UMA DANÇA-MENOR EM UM CURRÍCULO-DANÇANTE
DOI:
https://doi.org/10.15687/rec.v16i2.67279Palavras-chave:
Dança-menor, Currículo-dançante, AprenderResumo
Este artigo mostra como um currículo-dançante, criado a partir de experimentações com dança no território de um currículo em ação, se reinventou e desencadeou outros modos de aprender ao se conectar com uma dança-menor, aquela que está nos corpos estudantis e é frequentemente marginalizada no currículo maior. Utilizou-se como metodologia o dançarilhar, isto é: uma composição feita de cartografia + dança e que se inspira tanto nos estudos de Gilles Deleuze e Félix Guattari como no “Andarilho” de Nietzsche para apostar em um currículo-dançante. O objetivo deste artigo é mostrar como um currículo-dançante funcionou ao se conectar a uma dança-menor no território de um currículo, seguindo alguns sons da cultura hip-hop, como o funk, a trap dance e o k-pop. Essa dança-menor com um professorar sensível e à espreita de brechas para fazer o movimento acontecer no meio de disciplinas autorizadas ensinadas nas escolas possibilitou quebrar, romper e subverter as regras, a visão de corpo e de dança de um currículo-maior. O artigo mostra, também, que, por meio dessa conexão, estudantes aprendem seguindo a linha dançante do prazer e da alegria. O argumento desenvolvido é o de que um currículo-dançante se tornou um espaço de transgressão e criação ao se conectar a uma dança-menor, enunciando corpos, dança e um currículo por vir.
Downloads
Métricas
Referências
BRASIL. Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Educação é a Base. Brasília, MEC/CONSED/UNDIME, 2017. Disponível em: <http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf >. Acesso em: 21 jun. 2023.
BRAZ, Matheus. O que é a trap dance? [Entrevista cedida a] Carla Char. Instagram: via direct. Contagem, 18 mar. 2019. 1 arquivo .mp3 (5 min.).
BRUM, Leonel B. Videodança: uma escrita cênica da dança. 2012. 181 p. Tese (Doutorado em Artes) – Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais, Escola de Belas Artes, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2012.
CAMBI, Franco. História da Pedagogia. Tradução Álvaro Lorencini. São Paulo: Fundação Editora da UNESP, 1999.
CAMPOS, Camila A. Currículo com música: essa composição normaliza ou faz dançar? 2018. 155 p. Dissertação (Mestrado em Educação) – Programa de Pós-Graduação em Educação: Conhecimento e Inclusão Social, Faculdade de Educação, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2018.
CASTRO, Edgardo. Leituras da modernidade educativa. Disciplina, biopolítica, ética. In: GONDRA, José; KOHAN, Walter (orgs.). Foucault 80 anos. Belo Horizonte: Autêntica, 2006.
CHAR, Carla. Dança e resistência e educação: por uma pedagogia dançante. Monografia. Faculdade de Educação. Universidade Federal de Minas Gerais, UFMG, Belo Horizonte, 2018. Disponível em: <https://www.academia.edu/44321204/dan%C3%A7a_e_resist%C3%AAncia_e_educa%C3%A7%C3%A3o_por_uma_pedagogia_dan%C3%A7ante>. Acesso em: 21 jun. 2023.
DELEUZE, Gilles. Conversações. Tradução Peter Pál Pelbart. 3. ed. Rio de Janeiro: Editora 34, 2013.
DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Féliz. Kafka: por uma literatura menor. Tradução Júlio Castañon Guimarães. Rio de Janeiro: Imago Editora, 1977.
DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix. Mil Platôs: capitalismo e esquizofrenia 2, v. 4. Tradução Suely Rolnik. 2. ed. São Paulo: Editora 34, 2012a.
DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix. Mil Platôs: capitalismo e esquizofrenia 2, v. 5. Tradução Peter Pál Pelbart e Janice Caiafa. 2. ed. São Paulo: Editora 34, 2012b.
DELEUZE, Gilles; PARNET, Claire. Diálogos. Tradução Eloisa Araújo Ribeiro. São Paulo: Escuta, 1998.
FORNACIARI, Christina. Tentativas atrevidas: o funk na arte-educação. In: FORNACIARI, Christina (org.). Corpo em contexto. Belo Horizonte: Scriptum, 2014.
FOUCAULT, Michel. O corpo utópico, as heterotopias. São Paulo: N-1 Edições. 2013.
LEPECKI, André. Coreopolítica e coreopolícia. ILHA, v. 13, n. 1, p. 41-60, jan.-jun. 2012. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.5007/2175-8034.2011v13n1-2p41>. Acesso em: 21 jun. 2023.
LIE, John. What Is the K in K-pop? South Korean Popular Music, the Culture Industry, and National Identity. Korea Observer, v. 43, n. 3, p. 339-363, Autumn 2012. Disponível em: <https://www.tobiashubinette.se/hallyu_1.pdf>. Acesso em: 21 jun. 20203.
LOPES, Adriana C. Funk-se quem quiser: no batidão negro da cidade carioca. 1. ed. Rio de Janeiro: Bom Texto; FAPERJ, 2011.
OLIVEIRA, Danilo Araujo de; FERRARI, Anderson; CHAR, Carla. “A história que a história não conta”: heterotopias de um samba-enredo no currículo. Revista e-Curriculum, São Paulo, v. 19, n. 2, p. 634-658, abr./jun. 2021.
PARAISO, Marlucy Alves. O “coração” da escola... Um território disputado. In: PARAISO, Marlucy Alves. Currículos: teorias e políticas. São Paulo: Contexto, 2023, p. 7-19.
RIBEIRO, Ana Cristina; CARDOSO, Ricardo. Dança de rua. Campinas: Editora Átomo, 2011.
SILVA, Ana Cristina R. Dança de rua: do ser competitivo ao artista da cena. 2014. 269 f. Dissertação, (Mestrado em Artes da Cena) – Teatro, Dança, Performance, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2014.
VIANNA, Klauss. A Dança. Em colaboração com Marco Antonio de Carvalho. 8. edição. São Paulo: Summus, 2018.
YUKA, Marcelo. Muitos falam, pouco conhecem. E o que fazem? In: LEAL, Sérgio José de Machado. Acorda hip-hop!: despertando um movimento em transformação. Rio de Janeiro: Aeroplano, 2007. Disponível em: <https://issuu.com/tramas.urbanas/docs/acorda_hip_hop>. Acesso em: 21 jun. 2023.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Revista Espaço do Currículo
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by/4.0/88x31.png)
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Ao submeter um artigo à Revista Espaço do Currículo (REC) e tê-lo aprovado, os autores concordam em ceder, sem remuneração, os seguintes direitos à Revista Espaço do Currículo: os direitos de primeira publicação e a permissão para que a REC redistribua esse artigo e seus metadados aos serviços de indexação e referência que seus editores julguem apropriados.