O CINEMA COMO MÁQUINA DE GUERRA

força de invenção coletiva nos cotidianos escolares

Autores

DOI:

https://doi.org/10.15687/rec.v14i3.60860

Palavras-chave:

Currículos, Cartografia, Cinema

Resumo

O artigo deriva de movimentos de pesquisas que pensam a força do cinema no cotidiano escolar em redes de conversações. Em meio a formas centralizadoras de gestar currículos que almejam modelizar e padronizar as escolas, o texto apresenta possibilidades de fugas criadoras por meio do encontro entre estudantes e professoras com as imagens cinematográficas. Objetiva apresentar os potenciais estéticos, ético-políticos e os movimentos de invenções curriculares e de aprendizagensensino disparados nos encontros com as imagens fílmicas. Para tanto, utiliza a cartografia como tática metodológica, buscando capturar os efeitos de pensamentos que emergem pela experimentação educacional com o cinema. Realizados em escolas públicas da educação básica de Vitória/ES, argumenta que os encontros com as imagens cinematográficas em processos de formação no cotidiano escolar tornam-se “máquinas de guerra” que violentam o pensamento e forçam a diferenciação, impulsionando a constituição de corpos coletivos que invocam novos movimentos curriculares e criam sentidos para os processos de aprender ensinar. A potência das imagens atua como forças que rompem as tentativas de centralização nas decisões curriculares, agindo como vetor de desterritorialização que expande as dimensões ético-político-estéticas dos conhecimentos, em direção a uma vida inventiva que não se deixa apequenar, mas que se mobiliza pelas afecções dos corpos-pensamentos, fazendo circular uma multiplicidade de saberes e de culturas na afirmação de uma vida bonita.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Sandra Kretli da Silva, Universidade Federal do Espírito Santo, Brasil.

Doutora em Educação pela Universidade Federal do Espírito Santo e Professora dessa mesma univerdade.

Ana Cláudia Santiago Zouain, Universidade Federal do Espírito Santo, Brasil.

Mestra em Educação pela Universidade Federal do Espírito Santo e doutoranda na mesma instituição.

 

Nathan Moretto Guzzo Fernandes, Universidade Federal do Espírito Santo, Brasil.

Mestre em Educação pela Universidade Federal do Espírito Santo e Professor da Rede Pública Estadual de Ensino em Vitória/ES.

Referências

AMORIM, Graziele Corrêa; SIMONINI, Eduardo. Narrativa, cinema e realidade: a ousadia de pensar-estranhar outros mundos. In: Carvalho,Janete Magalhães; SILVA, Sandra Kretli; DELBONI, Tânia Mara Zanotti Guerra Frizzera (Org.). Currículo e estética da arte de educar. Curitiba: CRV, 2020.

BALL, Stephan J. Sociologia das políticas educacionais e pesquisa crítico-social: uma revisão pessoal das políticas educacionais e da pesquisa em política educacional. Tradução de Alice Casimiro Lopes e Elizabeth Macedo. Currículo sem Fronteiras, v.6, n. 2, jul. / dez. 2006.

CARVALHO, Janete Magalhães. O cotidiano escolar como comunidade de afetos. Rio de Janeiro: DP&A; Brasília: CNPq, 2009.

CERTEAU, Michel de. A invenção do cotidiano: 1 artes de fazer. Tradução de Ephraim Ferreira Alves. 11. ed. Petrópolis: Vozes, 1994.

DELEUZE, Gilles. A imagem-tempo. Tradução de Eloisa de Araujo Ribeiro. São Paulo: Brasiliense, 2013. v. 3.

DELEUZE, Gilles. Lógica do sentido. Tradução de Luiz Roberto Salinas Fortes. São Paulo: Perspectiva, 2015.

DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix. Mil platôs: capitalismo e esquizofrenia. Tradução de Ana Lúcia de Oliveira, Aurélio Guerra Neto e Celia Pinto Costa. 2. ed. São Paulo: Editora 34, 2011. v. 1.

DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix. Mil platôs: capitalismo e esquizofrenia. Tradução de Suely Rolnik. São Paulo: Ed. 54, 1997. v. 4.

DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix. Mil platôs: capitalismo e esquizofrenia. Tradução de Peter PálPelbart e Janice Caiafa. 2. ed. São Paulo: Editora 34, 2012. v. 5.

DELEUZE, Guilles; GUATTARI, Félix. Mil platôs: capitalismo e esquizofrenia. Tradução de Aurélio Guerra Neto, Ana Lúcia de Oliveira, Lúci Cláudia Leão e Suely Rolnik. São Paulo: Ed. 34, 1996. v. 3.

FERNANDES, Nathan Moretto Guzzo. Imagens cinematográficas no cineclube como máquina de guerra: movimentos de pensamentos e criações curriculares. Dissertação (Mestrado em Educação) – UFES, Vitória, 2019.

GALLO, Silvio Donizetti de Oliveira. Do currículo como máquina de subjetivação. In: FERRAÇO, Carlos Eduardo; CARVALHO, Janete Magalhães (Og.). Currículos, conhecimentos e produção de subjetividades. Rio de Janeiro: NUPEC, 2012. p. 203-219.

KASTRUP, Virgínia. O funcionamento da atenção no trabalho do cartógrafo. Psicologia & Sociedade. v. 19, n. 1, p. 15-22, jan./abr. 2007.

KOHAN, Walter Omar. Vida e Morte da Infância, entre o Humano e o Inumano. Educação & Realidade, Porto Alegre, v. 35, n. 3, p. 125-138, set./dez. 2010.

LAPOUJADE, David. Potências do tempo. Tradução de Hortencia Santos Lencastre. São Paulo: Editora n-1, 2017.

PARAÍSO, Marlucy Alves. Um currículo entre formas e forças. Educação, v. 38, n. 1, p. 49-58, 2015. Disponível em: http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/faced/article/view/18443. Acesso em: 4 ago. 2019.

ROLNIK, Suely. Cartografia sentimental: transformações contemporâneas do desejo. São Paulo: Estação Liberdade, 2007.

ROLNIK, Suely; GUATTARI, Félix. Micropolítica: cartografias do desejo. Petrópolis: Vozes, 1986.

SILVA, Sandra Kretli da. Cartografia das artes de fazer e de nutrir. Revista Instrumento, v. 17, n.1, jan./jun. 2015.

SILVA, Sandra Kretli da; ZOUAIN, Ana Cláudia Santiago; FERNANDES, Nathan Moretto Guzzo. O cinema abrindo alas para os devires passarem. In: CARVALHO, Janete Magalhães; SILVA, Sandra Kretli; DELBONI, Tânia Mara Zanotti Guerra Frizzera (Org.). Currículo e estética da arte de educar. Curitiba: CRV, 2020.

ZOUAIN, Ana Cláudia Santiago. Crianças cineastas e seus roteiros criarteiros: infâncias, currículos e docências inventivas. Dissertação (Mestrado em Educação) – UFES, Vitória, 2019.

ZOURABICHVILI, François. Deleuze: uma filosofia do acontecimento. Tradução e prefácio de Luiz B. L. Orlandi. São Paulo: Editora 34, 2016.

Downloads

Publicado

22-12-2021

Como Citar

KRETLI DA SILVA, S.; SANTIAGO ZOUAIN, A. C. .; MORETTO GUZZO FERNANDES, N. O CINEMA COMO MÁQUINA DE GUERRA: força de invenção coletiva nos cotidianos escolares. Revista Espaço do Currículo, [S. l.], v. 14, n. 3, p. 1–14, 2021. DOI: 10.15687/rec.v14i3.60860. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/index.php/rec/article/view/60860. Acesso em: 20 abr. 2024.