paulo: Párabola, 2016.

BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. 2ª versão. Brasília, DF: MEC, 2016.

CHEVALLARD, Y. Estudar matemáticas – O elo perdido entre o ensi¬no e a aprendizagem. Artmed: Porto Alegre, 2001.

FÁVERO, A. A.; TAUCHEN, G. ; SCHWANTES, L . Da transposição à compreensão didática: sentidos do conhecimento escolar na educação em ciências. Roteiro, v. 37, p. 325-342, 2012.

GARCEZ, L. H. do C. A escrita e o outro: os modos de participação na construção do texto. Brasília: Universidade de Brasília, 1998.

GERALDI, J. W. O ensino de língua portuguesa e a Base Nacional Comum Curricular. Retratos da Escola, Brasília, v. 9, n. 17, p. 381-396, jul./dez. 2015.

KOCH, I. G. V. Desvendando os segredos do texto. 4. Ed. São Paulo: Cortez, 2005.

LE GOFF, J. Documento/monumento. In: Enciclopédia Einaudi v.1. memória-história. Lisboa: Imprensa Nacional – Casa da Moeda, 1997. p. 95-106.

MACEDO, R. S. Currículo, campo, conceito e pesquisa. Petrópolis: Pontes, 2012.

MARANDINO, M. Transposição didática ou recontextualização? Sobre a produção de saberes na educação em museus de ciências. Revista brasileira de educação. maio/jun./ago. 2004, n.26, p. 95-183.

MARCHUSCHI, L. A. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. São Paulo: Párabola, 2008.

MOITA LOPES, L. P. Por uma linguística aplicada indisciplinar. São Paulo: Parábola, 2006.

MOREIRA, A. F. B. Estudos de currículo: avanços e desafios no processo de internacionalização. Cadernos de Pesquisa, v. 39, n.137, p.367-381, maio/ago, 2009.

MOREIRA, H.; CALEFFE, L. G. Metodologia da pesquisa para o professor pesquisador. Rio de Janeiro: DP&A, 2008.

PAIS, L. C. Didática da matemática: uma análise da influência francesa. Belo Horizonte: Autêntica, 2002.

PENNA, M. Construindo o primeiro projeto de pesquisa em educação e música. Porto Alegre: Sulina, 2015.

PETITJEAN, A. Importância e limites da noção de transposição didática para o ensino do francês. [Tradução de: Ana Paula Guedes e Zélia Anita Viviani]. Fórum Linguístico, 5 (2): 83-116, Florianópolis, jul. dez., 2008.

SILVA, K. A.; ALVAREZ, M. L. O. Perspectivas de investigação em linguística aplicada. Campinas: Pontes Editores, 2008.

SILVA, T. T. Documentos de identidade: uma introdução às teorias do currículo. 2. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2005.

SOUZA, J. W. A. de ; FERRAZ, M. M. Tr.; COSTA, T. M. de. A significação nos documentos parametrizadores nacionais: relação entre teorias e a prática nos livros didáticos. XVII Congresso Internacional da Associação de Linguística e Filologia da América Latina. 2014. (Congresso).

Downloads

Publicado

26-05-2019

Como Citar

NASCIMENTO, A. N. do; ARAÚJO, D. L. de. TRANSPOSIÇÃO DIDÁTICA SOBRE O ENSINO DE PRODUÇÃO TEXTUAL NA BNCC. Revista Espaço do Currículo, [S. l.], v. 12, n. 2, p. 380–396, 2019. DOI: 10.22478/ufpb.1983-1579.2019v12n2.42062. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/index.php/rec/article/view/ufpb.1983-1579.2019v12n2.42062. Acesso em: 7 dez. 2024.