A REFORMA DO ENSINO MÉDIO BRASILEIRO COMO ESTRATÉGIA BIOPOLÍTICA DE GOVERNO
DOI:
https://doi.org/10.22478/ufpb.1983-1579.2019v12n1.38748Palavras-chave:
Biopolítica, Currículo, Ensino Médio, Neoliberalismo, ReformaResumo
Este artigo discute as reformas no Ensino Médio brasileiro que serão implementadas por força da vigência da Lei 13.415 de 2017. O atual presidente do Brasil, Michel Temer implementou reformas urgentes na educação logo que assumiu a presidência em meio a um processo bastante controverso. As reformas foram implementadas sem diálogo com a sociedade civil organizada e pesquisadores da área. A referida lei modifica o Ensino Médio alterando carga horária, o currículo e os investimentos em formação de professores. Diante disto, o objetivo deste trabalho é problematizar a reforma do Ensino Médio, para tanto, a metodologia utilizada é a análise documental da Lei no 13.415 de 2017 e bibliográfica. Os estudos de autores como Julia Varela, Fernando Alvarez-Uria, Inés Dussel e Marcelo Caruso são utilizados para pensar a instituição escolar. As pesquisas de Michel Foucault são utilizadas para discutir as estratégias biopolíticas de governo. A análise do texto legal permite inferir que a reforma produzirá uma precarização na formação dos jovens dificultando seu acesso às universidades públicas e gratuitas direcionando-os para a formação técnica e profissional, uma vez que o mercado precisa de especialistas. A reforma do ensino médio brasileiro visa alinhar o currículo do Ensino Médio brasileiro com a atual ordem mental e social, a fim de produzir o sujeito necessário a essa ordem, o homo oeconomicus neoliberal.
Palavras-chave: Biopolítica. Currículo. Ensino Médio. Neoliberalismo. Reforma.
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