EDUCAÇÃO, ÉTICA ANIMAL E AMBIENTAL
destituindo o paradigma antropocêntrico
DOI:
https://doi.org/10.22478/ufpb.1983-1579.2018v3n11.40557Palavras-chave:
Educação, Especismo, EmpatiaResumo
Este artigo pretende defender a urgência de promovermos uma revisão ampla do viés antropocêntrico que tem marcado os conteúdos programáticos das diversas disciplinas oferecidas nas escolas brasileiras, nos mais diversos segmentos. Nesse sentido, aposta em uma reflexão acerca da fundamentação ética sobre como os animais não-humanos vem sendo apresentados nos diversos espaços formais de ensino. Creditamos que a consolidação do debate ambiental entorno de temas como lixo, poluição, saúde e conservação de espécies reitera o antropocentrismo e contribui para a inviabilização de demandas próprias aos animais e ao meio ambiente. Trata-se, assim, de conduzir o debate a um novo paradigma, qual seja: a busca por uma forma de educação não-especista. Para isso, pretendemos, em primeiro lugar, apresentar conceitos básicos convergentes da ética animal e ambiental, de modo a podermos identificar a questão relativa ao valor relacional presente no debate ambiental. A partir de um olhar diferenciado sobre o lugar dos animais e do meio-ambiente, pretendemos defender uma proposta pedagógica que assuma o papel de questionar as diversas formas de injustiças cometidas contra animais e meio ambiente e, ao mesmo tempo, apresentar a noção de capacidade imaginativa, capaz de estimular os indivíduos a refletirem sobre a relação humano-meio ambiente e humano-animal de forma mais empática, através da mobilização de recursos visuais, tais como filmes e fotografias.
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