A AUTONOMIA DAS INSTITUIÇÕES ESCOLARES DIANTE DOS PROGRAMAS DE ATIVIDADES COMPLEMENTARES CURRICULARES EM CONTRATURNO NO ESTADO DO PARANÁ

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22478/ufpb.2359-7003.2022v31n2.61395

Palavras-chave:

Políticas públicas. Atividade complementares curriculares. Gestão escolar. Autonomia.

Resumo

As Atividades Complementares Curriculares são atividades de livre escolha das escolas, oferecidas no contraturno para alunos matriculados em turmas regulares que se enquadram como complementares ao currículo obrigatório. Este trabalho objetiva analisar e compreender a autonomia dos gestores escolares frente ao desenvolvimento dos programas e projetos de atividades de complementação curricular em contraturno na abrangência do Núcleo Regional de Educação de Ivaiporã, Paraná. Como material investigativo da pesquisa, recorre-se a análise documental e aos dados empíricos obtidos em entrevistas semiestruturadas com os gestores dos 14 municípios pertencentes ao NRE. Com evidência nos resultados, argumenta-se que os gestores dispõem de uma pseudoautonomia, expressa nas suas diferentes dimensões: a financeira, a política, a jurídica, a administrativa e a pedagógica. Conclui-se que, embora se apregoem discursos de gestão democrática em que a autonomia é um dos princípios fundantes, as medidas impostas pelas diretrizes orientadoras dos programas e a pseudoautonomia são reflexo da intencionalidade de regulação e controle do Estado, de caráter linear e hierárquico, que restringe a participação sociopolítica dos envolvidos no processo educacional.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Andréia Paula Basei, Universidade Estadual de Maringá, Campus Regional do Vale do Ivaí

Graduada em Educação Física pela Universidade do Oeste de Santa Catarina, Campus de São Miguel do Oeste (UNOESC/SMO),

Especialista em Educação Física Escolar pelo Centro de Educação Física e Desportos da Universidade Federal de Santa Maria (CEFD/UFSM),

Mestre em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Santa Maria (PPE/UFSM),

Doutora em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (PPE/FE/UNICAMP),

Docente do curso de Educação Física da Universidade Estadual de Maringá, Campus Regional do Vale do Ivaí (UEM/CRV),

Integrante do Grupo de Pesquisa e Estudos em Políticas de Educação Física e Esportes (GEPEFE/UEM).

Referências

BARDIN, L. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70, 2011.

BARROSO, J. O reforço da autonomia das escolas e a flexibilização da gestão escolar em Portugal. In: FERREIRA, N. S. C. (org.). Gestão democrática da educação: atuais tendências, novos desafios. São Paulo: Editora Cortez, 2003.

BRASIL. Portaria Normativa Interministerial nº 17, de 24 de Abril de 2007. Institui o Programa Mais Educação. Diário Oficial da União, Brasília, 24 abr. 2007.

CRESWELL, J. W.; CLARK, V. L. P. Designing and conducting mixed methods research. 3. ed. Thousand Oaks, CA: SagePublications, Inc., 2018.

DOURADO, L. F. Programa de Capacitação a Distância para Gestores Escolares – PROGESTÃO. Como promover, articular e envolver a ação das pessoas no processo de gestão escolar? Brasília: CONSED – Conselho Nacional de secretários de Educação. 2001.

GADOTTI, M. A autonomia como estratégia da qualidade de ensino e a nova

organização do trabalho na escola. Petrópolis, RJ: Vozes, 1995.

GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2008.

LÜCK, H. Perspectiva da Gestão Escolar e Implicações quanto à Formação de seus Gestores. Revista Em Aberto, Brasília, v. 17, n. 72, p. 11-33, fev./jun. 2000.

LÜCK, H. A gestão Participativa na Escola. Petrópolis, RJ: Vozes, 2011.

MENDONÇA, E. F. A regra e o jogo: democracia e patrimonialismo na educação brasileira. 2000. 323 p. Tese (Doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Educação, Campinas, SP.

PARANÁ. Secretaria do Estado da Educação. Superintendência da Educação. Resolução 1.690/2011. Institui a partir de 2008, em caráter permanente, o Programa Atividades Complementares Curriculares em Contraturno na Educação Básica na rede estadual de ensino. Publicado no Diário Oficial nº. 8472 de 24 de Maio de 2011. Curitiba, SEED, 2011a.

PARANÁ. Secretaria do Estado da Educação. Superintendência da Educação. Instrução Normativa n. 004/2011-SEED/SUED. Entende-se por Atividades Complementares Curriculares em contraturno, atividades educativas, integradas ao Currículo Escolar, com ampliação de tempos, espaços e oportunidades de aprendizagem que visam ampliar a formação do aluno. Curitiba, SEED, 2011b.

PARANÁ. Secretaria do Estado da Educação. Superintendência da Educação. Instrução Normativa n. 03/2017-SUED/SEED. Curitiba, SEED, 2017. Disponível em: http://www.educacao.pr.gov.br/arquivos/File/instrucoes2017/instrucao032017 sued_seed.pdf. Acesso em: 15 dez. 2018.

PARANÁ. Secretaria do Estado da Educação. Superintendência da Educação. Instrução Normativa n. 05/2018- SUED/SEED. Curitiba, SEED, 2018. Disponível em: http://www.educacao.pr.gov.br/arquivos/File/instrucoes/2018/instrucao_052 018.pdf. Acesso em: 15 dez. 2018.

PARENTE, C. da M. D. Desvendando a jornada escolar brasileira. Revista Educação e Políticas em Debate, Uberlândia, v. 8, n. 3, p. 319 - 343, set./dez. 2019.

PARO, V. H. Gestão da Escola Pública: a Participação da Comunidade. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, Brasília, v. 73, n. 174, p. 255-290, maio/ago. 1992.

PARO, V. H. Gestão democrática da escola pública. São Paulo: Ática, 2004.

RUSSO, M. H. Trabalho e administração da escola: desenvolvimento e apropriação do sentido que assumem no processo de produção pedagógica. Revista Brasileira de Política e Administração da Educação, v. 27, n. 3, p. 361-588, set./dez. 2011.

VEIGA, I.P. A. Escola: Espaço do Projeto Político Pedagógico. Campinas, São Paulo: Papirus, 2002.

Downloads

Publicado

2022-08-31

Como Citar

BASEI, A. P. A AUTONOMIA DAS INSTITUIÇÕES ESCOLARES DIANTE DOS PROGRAMAS DE ATIVIDADES COMPLEMENTARES CURRICULARES EM CONTRATURNO NO ESTADO DO PARANÁ. Revista Temas em Educação, [S. l.], v. 31, n. 2, p. 20–38, 2022. DOI: 10.22478/ufpb.2359-7003.2022v31n2.61395. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/rteo/article/view/61395. Acesso em: 18 dez. 2024.

Edição

Seção

RELATOS DE PESQUISA